Mostrar mensagens com a etiqueta guerrilheiros. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta guerrilheiros. Mostrar todas as mensagens

domingo, 6 de dezembro de 2020

Ataque à ponte sobre o Rio Messalo..., por Livre Pensador

 Livre Pensador

21 de Outubro de 2020

Não sei, porque já não me recordo, quanto tempo durou o ataque com tentativa de assalto e golpe de mão à ponte do Messalo.

Mas foi uma batalha muito dura e muito prolongada porque os guerrilheiros da Frelimo iam preparados para conquistar a ponte e destruí-la.

Talvez o
José Lopes Vicente
, que às vezes aparece aqui no Facebook, nos possa dizer quanto tempo durou esse combate e até descrever alguns pormenores ocorridos, uma vez que era ele o comandante da ponte e foi um dos feridos durante a batalha.

O que sei é que os nossos militares se defenderam com coragem, valentia, unhas, dentes, armas e até ... insultos aos atacantes da Frelimo, conseguindo assim repelir o ataque.

No chão ficaram os corpos de 13 guerrilheiros, alguns dos quais tombados já dentro do arame farpado que circundava e defendia a ponte, e que foram por nós sepultados no local.

As nossas tropas sofreram 2 feridos graves e 3 ligeiros.

Nesta foto pode ver-se o material de guerra capturado à Frelimo (faltam as bombas de avião) e que foi: 1 metralhadora Degtyarev, 2 espingardas automáticas Kalashnikov, 5 espingardas Simonov, 2 pistolas, 11 granadas de lança granadas foguete, 25 granadas de mão, 5 carregadores de Kalashnikov, 5 petardos de trotil, 27 pentes de munições Simonov, 5 bombas de avião de 50kg e 1 bomba de avião de 15kg.

Aquele dia 14 de Outubro de 1973 representou uma grande derrota para a Frelimo e uma grande vitória para os militares da Ccav. 3508!

A imagem pode conter: sapatos

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Reencontro de irmãos, por Livre Pensador

 Livre Pensador

BATALHÃO DE CAVALARIA 3878

07/10/2020
Em Julho de 1972, ainda éramos "checas", dois grupos de combate (1º. e 3º.) da Ccav. 3508 partiram para mais uma operação, desta vez na Serra do Mapé, local onde o contacto com a Frelimo era quase inevitável. 

Detetámos um aldeamento com 9 palhotas que foi destruído, após uma breve troca de tiros com os guerrilheiros. 

Prendemos uma mulher e os seus 2 filhos, que se vêm na foto, e apanhámos uma granada de mão. 

A captura desta mulher iria revelar-se surpreendente, para nós militares "checas", por 3 razões:

1ª.) Ao ser apanhada, a mulher correu para abraçar o nosso guia: eram irmãos! 

2ª.) Ao chegarmos à picada, já perto do quartel, pedimos que as viaturas nos fossem buscar. 
Quando estas se aproximavam de nós, a mulher tentava fugir assustada, porque nunca tinha visto um carro! 

3ª.) Um dos filhos tinha um tom de pele mais claro (como se pode ver na foto) e os olhos com traços orientais. 

Conclusão: o apoio da China à Frelimo não era só material ... também era sentimental! 

Tudo isto pode parecer estranho, mas foi na guerra e foi verdade!

domingo, 19 de julho de 2020

Íamos a caminho da Mataca..., por José D'Abranches Leitão

José D'Abranches Leitão 
19/07/2020
Mais uma...
Aconteceu no dia 21 Janeiro de 71. Íamos a caminho da Mataca, numa coluna de abastecimentos, era cerca do meio-dia. 
Já tínhamos picado, debaixo de um sol tórrido, e o Gouveia com o seu "olho de lince" ia na frente, do lado direito da picada, do outro lado o Cabo Abel, com o diagrama na G3 ( Só os cabos usavam os dilagramas.(?)


A coluna avança lentamente e percorridos cerca de 500 metros, numa longa recta, já no Alto do Delepa, o Gouveia deteta um vulto no capim, a 2 a 3 metros da picada. 
Tem uma Kakashi na mão. 
Atrapalhado, o IN, levanta-se e tenta fugir! 
O Abel dispara o dilagrama, mas a granada cai a 4 ou 5 metros à frente, ainda agarrada ao dilagrama que fica enterrado na vertical no matope. 
Tinha chovido muito durante a noite. 
Branco como a cal, o Abel, fica imobilizado e tenta explicar, que a bala que tinha no carregador era a indicada. 
Mas a gaguez, começou nesse dia, a ser a forma de comunicação oral do Abel. 
Mais uma vez, aparece o FMil José Bento, que com toda a calma, vai buscar o diagrama. 
Agarra a granada, e a cavilha. 
Fazendo um gesto para que todos se deitem, atira a granada para bem longe. 
Passados uns largos segundos, ela explode! 
Respiramos fundo. 
O 2 GC, faz uma incursão na mata, e verifica vestígios de que seriam 3 a 4 guerrilheiros, que estariam prontos para fazerem a emboscada. 
Fugiram como ratos, cada um para seu lado. 
Daqui para a frente as cautelas foram redobradas, até avistarmos o GC da 2750, que vinha ao nosso encontro.
Já na Mataca, e ainda muito traumatizado, o Abel tenta explicar "que...que ...que eu vi aqueles olh...olho...olhos gran...grandes a olharem para ...para mim, me ...meu Furriel!!! Só... só se viam...os den...dentes bran... bran...brancos....me meu Furriel!!!
Mais um dia em que a CCav 2752 é poupada!!!
Cont.
José Leitão
CCav 2752

In " Pedaços de memória ...de rajada"
Nota: Como funcionava o "diagrama":
Retirada a cavilha da granada, a alavanca de segurança ficava presa pelo retentor. 
Quando se premia o gatilho da arma e o cartucho era percutido, a acção de gases que se seguia impulsionava o conjunto, lançando-o pelo ar e pela acção da inércia o grampo de armar recuava, partindo o retentor, soltando-se, então, a alavanca de segurança da granada, iniciando-se a combustão do misto retardador e consequentemente a explosão, com fragmentação de todo o conjunto.