quarta-feira, 4 de abril de 2018

2014/08/29 - Despedida de meu pai, por Duarte Pereira


2014/08/29

O TEXTO QUE IRÃO VER MAIS ABAIXO, FOI ESCRITO PELO MEU FILHO A 27 DE AGOSTO.

O MEU PAI ESPEROU PELAS 12.05 H DO DIA 28, NA ALTURA DA MINHA VISITA E IA ACOMPANHADO PELA MINHA FILHA PARA SE DESPEDIR DE MIM.


DOIS DIAS ANTES ESTEVE NUMA AMENA CAVAQUEIRA NA HORA DE VISITA COM A MINHA MULHER E FILHA. ...


NESSA NOITE TEVE UM A.V.C. FORTE E PASSOU A ESTADO DE COMA.

NO MOMENTO QUE ESTOU A ESCREVER ACABARAM TODAS AS CERIMÓNIAS FÚNEBRES. 
AS MÉDICAS DISSERAM QUE ELE NUNCA MAIS TERIA UMA VIDA MINIMAMENTE NORMAL. 
SOU CATÓLICO E AGRADECI A DEUS POR O TER POUPADO A MAIS SOFRIMENTO. 
PENSEI TAMBÉM DE FORMA EGOÍSTA NA FAMÍLIA. 
A VIDA CONTINUA. 

O MEU PAI, PARA MIM CONTINUARÁ SEMPRE VIVO PELOS ENSINAMENTOS QUE ME DEU. 
A SUA CALMA, TUDO SE RESOLVE. 

SE EU SOU COMO SOU AGRADEÇO À MINHA MÃE QUE É MUITO NERVOSA E NÃO SE CALA A NADA.

PUBLICO ESTE PEQUENO TEXTO PORQUE ACHO QUE O DEVERIA FAZER.
JUNTOU-SE O FALECIMENTO DA MÃE DA CIDÁLIA PIRES E ACHO QUE FOI NO MESMO DIA. 
ESTAMOS AMBOS SENTIDOS. 
QUE OS QUE NOS DEIXARAM, FIQUEM BEM ONDE QUER QUE ESTEJAM.



Rui Pedro Pereira
O avô Armando está a lutar pela vida no hospital. 
A luta é dura. 
Como foi a vida dele. 
E dos meus avós. 
E dos nossos avós. 
O avô Armando e o "outro" avô, no sentido em que fui criado com o avô Heitor, capitão orgulhoso do Exército português, combatente nas antigas províncias ultramarinas. 
O avô Heitor ou melhor, capitão Heitor ensinou-me a ler, alguns princípios das Forcas Armadas, levou-me a conhecer quartéis, messes de oficiais, enfim a minha tropa até aos 14 anos foi com ele. 

O avô Armando e o "outro" avô no sentido em que, com ele, aprendi a ser mais terra a terra eu que, influenciado pelo avô Heitor, já sonhava com o brilho reluzente das medalhas por bravura (deixou-me duas e uma espada de Toledo). 
Com o avô Armando fui à pesca, na Baía de Cascais, ainda os meets eram de pescadores e a calçada estava cheia de redes e não de putos que merecem levar um par de estalos.
Com o avô Armando conheci a Cascais dos pescadores, da gente humilde, a Cascais longe dos tios e das tias, a Cascais do Pai do Vento, do jardim da Gandarinha, da barbearia em frente a Igreja, a Cascais onde me casei. 

O avô Armando, que trabalhava o vidro, também tomou conta do antigo cinema de Cascais. 
Abria e fechava as portas. 
Abria e fechava o bar. 
Deixava-me entrar pelo lado dos cisnes. 
De brincar junto ao Óscar gigante. 
No espaço que hoje e ocupado por uma Igreja de Culto, vi Os Salteadores da Arca Perdida, O Livro da Selva e Dick Tracy. 

E estranho escrever isto no Facebook, mas escrever faz-me bem. 
Faz me estar mais perto dele. 
Tenho saudades do meu avô Heitor e já tenho saudades do meu avô Armando. 
Porque, com eles, pude ver a Baía de Cascais de duas maneiras possíveis: da varanda da sumptuosa messe da Marinha e em cima do casco de um barco ao largo da Praia dos Pescadores.


Cidália Pires
Perdi uma das pessoas que muita falta me fica a fazer, a minha mãe.
Acabou o sofrimento esta noite ...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Querem peixe? Vão ao mercado..., por Paulo Lopes


Boa tarde!

Claro que nada do que vou contar terá interesse comum a não ser para os pescadores como o amigo João Novo (ou pecadores) mas, quer queiram quer não, vou contar o meu dia de ontem:
Agarrei nas minhas canas de pesca; mochila devidamente preparada com todos os apetrechos necessários e convenientes para o que tinha idealizado (incluindo o farnel) e tudo para dentro da minha velha carripana que serve exactamente para estas funções (e outras)! 
Desloquei-me ao local indicado para "apanhar" o comparsa que arquitectou esta saída (não fosse ele arquitecto) e prego a fundo que se faz tarde!

Estrada para Alfarim, desvio para os Fornos, direitos à Praia das Bicas!
- Não, o mar está muito luso, não dá! 
Dizia-me o arquitecto que também sabe pescar sem réguas nem espaldar!

Estrada com o "bicho"! 
Caminhamos para norte, direitos ao Cabo Espichel por caminhos sinuosos que o velho Tempra não se fez rogado (mas eu desconfiado que não tarda ficamos aqui num buraco).
Chegados ao local previsto, vai de mirar o mar lá em baixo no seu ondear constante fabricando uma branca espuma num vai e vem que só o mar sabe fazer!

Vamos experimentar - disse o meu comparsa (porque ele é que entende destas coisas de mar e mar há ir e voltar, com ou sem peixe)!
E descemos, ziguezagueando os trilhos já batidos (tal serra de Mapé), em direcção aos peixes!

O tempo que demorámos não contabilizei! 
Sei que nem pousámos as canas nem tirámos as mochilas que já começavam a fustigar as costas: 
É pá!!! 
Isto está muito bravo!!! 
Não dá para pescar! 

Eu sempre disse que o homem percebe da poda e realmente, pescar ali, era passaporte para ficarmos sem material, bem molhados e quiçá, coisa pior!

Volta a subir em direcção a Norte do cabo e direitos a outro pesqueiro!
Mais um sobe e desce, desce e sobe! 
Caminha, caminha pescador que o peixe está mesmo ali ao virar da rocha! (Caminha era onde eu estava bem há umas horas a trás).

E lá chegámos a outro pesqueiro: um abismo a não sei quantos metros do mar (e o peixe lá em baixo à espera dos nossos anzóis carregadinhos de camarão que ainda não tinham saído da mochila)!
Finalmente as costas aliviaram do peso e, antes de mais nada, ataque ao farnel que já eram horas!

A maré é só à 15:30! 
Se começarmos a pescar duas horas antes já é bom! 
Claro que isto dizia-me o comparsa porque, para mim, a altura de pescar é quando chego ao local!
Farnel meio desgastado e sorvido; canas a postos com boias pesadas para se conseguir atingir o mar, lá em baixo, muito em baixo!

Primeiros lançamentos, menos mal: atingiu o objectivo: água!
- Estão a picar! Falou o arquitecto! ( a mim não, pensei eu). 
Mas se picavam, não ficavam!
Segundo lançamento de minha parte: boia nas rochas! 
Boia perdida agarradinha ao anzol cheio de camarão!

O vento levantou-se do seu adormecer e soprava!
Soprava cada vez mais forte e nós em cima do precipício a olhar o mar cheio de peixe que não apanhávamos!
Canas arrumadas! 
Mais umas trincadelas em qualquer coisa comestível! 
Uma boa dose de água porque o caminho era longo e sinuoso num sobe e desce, desce e sobe pelos trilhos já recalcados (já disse que são idênticos aos da serra de Mapé, não disse??).

Ao fim de "muito" tempo de longo caminho (tão longo como este texto), lá estava, sossegadinho, o "burro" para transportar dois burros que tiveram a esperteza de não apanhar peixe só para não terem ainda mais peso nas costas já cansadas.
Querem peixe??? 
Vão ao mercado!

domingo, 28 de janeiro de 2018

O ex-furriel..., por Duarte Pereira


O ex-furriel.
Fui para onde fui com a preparação "condensada".
Lá cheguei, analisei e pensei que seria uma "guerra" defensiva.


Só me deram um ano como "defensivo".
Em 1973 graduaram-me em "ofensivo".
O "macaco" já tinha um ano de experiência.



Em 1973 deixei de frequentar a "messe respetiva". (Macomia). 
Deixei de conviver no quartel (Macomia).
Quem da minha patente, ex-furriéis, se poderia lembrar de mim?
A "malta" da C.C.S. se eu estava ausente?




Tinha um quarto fora do quartel que chegou a ser só meu depois da fatalidade do Alferes Fortes.
Se soubesse o que sei hoje, estaria mais presente no quartel e acompanhar mais com a "malta" que lá dormia. 

Pelas fotos que tenho visto, houve farras, confraternizações e não há nenhuma foto minha.



Neste momento o Paulo Lopes estará mais orgulhoso por me conhecer.
Não convivia com o Encarnação, que hoje entrou no grupo. 
Pelo pouco contacto sabia que não era burro, pelo menos muito burro.

As viaturas não tinham problemas. 
Um condutor do "Pincha" ensinou-me a andar com aquilo. 
Depois passei para o unimog e ia-me espetando. 
Cheguei a andar uns 50 m de Berliet. 

Em Macomia guiei o Jeep do Capitão que era mais do Encarnação, porque andava sempre em "afinação".
Aquele Jeep se falasse e ainda se lembrasse, gostaria de ouvir algumas histórias.

Resumindo. 
Passei despercebido naquela "guerra". 
Haverá poucos graduados nesta página. 
Para mim, os poucos soldados que procurei comandar ou que me ajudaram a comandar é que contam. Infelizmente há poucos ou nenhuns.

Retirado das memórias não escritas do nosso "menino" Sr. Duarte Pereira. 
Desconhecido em Macomia.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Hoje é o dia do Sr. Marcelino, por Duarte Pereira



Hoje é o dia do Sr. Marcelino.
Vamos escrever qualquer coisa.
Só o seu nome é um hino...
Nosso amado Marcelino.
Devia tocar violino.
É um cordas interino.

Quando escreve, atenção.
Quase sempre com razão.
Ai de nós que diga não.
Uma faísca, explosão.
Tudo em "ino" tudo em "ão"
A vida é uma brincadeira
Os que por aqui estão
Têm o cu na cadeira.
Que recorde este dia
por uns dias.
Um aperto de mão das comadres.

Este poema do nosso amigo Duarte Pereira estava guardado há uns anos e vê agora a luz do dia...

terça-feira, 28 de novembro de 2017

O nascer do dia no Alto da Pedreira..., por Duarte Pereira

Duarte Pereira 
O NASCER DO DIA.
Mais um dia iria nascer.

Muitos soldados ficaram de vigia ao relento, tentando não adormecer.
Frio, chuva, humidade, nevoeiro e uma ansiedade constante....

O que nos calhará hoje na "rifa". ?

A nossa agenda chegaria no posto de rádio.

Coluna que viria?, até onde iria.?
Quem ficaria ou quem seguia. ?
Altura de alguns regressarem a Macomia.

Organizar a protecção às obras da construção da estrada.

Entretanto a base já fervilhava com as "canecas de metal", para se tratar do "mata bicho". 

Quando chovia, corridas curtas de um lado para o outro, para procurar abrigo.

Chegava a coluna, que era saudada pelos que estavam a proteger os trabalhos na estrada.

Nova saudação quando entravam na base.
Confesso que eram dos momentos mais alegres e que esquecíamos por momentos aquela "prisão" onde vivíamos.

Se a coluna continuaria para o Mucojo, muitos "voluntários", se ofereceriam para a reforçar. 
Não me lembro de ter comido uma refeição quente no Mucojo.
Só me preocupava com a pesca e andar dentro de água.

Parece que haveria um bar com cervejas frescas.

Altura de formar a coluna para o regresso, paragem no Alto da Pedreira e os "sortudos" seguiriam para Macomia.

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Clima de Moçambique

Clima tropical. 
A estação seca prolonga-se desde abril até outubro, com temperaturas mais baixas (de 15°C a 20°C).

O clima se torna cálido e húmido durante a estação chuvosa de novembro a março. 
As temperaturas, então, oscilam entre 26°C e 31°C, aumentando para o norte de Moçambique. 
As chuvas também são frequentes no norte e no centro (planalto, interior do país) mais que no sul de Moçambique.

Geralmente, os dias costumam ser ensolarados.



Pegas - Este texto traz algumas recordações ?

Leonel Pereira Silva Bom dia Duarte Pereira que abriste a porta mais uma vez e me transportaste mais uma vez para aqueles locais no norte de Moçambique, o alto da pedreira não fez parte das minhas colunas. 
Um abraço e bom dia.

Duarte Pereira Leonel Pereira Silva - Se te tivesses "portado mal", podia ser que o Major te mandasse para lá de "castigo", como aconteceu ao Américo Condeço, que não era da minha companhia.

Leonel Pereira Silva Portei-me sempre bem, mas a caderneta tem lá umas "escritas" a vermelho porque os "chicos ladrões" andavam a abusar no que dizia respeito ao "rancho" e eu fui dos que ateei a fogueira para fazer-mos levantamento de rancho. Mas para compensar depois deram - me um louvor.

F.D.P.

Pegas Albino Sêm dúvidas Duarte isso existe por todo o lado ,,

Duarte Pereira Pegas Albino - Há mais "malta" da 3509 no Grupo, mas não sei se irão ler.

José Guedes Boa tarde Duarte e todos os outros que vão aparecendo ou espreitando pela página,. mais uma vês gostei do teu entretimento na escrita, ainda tens boas lembranças e boas iniciativas,. eu sem castigo tive que ir muitas vezes ao Mucojo e tenho memória daquela picada mas não me recordo nada do alto da pedreira,.. essa parte ficou esquecida na minha memoria,...


Armando Guterres apanhei chuva do Mucojo até ao Alto da Pedreira ... ia enxuto na berliet, suponho que de pé agarrado à grade da frente. 
Quando virámos à direita, a nuvem apanhou-nos e tão molhado como os outros ...

Não entrei nessa de escalas, e ainda menos, de protecções que não houve. Só na preparação da op machamba, no gabinete do sargento, entrei na feitura da lista que "ME ACOMPANHARIA" ao Quiterajo.

Manuel Martins Fonseca Boa tarde Duarte Pereira e a todos que por esta página vão aparecendo, como sempre um texto bem escrito, e a recordar algumas peripécias, passadas numa guerra que nada tinha a ver connosco, para mim foram roubados alguns anos da minha mocidade, acho que também para todos os jovens que estiveram nessa guerra de interesses governamentais e acção psicológica e não só, também para encher os bolsos aos chamados Chicos, pena foi os que por lá ficaram, mas felizmente estamos cá nós, e vamos vivendo o dia a dia com comentários e algum humor, porque este brinquedo (facebook) assim nos permite, por vezes até dá a impressão que alguns camaradas se conhecem uns aos outros o que é algo de muito bom, eu pelo menos com a excecção da CCS poucos conheço das companhias operacionais, mas temos tempo pessoalmente, para pormos algumas conversas em dia nos próximos convívios, isto se aparecerem os mais ausentes, caso do Duarte PereiraGilberto Pereira e mais alguns. 
Por hoje finalizo este meu texto, não sei se bem ou mal mas é isto que tenho na ideia, tenho apenas o 2º grau ou 4ª classe como preferirem. 
Meus amigos desfrutem desta terça-feira o melhor que puderem. Um grande abraço de amizade para todos

Gilberto Pereira Queres é apanhar-me por aí para ajustares contas Manuel Martins Fonseca 

Américo Condeço BEM ESGALHADO este texto .


Duarte Pereira Uma acção pode desencadear uma reacção. 
Neste caso foi bom que, depois da minha publicação , alguns se preocupassem em escrever mais de uma palavra. Manuel Martins Fonseca, uma quarta classe (antiga) "bem tirada", corresponde agora a um 12º ano. 
Quem tiver dúvidas , leia o teu texto. 
Abraço. 
Nota - Eu, o Gilberto Pereira , o Fernando Silva e Horácio Cunha, sentados na mesma mesa nos anos ? : 
Organização do João Novo e do Fernando Bento

Não foi assim há tanto tempo.


Duarte Pereira Seria a tenda de transmissões?
Latas de cerveja vazias junto à minha bota esquerda -  . 

Atrás a tenda dos géneros, um alguidar a sair para a rua?. 
Uma cobra a querer entrar na tenda ? 

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

A nossa visita de hoje ao Alqueva, por Duarte Pereira




Vamos dedicar este texto ao Sr Marcelino, que amanhã há muitos anos, começou a estar cá.
GRANDE AVENTURA
...
Quando chegamos ao Alqueva estava todo molhado.


As paredes da frente estavam húmidas de suster a água que levava atrás.
Todo o ano a bater na parte de baixo das costas deve dar um certo desconforto.
Quando pode largar o repuxo à frente será uma sensação indescritível quase sexual.


Queríamos dar € 5,00 ao Sr que tomava conta daquilo para abrir as torneiras.
Ele disse que não, por causa das turbinas, no nível da barragem mais não sei o quê.

Gostámos do dia.
Na volta até viemos devagar.

A palhinha do garrafão estava tão dura que até parecia de plástico.
Foi com vinho e regressou com água do Alqueva, para vender aos turistas.

Ao fim de um tempo o Toino viu uma brigada da G.N.R. e resolveu parar para lhes dar os parabéns.
Sim senhores, bela auto-estrada, nem passei os 120 Km/h.

Resposta do agente - O senhor acaba de sair de uma estrada municipal. Venha mas é soprar o balão. 
O Toino rebentou com três e não foi multado.

Ainda ouviu um recado via rádio para as outras patrulhas, para não nos mandarem parar. 
O material está caro.

Lá chegamos a casa. 
Vamos descansar duas horas e depois logo se vê.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

E Ribaué!!!, por Rui Brandão

E Ribaué? 

Alguém ainda se lembra do que se trata? 

Presumo que a malta das Companhias operacionais esteja completamente a leste acerca deste nome.

Pois é... este foi o local para onde a C.C.S. foi "estagiar" já com 25 meses de comissão. Filhos da p....
...
Em Ribaué foi dos sítios onde mais veio ao de cima a operacionalidade da C.C.S. 
Aí sim, exaustivamente fazíamos NÉPIA!!!

Para vos dar um exemplo, eu como 2º Sargento miliciano (entretanto já tinha sido promovido) Radiomontador, não tinha oficina e nem sequer ferramenta (ao menos um alicate ou uma chave de fendas...).

Hoje publico uma foto tirada a um Domingo numa povoação (Iapala) a 30 Kms de Ribaué, onde fomos a um bailarico. 

A minha homenagem ao Bernardo que estava de serviço nesse dia. 

Fazem parte do conjunto, o Jorge Costa, o Mota e o vadio Rui Brandão. 

Já podíamos andar vestidos à civil. 

Que maravilha, que grande compensação!!! Filhos da p....



domingo, 12 de novembro de 2017

Ó Manel! cómer é tan bom e drumir???, por Armando Guterres

Armando Guterres 
para BATALHÃO DE CAVALARIA 3878
Ó Manel! cómer é tan bom e drumir???

Em 25 meses, vivi no aquartelamento da Mataca, no quartel de Macomia.

Dormi antes e depois de uma operação no Quiterajo.

Dormi muita vez na ponte Muagamula e poucas no Alto da Pedreira.

No mato da Mataca foram muitas noites, quase todas, bem sossegado.

E à cidade da Baía de Pemba fui cinco vezes levantar os dinheiros da companhia.

Abancávamos os quatro (um por companhia) na pensão Rosas.

Nas férias, sempre em casas particulares, de familiares e amigos.

Restou a primeira noite, no fundo de um corredor, em cima de um monte de colchões no quartel de Porto Amélia.


sábado, 2 de setembro de 2017

O ataque com mísseis "122" e o Refeitório do Aquartelamento do Chai, por José Seabra

José Seabra
2017/07/24
O "122" ao danificar o refeitório do Chai, a sua onda explosiva apanhou-me entre a tenda onde dormia (luxo reservado aos senhores dos obuses) e a entrada do espaldão do obus para onde me dirigia, pois o ataque começou muito cedo (6/7 da manhã com nevoeiro intenso), no dia 14-10-1973.

Tal um tornado, andei pelos ares, sem consequências e com muita sorte. 
Isto é apenas um esclarecimento ao meu amigo Ribeiro, sem qualquer conotaçao provocatória a ninguém.

Obrigado pela pachorra despendida.

Abraço a todos.





Comentários
Jose Capitao Pardal E eu estava num abrigo em fim de vida, junto à oficina mecânica, que se caísse lá um "brinquedo" 122 mm, nem precisavam de me fazer o funeral, pois ficava logo enterrado... 
O pior é que eu tinha consciência disso, José Seabra...

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Quiterajo 1972 - Operação de dois dias..., por Duarte Pereira

Duarte Pereira partilhou uma memória no grupo: BATALHÃO DE CAVALARIA 3878.
23/04/2017
Quiterajo 1972 - Operação de dois dias.
4. Pelotão da 3509 sob o comando do capitão António Ferraz. 
Ataque a um aldeamento que daria abrigo ao I.N.

Não houve tiros, só na perseguição que nos moveram.
Houve resposta nossa com morteiro 60.

Na véspera do ataque toda a noite a chover e bem.
Recordo que tentei dormir , sentado e encostado a uma árvore.
Ao alvorecer, com a subida do leito de um riacho, a água quase me chegava ao umbigo (estava morninha).
Peço desculpa por ter recordado este episódio, mas no regresso (ao Mucojo), foram não sei quantas horas com o passo acelerado.
Não deu para esquecer.
Foto de Fernando Lourenço.
Nota : Aquele cantil pendurado, envolto num saco em pano, muito velho, acompanhou-me em algumas operações. 

Deveria ter capacidade para uns dois litros de água e ainda levava o normal .