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domingo, 16 de fevereiro de 2014

No tempo em que os animais falavam, por Paulo Lopes


No tempo em que os animais falavam estava muito facilitada a tarefa da respetiva Sociedade Protetora.
 
Agora os animais escrevem e só os protege a furtiva emancipação do sono.
 
Quer dizer: antes de o ser já o era, isto é, a edificação de uma moral constitui a vulgarização dum complexo.

De Lisboa falo eu.
 
Falo através duma "parker" personalizada que me transmite a sensação de um mau poeta que comprou um bom dicionário de sinónimos.
 
Depois dá-se lugar a uma gravidez das prenhas palavras, que se vomitam a si próprias, nauseadas.
 
Todo o processo de leitura é pessoal.
Ao ler-se exerce-se uma ação sobre o objeto da leitura ela própria.
Assim unes as silabas e acordas.
 
Entretanto há quem diga que me ando a portar muito mal.

Será culpa do rock?
Mas se eu gosto é do jazz!...
 
E no entanto há quem goste de comprar, comprar e comprar!
De borla, vão-se entretendo com isto.