Partiste...
E levaste-me para a memória de há 44, 43 e 42 anos atrás.
Só tu (e mais alguns...) me conseguiram fazer viver momentos de alegria e felicidade no ambiente de angústia e incerteza no futuro, do quotidiano de Macomia.
Após o telefonema de ontem do sempre atento e disponível Silva (1º cabo escriturário da C.C.S.) deixei-me transportar para os dias em que me escondias os meus ovos de pata.
Chamava-te de tudo; cão São Bernado em estilo de cão rafeiro!!!
As partidas cons...tantes que me pregavas.
Eras fantático na comunicação brincalhona sempre pura e saudável.
Recordas-te meu carinhoso "cão"?
Quando me foste buscar - a mim e à minha mulher e à Chana com 17 meses - após aquele terrível, estúpido e demasiadamente prolongado ataque a Macomia à morteirada?
Estávamos indefesos, talvez serenos, mas isso mesmo: Indefesos.
Foste-nos buscar e levás-te-nos para o quartel.
Nos dias seguntes, tu e os teus homens montaram proteção à minha casa durante alguns dias. Protegeste a minha família!!!
Como é que eu não poderia ir contigo nessa viagem de ontem à noite?
Como é que eu te poderei agradecer?
Já sei meu querido "cão"...
Tu não queres que te agradeça.
Tu és mesmo assim.
Como eu te pude conhecer...
Como tu te deste a conhecer.
Só pode acontecer a quem é puro, intelectualmente honesto, solidário e acima de tudo, amigo de verdade do seu amigo.
Desta vez pregaste-me mais uma partida.
Esta foi a última.
Deixa lá, vou tentar reagir da mesma maneira.
Vou-te chamar cão rafeiro novamente, mas desta vez não consigo conter as lágrimas.
Nunca me irei separar daquilo que retive de ti.
Até já meu querido "cão".
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