quarta-feira, 12 de novembro de 2014

TRIBUTO ÀS COMPANHIAS OPERACIONAIS - CCAV 3508 - CHAI, por Rui Brandão


Nesta página (que é a nossa...) aproveito a oportunidade para dar a conhecer a admiração que sempre tive por quem combateu e viveu em situação de precaridade de condições de vida elementares.
Sem qualquer tipo de preferência ou "ranking", começo hoje pela Companhia de Cavalaria 3508 CHAI.
Durante o tempo que estive em zona 100% nunca tive a oportunidade de me deslocar ao Chai.
No passado mês de maio de 2012, pude visitar o Chai e embora as instalações já se encontrarem em estado de degradação evidente (incompreensivelmente a Frelimo pouco ou nada aproveitou do que por lá ficou em termos de edificações em alvenaria) e com as explicações do então Capitão Rodrigues que fez parte dessa mesma viagem, deu para perceber o que os militares da 3508 que por lá estiveram passaram. Dificuldades, privações e perigo evidente de guerra que lhes devem ter obrigado a muitas e muitas noites de medo e angústia.
Como eu sei dar valor a isso...
Tenho como memória bem gravada, o ataque traiçoeiro e bem engendrado pela Frelimo, em que começando o ataque em primeiro lugar à ponte do rio Messalo de forma a atrair tropas a sair do quartel, para depois iniciarem um forte ataque ao próprio quartel.
Sofreram mas aguentaram-se!
Publico hoje um recorte de um jornal com a notícia desse mesmo evento.
Um grande abraço para a malta da 3508 do Chai.

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    Jose Capitao Pardal Se esta notícia se refere a Outubro de 1973, não está correta, nem no que se refere aos feridos, nem ao armamento capturado... Estou certo Livre Pensador?...

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    Duarte Pereira RUI BRANDÃO, NÃO ME LEMBRO (NA ALTURA), DE TER VISTO LÁ PELA NOSSA ESTRADA.

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    Rui Brandão E que estrada... Então aquele Monte das Oliveiras, visto agora e à distância no tempo, mete muito respeitinho.
  • Imagino o que cada um de vós não terá pensado cada vez que se aproximavam daquela lomba!!!
  • A minha homenagem e admiração.

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    Duarte Pereira BRANDÃO EU ERA 3509, A NOSSA ESTRADA NÃO TINHA ALCATRÃO E ACABAVA NO (MUCOJO), OCEANO ÍNDICO
  • AQUELA EM QUE VIRAM OS MACACOS NA ESTRADA JUNTO AO ALTO DA PEDREIRA.

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    Rui Brandão Então essa estrada conhecia-a muito bem agora nesta visita a Macomia.
  • Presumo que saibas que ficamos instalados no Resort que está no Mucojo.
  • No entanto, quero partilhar aqui um pequeno segredo.
  • Nos dias de loucura de Macomia (chamava-se na altura cacimbados do clima) quando já tínhamos uns bons meses de comissão e eu já estava "solteiro" (a minha mulher regressou de imediato à Metrópole logo a seguir ao ataque) no Jeep do Alferes Vinagre e após as 5 da tarde, aventurávamo-nos Kms e Kms na estrada para o Mucojo até chegarmos ao local dos macacos e mais adiante ainda.
  • Para dizer que já conhecia um bom bocado dessa estrada.
  • Há que reconhecer que até é um passeio fantástico!!!

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    José Lopes Vicente O meu amigo Pardal tem razão.
  • Nesse dia 14 Outubro de 1973 estava no Messalo por troca com o Miguel para ouvir o relato de futebol Portugal-Bulgária.
  • Ainda hoje recordo o "luar de Agosto" com o cantar dos sapos que comtemplei a meio da noite ao fazer uma "miginha".
  • Neste ataque houve dois feridos ligeiros.
  • Eu mesmo com uma bala que depois de atravessar a parte lateral de um bidon se espetou ao lado do umbigo e por sorte minha só atravessou a primeira pele.
  • E foi mais um soldado que depois do ataque ao fazer o reconhecimento pegou numa pistola deixada pelo IN e ao levanta-la a disparou e se feriu num braço.
  • Lembro e agradeço a operacionalidade dos meus camaradas que fosse quem estivesse no Messalo estavam sempre prontos em ir em sua ajuda.
  • Neste ataque foram mortos 14 elementos IN e foi capturado numero significativo de armamento.
  • Para terminar, claro tivemos a visita do comandante de zona que quis cumprimentar o graduado que estava no Messalo, e cujo elogio foi dizer-me que com o meu ferimento já tinha que contar quando chegasse à Metropole.
  • Filhos da p...
  • Obrigados a todos.

  • Tenho orgulho na amizade de todos.



     

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    Rui Brandão Quero deixar claro que não tenho o rigor da data desta publicação.
  • No entanto percebe-se que ela está relacionada com algo que se terá passado no Chai.
  • Quem lá esteve saberá bem melhor do que eu relacioná-la.
  • Há que ter sempre presente que os jornais publicados em Moçambique eram do mais atrasados que se podia ver como órgão de comunicação social.
  • A campanha Pró Guerra Colonial era permanente (como não podia deixar de ser..)
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    Livre Pensador Amigo Pardal, neste momento não preciso de esclarecer as tuas dúvidas porque o Vicente já o fez e muito bem. Ribeiro.

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    Livre Pensador Amigo Vicente, boa noite para ti e um abraço. Ribeiro.

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    Rui Briote Não me pronuncio sobre esta ataque, pois um mês antes fui vítima dum ataque ao quartel que me deixou pesadas mazelas...

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    sexta-feira, 3 de outubro de 2014

    Para conhecer o Alentejo, por Marília Dis Savtos

    Marilia Dis Savtos
     

    Para conhecer o Alentejo, temos de caminhar pelos campos, pelas estradas terra batida, muitas quase serpenteiam como cobras.
     
     
     
    Temos de cheirar, as ervas aromáticas (margaça, a sálvia, o rosmaninho, mata pulga, alfazema alecrim, os orégãos, a murta, etc..).
     
     
     
    É bom, o contacto com natureza, o seu silêncio, andar no meio do campo, pelas veredas das cabras.
     
     
    Caminhos onde por vezes correm os e riachos e levadas (estes caminhos nunca foram humanizados), onde vegetação é exuberante nos vales, onde crescem os milheirais.
     

    Podemos ainda visitar as aldeias típicas, caiadas de branco com listas amarelas ou azuis, cheias de craveiros nas janelas.
     
     
    Onde as típicas tabernas, ainda existem, onde o vinho ainda fervilha e fermenta nas talhas.