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terça-feira, 18 de março de 2014

A Portugália deixa-me sempre um pouco de nostalgia, por Paulo Lopes

 
 
A Portugália deixa-me sempre um pouco de nostalgia:
 
Portugália - Cais do Sodré


E assim ia eu passando a minha certinha vida, pobrete mas alegrete, entre o escritório duma concessão de automóveis da marca Opel (onde o Eusébio, mítico jogador de futebol sobejamente conhecido, achado num clube desportivo de Moçambique e arrancado ao eminente pé descalço, foi comprar um carro ou disso fez intenção) e as aulas, intercaladas com umas fitas nos cinemas Império, Imperial, Avis, Odéon, Politeama, Max e outros.

Cinema Império
 

Uns mais para a fineza, outros mais para o piolho (nunca disso fazendo grande distinção), misturando
pelo meio umas passagens na Portugália dando umas tacadas nas bolas de snooker ou de estilo mais emproado, num bilhar às três tabelas, preocupando-me muito mais com a mesa onde permanecia uma travessa de batatas fritas com mostarda e na imperial, que estava a perder a pressão, do que propriamente na pontuação que ia obtendo no combate "bilharesco", nunca descurando, quando possível, uma paragem no Parque Mayer, colando os ouvidos a uma máquina de discos (invenção americana dos anos cinquenta, creio eu) metendo uma moedinha, percorrendo com os dedos e olhos o número e letra, que davam acesso ao que queríamos ouvir: Everly Brothers, Tremeloes, Chuck Berry, Kinks, Byrds, Crispian St. Peters, The Walker Brothers, Procol Harum, Jimi Hendrix, Scott Mackenzie, Manfred Man, The Move, não esquecendo claro está, The Beatles ou noutro estilo de rock, The Rolling
Stones, não variando as composições, porque os vinis eram, inevitavelmente, os mesmos, viro-disco-e-toco-mesmo, sempre com a esperança de um dia, com um pouco de sorte, pudesse chegar ao luxo de ter uma aparelhagem e discos próprios em casa, coisa que, só alguns, muito poucos, a isso tinham acesso.
 
 Parque Mayer
 
Depois, mais tarde e já estar de regresso de Moçambique, ainda ia muitas vezes à Portugália (a verdadeira! Não a que agora por ai anda espalhada nos diversos centros comerciais) lambuzar-me com os seus belos bifes com molho à Portugália pois era lá, quase sempre e quando jogávamos em Lisboa ou arredores que íamos jantar, mais cear que jantar, devido à hora a que os jogos de andebol terminavam.
Bifes que nada têm com os que são agora servidos!
Por isso a minha nostalgia falada no anterior comentário!

 
Bife à Portugália

 

A Ajuda também é uma zona, que algo me diz, porque treinei e joguei muitas vezes no Pavilhão da Ajuda, e quando por lá comíamos, íamos normalmente ao "Andorinhas" ou à "Cabine"!
No primeiro esgotávamos todos os mousses de chocolate com pinhões que eles tivessem!
Já no segundo, faziam umas ricas ameijoas!
Tempos idos e hoje nem sei se tais "tascas" ainda existem.

O vinho verde era noutra zona da Ajuda, mais para o Caramão da Ajuda!
Bairro que tinha uma equipa de Andebol ,onde militava um gajo chamado Pires, cuja pedrada não era pera doce!