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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

A Carne Guisada da ração de combate..., por Livre Pensador

 

Livre Pensador
12/08/2020

Está na hora do almoço numa das imensas operações em que tive de alinhar. 


Alguém é servido dum pouco de carne guisada? 


Esta foto ainda foi tirada durante o ano de 1972, porque em 1973 e 74 já não conseguia suportar tanta ração de combate. 

Ao abrir uma lata de conserva, só o cheiro já me dava vómitos.

A imagem pode conter: Livre Pensador, planta, flor e ar livre


  • Duarte Pereira Ribeiro - eu poderia vir para aqui " pintar " e escrever que a minha companhia tinha sido empurrada para o mato para patrulhamentos e ir a objectivos ou bases com guerrilheiros.
    Só cá vim a descobrir que só haveria uma ou duas pequenas bases instalada
    s talvez em pequenos aldeamentos escondidos na mata e cheguei a passar por um deles já destruído por GE's , num passeio que o major convidou o 3. pelotão por uns 4 dias, sem hipóteses de balda, porque a recolha seria na estrada Macomia/Porto Amélia e o início no Alto da Pedreira , com direito o boletim diário por rádio e num dos dias tivemos visita de uma DO, outros chamam Dornier e devia passar para nos cumprimentar e enviar umas latas de cerveja. Graças a Deus nunca enjoamos a racção de combate excepto na op. Omo 1, vinte e tal dias na Serra do Mapé em Abril/Maio 1972. Nota: Sardinha e carne guisada trocava as latas por atum que nunca enjoei e fruta. Nos dois dias ou três sem comida, cheguei a comer sardinha esmagada num tacho com mandioca feito por um africano que cortava as manchambas, dos melhores petiscos que comi até hoje, a fome apura o apetite e o paladar. Grande lição de vida.
    • Livre PensadorAutor Amigo Duarte Pereira muitos foram os meses em que passei 12 dias em operações no mato a comer ração de combate. E aconteceu, um ou outro mês, em que chegou aos 16 dias. Arre porra que foi demais!!!! Durante vários meses saí para o mato apenas com chouriços e pão ou, em alternativa, com um cacho de bananas na mochila. Após o regresso de Moçambique, passaram muitos anos em que não podia ver uma lata de conserva à minha frente.
  • Luís Leote O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) consiste em reações disfuncionais intensas e desagradáveis que têm início após um evento extremamente traumático.
  • Paulo Lopes Boa tarde amigo Ribeiro (Livre Pensador)!
    Uma lata das muitas rações de combate que tive de tragar, que sempre trocava (e havia sempre quem trocasse) por lata de sardinhas ou atum! :-) :-) Abraço.
  • Armando Guterres Ontem ao jantar foi uma lata de atum ao natural. Não enjoei e continuei, sempre a consumir enlatados.
  • José Rosa Paulo comiamos o que podíamos com o passar do tempo as vezes as latas de conservas eram s nossa safa tempos q que já lá vão um abraço amigo
  • Livre PensadorAutor Já perto do fim da comissão houve um período de dois ou três dias (não mais) em que, no aquartelamento do Chai, apenas havia ração de combate para alimentar os cerca de 150 militares da Ccav. 3508. Na messe de sargentos, a cada refeição era distribuída uma ração de combate para ser dividida por dois militares. Foi curioso observar que os considerados "aramistas" todos se deliciaram com a original ementa, enquanto os considerados "operacionais" ficaram com as "tripas" às voltas.

domingo, 19 de julho de 2020

Para daqui a 3 anos recordar..., por Fernando Lourenço

02/11/2016
Aos amigos e restantes elementos da página.

Sou mais um dos muitos milhares que utilizam o Facebook. 
Nunca tive amigos virtuais. 
Todos os que lá constam como meus amigos são pessoas que de alguma forma se cruzaram comigo e tiveram uma relação que não foi passageira. 
Reatei laços julgados perdidos.
 
Quando há uns anos aderi à página do Batalhão, fi-lo com algum entusiasmo e empenho. 
Embora eu sempre tenha feito questão de não perder o contacto com alguns que tinham estado comigo em Moçambique, era uma página onde estavam Homens que tinham durante algum tempo feito parte da minha vida, porventura alguns, contribuído para o meu enriquecimento pessoal e substituindo uma família que ficara longe. 
Lá constavam pessoas que eu não conhecia, mas que interessava isso, era um Batalhão, tínhamos ido na mesma altura, tínhamos tido mais ou menos as mesmas vivências. 
E os homens da companhia “tal” contribuíam com fotos e relembrando acontecimentos, o mesmo fazendo elementos de outras companhias. 
Ao relembramos o tempo lá passado juntávamos o tempo que vivíamos agora. 
E alguns de nós até começamos a conviver em encontros pessoais e familiares. Bastante salutar.
Mas as fotos e as histórias começaram a escassear. 
As histórias passaram a ser estórias as fotos a preto e branco daquele tempo, passaram a ser a cores, se possível com um rabo feminino bem avantajado e os temas de conversa passaram a ser (como é que hei-de dizer?) … conversa da treta. 
A acrescentar a isto foram entrando novos elementos. 
Se ao princípio entravam familiares, principalmente filhos, que ficaram a saber como tinha sido a vida dos pais antes de eles nascerem, começaram a entrar elementos que não tinham nada a ver com o Batalhão. 
Não era inédito mas a excepção não faz a regra. 
E a página foi-se descaracterizando. 
Não era melhor nem pior, era diferente. 
E se ao início alguns de nós mencionávamos assuntos mais intimistas, daquelas que se contam aos amigos, começamos a ser mais cautelosos. 
Afinal de contas, estávamos a libertar sentimentos a pessoas que não conhecíamos de lado nenhum. 
Também penso que não deve interessar a quem não conheço de lado nenhum, se fui almoçar e o que comi e onde, se estive a lavar o carro ou a impermeabilizar a varanda, se fui às compras ou levar os putos à escola. 
Isso faço na minha página porque só os meus amigos vêem. 
Mas isso sou eu. 
Mas o porquê desta “lengalenga”? 
Porque parece que os que não visitam a página, os que que não colocam um “gosto” ou os que não entram nos comentários ou diálogos, estão a ser visados por “mau comportamento”.
Digo e repito o que há muito venho dizendo: a página do Batalhão acabou. 
Esta página agora é outra coisa. 
É uma página onde um conjunto de pessoas vão-se entretendo a colocar “coisas” umas interessantes e outras nem por isso, conforme a disposição ou a forma de estar numa rede social de cada um. 
Agora vou socializar de verdade com amigos numa jantarada.
Se alguém fizer um comentário a esta minha última informação do género: 
O que é que eu tenho a ver com isso? sobe na minha consideração.



Respeito todas as opiniões como norma a mim imposta. 
A página foi criada pelo Pardal há uns tempos e, como nunca houve um " estatuto formal" é natural que tenham entrado elementos não ligados por tudo o que passamos naqueles dois anos. 
Esse procedimento levou a certas opiniões contrárias, mas a maioria prevaleceu. 
Como os relatos, fotos e outros assuntos relacionados com a nossa vivência se esgotaram, começou aceitar-se elementos oriundos de outros batalhões que vieram colaborar para dar um incentivo à página que se sentia desfalecer. 
É pena e os resultados estão à vista o fim está próximo por mais apelos que faço a uma camaradagem sã. 
Andarei por aqui contra ventos e marés, pois não desisto ao soprar de ventos contrários...Abraço

José Dias Nunes Gostei do texto do Fernando Lourenço, embora passe todos os dias pela página mas já não comento tanto como comentava, enquanto a página estiver, active irei fazendo sempre uma visita embora não goste de muitas coisas que se tem passado.

Armando Guterres Eu continuo com a mesma opinião:
Também faz parte da página, o pessoal desanuviar. 
Não é problema se um dia, por coincidência, ninguém aceder a ela.

Joao Cerqueira Um abraço ao Fernando Lourenço. e para todos os camaradas ao Duarte Pereira QUE É UMA MAQUINA NAS RESPOSTAS.

Livre Pensador Foi na pujança dos nossos 20 anos que nos encontrámos e convivemos, tanto nos bons como nos maus momentos. Nessa altura todos os temas de conversa, por muito absurdos que fossem, serviam para nos ajudar a passar o tempo. A nossa irreverência e juventude tudo tolerava e aceitava. Passados mais de 40 anos, tudo mudou. Há os que se melindram quando o tema é futebol, os que se aborrecem se o assunto é politica, os que ficam indispostos quando se fala de comida e também os que se cansam só de ouvir falar em arranjos ou obras. Por mim, cheguei a uma conclusão: ESTAMOS VELHOS E RABUGENTOS! Um abraço a todos. Ribeiro.

Ant Enc A liberdade tem destas coisas.
Embora concordando com o Fernando Lourenço e percebendo o seu sentir, porque me parece que a entrada de "estranhos" quebra a privacidade, também penso que a página, para ser verdadeira, terá de ser o somatório de todas as
sensibilidades.
Como disse, e muito bem, o Ribeiro Livre Pensador estamos rabugentos mas, mesmo assim, podemos (devemos?) aceitar cada um como é, sem que seja necessário mudar a maneira de estar ou de brincar, para participar neste encontro diário e informal de velhos amigos e conhecidos.
Não será nesta idade que deixaremos de ser como somos e a página fica variada e mais rica, com historietas, curiosidades, notícias da horta ou dos netos, dos encontros e dos copos, dos passeios de barco e dos táxis e das bundas do Gilberto Pereira.
Somos nós e que sejamos por muitos e bons.

Duarte Pereira Muitos comentários teriam o meu "gosto" . Estou com um pouco de pressa, mas garanto que os li todos.

José Guedes Depois de tantos comentários fiquei sem espaço para dizer alguma coisa,. mas nunca esquecer a razão desta nossa amizade, para mim é a parte mais importante,.. um abraço para todos,....

Américo Condeço Completamente de acordo com todos os convivas, os diplomaticamente correctos ,os deixa andar ,os que tanto lhes dá como não, enfim TODOS, mas não esquecer nunca que a minha LIBERDADE começa onde a do outro acaba e vice versa, VIVA A AMIZADE!

Leonel Pereira Silva Boa "malha" amigo Condeço, um abraço extensivo a todos os visitantes da página.

Duarte Pereira São quase 15 H do dia 03 - 11 - 2016 . 61 "espreitadelas" em menos de 24 horas de publicação. Será que a foto da malta também terá chamado a atenção ? .

Duarte Pereira Continuo a aguardar o comentário do José Capitão Pardal . Fazes favor de dizer de tua justiça . Obg.

Jose Capitao Pardal Liberdade e Igualdade na Diversidade...
Duarte Pereira São quase 21,30 H. Artigo visto por 69. Para mais ou menos 27 H, não está mau. Quando os outros aparecerem já caiu na página.
O Jose Capitao Pardal, poderia conservar o artigo e comentários no seu blog, para daqui a uns três anos a malta recordar.