Devido a algumas dúvidas, incertezas e "apagamentos" na minha memória, o Livre Pensador (Ribeiro) esclareceu-me e deixou este depoimento, que vos deixo para recordar, sobre os ataques à ponte sobre o Rio Messalo.
"Pardal, durante os quase 25 meses que estivemos no Chai houve alguns ataques à ponte do Messalo.
No entanto, aqueles de maior envergadura foram em Maio e Outubro de 1973 em que a Frelimo tentou fazer golpes de mão para conquistar e destruir a ponte, tanto assim que nessas duas tentativas eles iam prevenidos com bombas de avião, que depois abandonaram na fuga e nós tivemos de andar a explodi-las com a colaboração dos camaradas sapadores do batalhão.
Em Maio de 73 foi com a ajuda do furriel António e em Outubro de 73 com a colaboração do furriel Bernardo, já falecido.
Foi no ataque de Maio de 1973, altura em que a ponte era defendida apenas pelo pelotão de Bilibiza, que a Frelimo conseguiu conquistar metade da ponte, originando alguns mortos e feridos nesse pelotão e em que um dos mortos e/ou desaparecido levou uma bazookada de RPG7 quando tentava fugir do abrigo a meio da ponte para os abrigos situados na margem sul.
Desse militar restou apenas um pedaço de camuflado caído no chão em cima da ponte.
Como o Briote escreveu no texto atrás, foi o pelotão dele que depois andou a percorrer as margens do rio na tentativa de encontrar alguns restos mortais do soldado.
A partir desse ataque a ponte continuou a ser defendida durante o dia com o pelotão de Bilibiza e à noite era reforçado com uma secção da 3508.
Foi essa a situação verificada no grande ataque de Outubro de 1973 em que o pelotão de Bilibiza estava reforçado com uma secção do 3º.pelotão da 3508 comandada pelo furriel Vicente.
Como te disse, ouve outros pequenos ataques ao longo dos 25 meses, mas reportavam-se apenas a umas morteiradas lançadas de longe.
Na última de todas, ocorrida em meados de Fevereiro de 1974, estava lá eu com a minha secção e a Frelimo resolveu que não nos ia deixar dormir nessa noite.
De hora a hora, mais ou menos, lançavam uma morteirada que rebentava relativamente afastada da ponte.
Ás duas ou três primeiras ainda respondemos, mas depois eu decidi que parávamos por ali.
Eles continuaram a "brincar" até amanhecer.
Abraço, rapaz".
muito bem....e bom recordar os tristes acontecimentos.....Parabens pelo vossa bravura e desempenho.....eu perdi o meu irmao em fevereiro de 1966 ficou sepultado em Mueda. gostava de falar com alguem que tivesse sido colega dele..........chamava-se..Manuel Miranda Azenha e era da Tocha concelho de Cantanhede.....um forte abraço
ResponderEliminarQual era a companhia do teu irmão e onde estava situada, para eu indagar sobre companheiros dele.
EliminarExiste um grupo no Facebook, ao qual podes pedir a adesão com o nome: PICADAS DE CABO DELGADO.