quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A Emboscada e as Formigas, por Luís Leote

 
 
Uma vez ao percorrer este troço de picada, fomos saudados por disparos feitos ao longe, na altura vinha montado numa viatura à retaguarda, num destes altos.
 
Mandámos umas morteiradas e seguimos caminho até Macomia.

Ao chegarmos ao Alto do Delepa, passe
i para a frente, logo atrás dos três picadores e atrás de mim, o cabo da metrelhadora HK.

Fazíamos fogo alternadamente e no preciso momento em que um de nós se preparava para o fazer, ouvimos o restolhar do capim, mesmo à nossa frente.
 
Ficámos com excesso de adrenalina e os nossos dedos não paravam de premir os gatilhos.
 
Em frações de segundo, reparei pelo canto do olho, que toda a malta se tinha deitado.
 
Todos menos eu e o meu cabo Rocha.

A resposta lá atrás foi imediata com três saídas de morteiro.
 
Antes da primeira explodir, já estavam outras duas no ar, disparadas pelo cabo Navega.
Resumindo e concluindo: tentaram passar a barreira de fogo, para a emboscada ser a meio da coluna, onde se encontravam as viaturas.
 
Passado o sufoco, a malta começou a despir as calças, para se livrar das formigas.
 
 

Eu e o cabo, streepteese não era connosco.
 
Hoje rio-me.


Sem comentários:

Enviar um comentário