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domingo, 6 de setembro de 2015

Eu e a Berliet, por Fernando Bernardes

Fernando Bernardes

Lembro como se fosse hoje na manhã do dia 13 de Junho de 73 saímos de Pemba (Porto Amélia) com destino a Macomia.

Não sei quantas viaturas, apenas que ia um jipe no qual seguia o capelão (padre), uma Berliet, a qual transportava 4 arcas frigoríficas.

Eu seguia na Berliet sentado no taipal com as pernas para fora.
Só lembro o antes, olhei o relógio, acendi um cigarro e não ouvi nem senti nada, acordei uma semana depois no HMN.
A estrada estava a ser alcatroada.~
O Sousa me falou que a Berliet... ficou destruída no fundo de uma ravina, que terão morrido 4 colegas, eu e o transmissões que estava regressando de férias na metrópole, penso que era o Amaral ficamos feridos.
Quando recuperei do coma fui transferido para neurocirurgia.

Ao tentar levantar da cama percebi que apesar de todo esforço, gemendo com dores atrozes, as dificuldades foram muitas.
Mas depois de tanto tentar consegui pôr-me de pé e então percebi que não conseguia mexer os braços, nem as pernas e só arrastando os pés fui conseguindo dar alguns passos.
Na manha do dia seguinte e porque não estava na minha cama, o medico deu-me alta.

Mas como eu falei dos sintomas que sentia, mandou-me convalescer na ilha.
Quando regressei da ilha, altas horas da noite, fiquei no hospital tendo falado com o médico na visita aos doentes do dia seguinte, mandou que fosse fazer raios-x.

As minhas chapas não apareciam, só na terceira vez tendo sido eu próprio a entregar nas mãos dele.
Assim que viu o resultado me disse para marcar consulta de ortopedia.

A minha guerra acabou logo nesse dia.
Ele propôs logo a minha evacuação para Lisboa, onde cheguei no 15 de Agosto de madrugada.

Fomos todos para o hospital da Estrela, na Infante Santo, para mais tarde, depois do médico ter olhado para cada um de nós mandou-nos para casa.

uns dias depois dei baixa ao Hospital de Campolide, Serviço de psiquiatria, depois neuropsiquiatria, até a junta medica me considerar incapaz para todo e qualquer serviço militar depois de 3 anos e meio de tropa.
 
Velhas DE Estremoz Alentejanas
FOMOS BUSCAR OS ÓCULOS PARA LER ESTE ARTIGO. VAMOS PASSAR AO SR DUARTE O COMENTÁRIO.

Duarte Pereira
PELO QUE LI, PARECE-ME UMA MINA SEGUIDO DE DESPISTE DA BERLIET.
HOUVE EMBOSCADA ???  
COM QUE ENTÃO NO TAIPAL DA BERLIET COM AS PERNAS DE FORA ?

José Guedes
DEPOIS DE LER O TEXTO DO FERNANDO BERNARDES E DEPOIS O QUE ESCREVEU O DUARTE FIQUEI UM POUCO CONFUSO,.. PORQUE NÃO ME LEMBRO DE DATAS MAS UM CONDUTOR DA C.C.S. NO REGRESSO A MACOMIA DE PORTO AMELIA TEVE UM ACIDENTE COM UMA BERLIET, EM QUE FOI POR UMA RAVINA ABAIXO E ERA ESSA BARLIET QUE TRAZIA ESSAS ARCAS E EM QUE NA ALTURA SE SOUBE QUE TINHAM TIDO FERIDOS MAS SÓ FALARAM NUM MORTO E ATE DIZIAM QUE ERA DE COR,.. DEPOIS DE LER VEI-O-ME ISSO Á MEMÓRIA, MAS NÃO SEI SE FOI ESSE MAS DO QUE FALA O DUARTE COM UMA MINA NÃO FAÇO IDEIA,.. DA C.C.S. E QUEM SE LEMBRAR O CONDUTOR FOI O DINIS,..

Rui Briote
Desconhecia tal episódio, pois nessa data estava em Alcoitão...vi que também sofreste muito.
Ficaste com sequelas?...