sexta-feira, 15 de maio de 2015

Algum coisa vai mal, não , muita coisa vai mal... neste reino de Portugal, por Leonel Pereira da Silva


O LEONEL PEREIRA SILVA NA SUA PRIMEIRA LONGA METRAGEM.

Leonel Pereira Silva Comentou hoje:

Alguma coisa vai mal, não, muita coisa vai mal, Gilberto Pereira.
Mas esta do abandono a que "todos" os politicos nos deixaram soa até a vingança, como se nós os ex-combatentes não "chicos" tivéssemos tido vontade própria de ser mobilizados.

Deixa-me desabafar o que senti logo no pós 25/4/74, uma vez regressado da guerra a casa dos meus pais, quando percebi que os principiantes de po...líticos que emergiam como moscas perante um monte de excrementos.

Cheguei a temer que esses oportunistas nos perseguissem, ou mandassem, claro.
Poderia, como talvez tu também, relatar aqui casos concretos de ex-combatentes que conheço que vivem situações complicadas assim com os seus famíliares, mas não vou alongar muito este desbafo, no entanto o último que tive conhecimento foi na passada semana dia 12/6, e, como está fresco e também porque me tem inquietado bastante vou partilhá-lo aqui na página.

Estava eu, depois do almoço a tomar o meu cafézinho e a dar uma olhada no jornal numa pastelaria onde vou quase diáriamente, quando na mesa ao lado, 3 pessoas que me pareceram ser um casal mais uma senhora, pessoas que não conheço, nem de vista, de idade ligeiramente superior à nossa e o tema da conversa era precisamente o "stress pós-traumático de guerra", a senhora que não tinha ali o marido, dizia para o casal entre muitas outras coisas que - há muito anos, mas agora duma maneira quase diária e com tanta intensidade e até violência o meu marido não descansa de noite nem me deixa descansar, que além de sonhar e ter pesadelos, que tem noites em que se levanta assustado mais que uma vez, estamos a passar muito mal com a situação - , quando questionada se ele não estava a ser acompanhado pelo médico, ela respondeu que sim mas que ultimamente ele tinha dias que se recusava a tomar qualquer medicamento.


Deu perfeitamente para perceber que é mais um caso entre tantos, e que já está a chegar ao limite do admissível.

Pedi licença para entrar na conversa e sugeri que fossem à liga dos combatentes a Leiria onde ele podia ser atendido e acompanhado por um médico da especialidade, pois sei que outros o têem feito com sucesso.

Desculpem o discurso e mal "amanhado" mas é na senda dos políticos que temos tido até aos dias de hoje.


Um abraço ao Gilberto Pereira e demais amigos aqui da folha.
  • Rui Briote Já comentei este muito bom texto...é para continuar...abraço

  • Velhas DE Estremoz Alentejanas É PRECISO APOIAR OS JOVENS COM TALENTO. CONTINUAMOS À ESPERA DO SR RIBEIRO DO CHAI., LIVRE PENSADOR??? SÓ PENSA PARA ELE !!!
     
  • Gilberto Pereira JÁ LI E COMPREENDO ESSES CASOS, REALMENTE HOUVE CASOS QUE DEIXARAM MAZELAS PARA TODO O SEMPRE E SEM ACOMPANHAMENTO PIOR, MAS NESTE PAIS É ASSIM NINGUÉM QUER SABER DE NINGUÉM, É UMA PORCARIA
     
  • Velhas DE Estremoz Alentejanas AINDA PODERÁ HAVER A REVOLUÇÃO DOS INCONFORMADOS JÁ COM UMA CERTA IDADE.
  • O SR JOÃO NOVO ANDAVA NESSAS LUTAS, AGORA PARECE QUE ANDA A APRENDER A DANÇAR E A TOCAR VIOLA, ENTRE OUTRAS COISAS "MAGANO" !!!
     
  • Rui Briote Estes casos de certeza que aumentarão, pois com o avançar da idade a falta de apoio, aliado à não existência de políticas humanas os desprotegidos vaguearão ao acaso..

Encontro, Almoço e Convívio do Batalhão de Cavalaria 3878


Aqui vos deixo a carta-convite para o Encontro, Almoço e Convívio do Batalhão de Cavalaria 3878, remetida a todos os ex-combatentes daquela unidade, que estiveram em Cabo Delgado (Moçambique), entre 1972 e 1974, nos aquartelamentos de Macomia, Chai e Mataca, cuja realização está a meu cargo, no próximo dia 20/6/2015, na cidade de Estremoz.

Exmo. Sr.
                                                               

Assunto: ESTREMOZ - Almoço Convívio – Batalhão de Cavalaria 3878

Venho convidar-te para que “te apresentes ao serviço” no próximo dia 20 de Junho de 2015 (Sábado), em Estremoz.
- A concentração será às 10,30 horas, junto à Adega Tiago Cabaço Wines na Estrada Nacional 4, em frente a Estremoz (coordenadas 38.832732411972735 / -7.584214210510254), seguida de uma “visita” à Adega.

- Às 12,00 Horas - no Cemitério de Estremoz (saída para Elvas), teremos a Homenagem aos camaradas de armas falecidos (no Talhão dos Combatentes).

- Às 13 horas - Almoço e Convívio no Manjar de Estremoz, Zona Industrial Lote 34, (coordenadas 38.84741811576974 / -7.577905654907227).

- Seguido de FADOS com Manuel Fria, Francisco Azevedo, João Marcelino e Cláudia Pires, acompanhados à Guitarra por Jorge Silva e à Viola por Miguel Monteiro.

- Às 17,30 horas - Lanche de “ração de combate” alentejana.
 


Atualiza os dados pessoais (incluindo email), formaliza a inscrição no destacável abaixo e remete o cheque ou o vale de correio, até ao dia 12 de Junho, para a morada acima.

Nota que as inscrições para o almoço só serão consideradas válidas após pagamento, dada a necessidade de assegurar com o Restaurante, o número correto de refeições.

Se necessitares de pernoitar, a oferta hoteleira em Estremoz é diversificada: Pousada Rainha Santa Isabel, Hotel Páteo dos Solares, Hotel Gadanha, Hotel Imperador, Hotel Alentejano, Pensão Mateus, Residencial Carvalho, Residencial Miguel José e uma variada gama de Turismo Rural e de Habitação, em Estremoz, Borba e Vila Viçosa.



O preço do almoço e lanche é de 30,00 €.

Para quem ficar em Estremoz ou arredores, de 20 para 21 de Junho, proponho excursão a ALQUEVA, com Cruzeiro na Barragem e visita à Vila Típica de MONSARAZ, organizada pelas Rainha Santa Isabel Viagens, onde devem solicitar informações, inscrever e pagar antecipadamente (email: info.estremoz@rsi-viagens.com e telefone: 00351 268 333 228).
Para que a excursão se realize deverá haver, pelo menos, um mínimo de 30 inscrições e o preço por pessoa é de 55,00 € (com cruzeiro e almoço típico incluídos).

Um abraço, boa viagem e cá vos espero, neste lindo Alentejo.


José Capitão Pardal

quarta-feira, 13 de maio de 2015

12 DE MAIO DE 1972 - "OMO 1", por João Novo


Boa noite a todos.
 
 
Eram cerca das 22,30H, do dia em cima indicado, estávamos deitados a passar mais uma noite no mato, quando de repente se ouviu uma rajada sobre as nossas cabeças, e uma delas (balas) raspou no caldeirão onde se fazia a sopa com os elementos liofilizados, quando havia água....
 

Estávamos em plena selva, o reabastecimento dos hélios tinha-se atrasado, devido á queda de um deles, perto de Macomia.
 
 
Encontravam-se naquela local a pernoitar cerca de 600 pessoas, julgo que não estou a exagerar, a tropa fez um circulo, e os cerca de 300 civis que nos acompanhavam, ficaram no interior do mesmo.
 
  
Eu estava junto do Teixeira Alves, do Horácio Cunha, dois homens de transmissões, e dois enfermeiros, era o "pooosssttto ddeeee cccommmannnddddo", como dizia o Teixeira Alves, estava deitado num daqueles colchões de ar, ao lado do Teixeira Alves, e cerca de 1 minuto depois da rajada, começou a morteirada, foi só ouvir e calar, rebentavam muito perto de nós, eram visíveis, tivemos muita sorte nessa noite, durante a morteirada algo de estranho se passava ao meu lado, entretanto tinha despejado o colchão, para não ficar muito alto, em relação ao chão, algo se mexia entre mim e o Teixeira Alves, ainda pensei ser alguma cobra, mas felizmente não era, era o Horácio Cunha a colocar-se entre mim e o T. Alves.
 
 
Passados uns minutos as morteiradas terminaram, e não houve mais nada nessa noite.
 
Faz hoje 43 anos, e está quase na hora.

Um abraço para todos