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sábado, 5 de janeiro de 2019

Um acampamento antes do Alto da Pedreira..., por Duarte Pereira

Setembro de 1972, altura em que penso que estaríamos perto do aldeamento de milícias da Pedreira.
Instruções para se construir uma base anexa ao aldeamento. 
A ACIL, com as suas máquinas contribuíram para a terraplanagem.
Terras para um lado e para o outro. 
Não me lembro de se terem feito as valas, que também iriam dar aos abrigos anti morteiro que davam uma ligeira confiança. 
Troncos em cima de troncos. 
Se caísse uma granada em cheio, o cozinheiro não precisaria de pedir à malta para ir à lenha.

Com a experiência de pelo menos dois acampamentos anteriores começou a elaborar-se um mais sofisticado. 
As tendas já não assentariam no chão. 
Era construída uma armação com paus e os colchões ficariam a meio metro do solo. 
Lateralmente a construção era coberta de capim seco e o telhado com panos de tenda.
Não faço ideia quem autorizou (mas desconfiamos )  . 
Em certas tendas alguns soldados africanos viviam com companhia feminina. 
O comando tinha a famosa tenda cinzenta assente no chão, até que se começaram a fazer vivendas com tecto em Macuti.
Foto com a tenda do comando e o comandante da base Américo Coelho.
NOTA: Examinando melhor a foto, parece ser um acampamento antes do Alto da Pedreira.




terça-feira, 8 de setembro de 2015

O Elefante, por Fernando Lourenço

Duarte Pereira
 
COMO TENHO FEITO COM OUTROS MEMBROS, RESOLVI ISOLAR ESTE ARTIGO.
 
Fernando Lourenço comentou:
 
 
Recordo uma memoria que coloquei em abril de 2013.
 
Quando saía para o mato o meu maior inimigo era a sede.
Levava o que podia mas nunca era o suficiente.
 
Quando estava sediado no Mucojo saí muitas vezes em operações para uma zona, que se a memória não me falha, chamada Namarata.
Tinha sido em tempos uma zona de caça grossa e abundavam todo o tipo de animais.
 
Eu quando saía, marimbava-m...e um bocado para as coordenadas que o comando me dava e a minha maior preocupação era procurar sítios onde houvesse água.
 
Certa vez lá fui para mais uma missão com um elemento de transmissões, outro de morteiro e o resto milícias.
 
Ao fim do 2º dia já desesperava com sede e água nada.
Tinha que arranjar local para passar a noite que se aproximava e por sorte lá encontrei uma zona lamacenta.
 
Num buraco estreito feito por um elefante com a profundidade quase do meu braço foi de onde eu tirei água.
 
Saciado/s e sem muito tempo para nos deslocarmos por estar a ficar escuro, decidi ficar por ali perto numa elevação do terreno não mais de 50 metros talvez, contra a vontade dos milícias que não achavam boa ideia até porque segundo eles andava por ali um elefante... ali, ali, não vê...? mas eu na minha burrice, até porque era o comandante, molho o dedo na boca, ponho no ar e ... nããã... o vento está em sentido contrário... e toca a pôr a malta em circulo e os "branquélas" no meio.
 
Como vocês se lembram começava a escurecer por volta das 4/5 horas da tarde.
Pegar no sono estava difícil porque tinha ficado de consciência pouco tranquila com a certeza de estar a fazer uma asneirada e do barulho que pouco depois ouvia de animais em disputa também pela água.
 
Lá consegui adormecer.
 
Eram 11 horas da noite escura como breu, acordo com uma grande algazarra, os milícias todos a gritar, eu agarro na G3 e desato a correr não sei para aonde, bati com a testa num tronco, perdi momentaneamente os sentidos, tal não foi a porrada que dei com os "cornos" na árvore.
Bem feito.
 
O que é que tinha acontecido: pois bem, a gaita do elefante lembrou-se de caminhar na nossa direção e quando já estava muito perto os milícias começaram a gritar para o afugentar, o que fizeram.
Eu nem o cheguei a ver.