quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Na apanha do Caju II, por Paulo Lopes

 
Se eu tivesse colocado isto ou todo o capítulo verias que isso foi na sequência de mais uma coluna Mataca / Macomia e sei que nessa altura Armando Guterres, eras tu que comandavas o grupo que depois foi substituir o meu na apanha do Caju!
 
 
Provavelmente o gajo fez-te ir dar uma voltinha quando estavas no quartel e eu na apanha do caju!
 
Mas eu passo essa parte do livro:
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Estava a refrescar-me um pouco com um banho de água, que não lavava nada, quando me vieram chamar para que fosse ao gabinete do Comando.
Quando cheguei já la estavam os furrieis Guterres, Almas e o alferes Louçã.
Este ultimo disse:
— Amanhã temos coluna.
As pontes já estão consertadas.
Não sei como nem porquê, mas essa tarefa coube a Macomia!
 

— A saída, como de costume era às quatro e meia da manhã, portanto providenciem para que o vosso pessoal se encontre preparado a horas.
Mas atenção! prosseguiu: — Preparem-se para outra missão.
Esta coluna é só de ida.
A volta fica para mais tarde!
De Macomia, vamos de imediato seguir para outras paragens, julgo eu para fazer proteção à apanha do caju.


— Por quanto tempo? —Perguntou um de nós como se a quantidade daqueles próximos dias tivessem algo de extrema importância.
— Penso que será até ao fim do mês, mas é melhor contar com vinte ou vinte e cinco dias. Respondeu o alferes continuando: —Isto são ordens do major e como sabem, nunca se sabe o que vai sair daquela cabecinha!!

in "Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis"
paulo lopes

sábado, 15 de novembro de 2014

Compª Cavalaria 3508 - CHAI, por Rui Brandão


Continuo com um momento de homenagem aos militares da Companhia 3508 do Chai.
 
Começo naturalmente por aqueles que estiveram em piores condições, exatamente os soldados.
 
Publico hoje, fotos do que resta da caserna desse homens.
 
Como podem verificar, a Frelimo pouco ou nada aproveitou do que deixámos por lá (também não era assim grande coisa, convenhamos...).
 
Dará para "aproximar" mais as recordações, as más e as boas (claro que também as houve...).

Foto de Rui Brandão.
Foto de Rui Brandão.Foto de Rui Brandão.
Foto de Rui Brandão.
 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

TRIBUTO ÀS COMPANHIAS OPERACIONAIS - CCAV 3508 - CHAI, por Rui Brandão


Nesta página (que é a nossa...) aproveito a oportunidade para dar a conhecer a admiração que sempre tive por quem combateu e viveu em situação de precaridade de condições de vida elementares.
Sem qualquer tipo de preferência ou "ranking", começo hoje pela Companhia de Cavalaria 3508 CHAI.
Durante o tempo que estive em zona 100% nunca tive a oportunidade de me deslocar ao Chai.
No passado mês de maio de 2012, pude visitar o Chai e embora as instalações já se encontrarem em estado de degradação evidente (incompreensivelmente a Frelimo pouco ou nada aproveitou do que por lá ficou em termos de edificações em alvenaria) e com as explicações do então Capitão Rodrigues que fez parte dessa mesma viagem, deu para perceber o que os militares da 3508 que por lá estiveram passaram. Dificuldades, privações e perigo evidente de guerra que lhes devem ter obrigado a muitas e muitas noites de medo e angústia.
Como eu sei dar valor a isso...
Tenho como memória bem gravada, o ataque traiçoeiro e bem engendrado pela Frelimo, em que começando o ataque em primeiro lugar à ponte do rio Messalo de forma a atrair tropas a sair do quartel, para depois iniciarem um forte ataque ao próprio quartel.
Sofreram mas aguentaram-se!
Publico hoje um recorte de um jornal com a notícia desse mesmo evento.
Um grande abraço para a malta da 3508 do Chai.

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    Jose Capitao Pardal Se esta notícia se refere a Outubro de 1973, não está correta, nem no que se refere aos feridos, nem ao armamento capturado... Estou certo Livre Pensador?...

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    Duarte Pereira RUI BRANDÃO, NÃO ME LEMBRO (NA ALTURA), DE TER VISTO LÁ PELA NOSSA ESTRADA.

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    Rui Brandão E que estrada... Então aquele Monte das Oliveiras, visto agora e à distância no tempo, mete muito respeitinho.
  • Imagino o que cada um de vós não terá pensado cada vez que se aproximavam daquela lomba!!!
  • A minha homenagem e admiração.

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    Duarte Pereira BRANDÃO EU ERA 3509, A NOSSA ESTRADA NÃO TINHA ALCATRÃO E ACABAVA NO (MUCOJO), OCEANO ÍNDICO
  • AQUELA EM QUE VIRAM OS MACACOS NA ESTRADA JUNTO AO ALTO DA PEDREIRA.

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    Rui Brandão Então essa estrada conhecia-a muito bem agora nesta visita a Macomia.
  • Presumo que saibas que ficamos instalados no Resort que está no Mucojo.
  • No entanto, quero partilhar aqui um pequeno segredo.
  • Nos dias de loucura de Macomia (chamava-se na altura cacimbados do clima) quando já tínhamos uns bons meses de comissão e eu já estava "solteiro" (a minha mulher regressou de imediato à Metrópole logo a seguir ao ataque) no Jeep do Alferes Vinagre e após as 5 da tarde, aventurávamo-nos Kms e Kms na estrada para o Mucojo até chegarmos ao local dos macacos e mais adiante ainda.
  • Para dizer que já conhecia um bom bocado dessa estrada.
  • Há que reconhecer que até é um passeio fantástico!!!

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    José Lopes Vicente O meu amigo Pardal tem razão.
  • Nesse dia 14 Outubro de 1973 estava no Messalo por troca com o Miguel para ouvir o relato de futebol Portugal-Bulgária.
  • Ainda hoje recordo o "luar de Agosto" com o cantar dos sapos que comtemplei a meio da noite ao fazer uma "miginha".
  • Neste ataque houve dois feridos ligeiros.
  • Eu mesmo com uma bala que depois de atravessar a parte lateral de um bidon se espetou ao lado do umbigo e por sorte minha só atravessou a primeira pele.
  • E foi mais um soldado que depois do ataque ao fazer o reconhecimento pegou numa pistola deixada pelo IN e ao levanta-la a disparou e se feriu num braço.
  • Lembro e agradeço a operacionalidade dos meus camaradas que fosse quem estivesse no Messalo estavam sempre prontos em ir em sua ajuda.
  • Neste ataque foram mortos 14 elementos IN e foi capturado numero significativo de armamento.
  • Para terminar, claro tivemos a visita do comandante de zona que quis cumprimentar o graduado que estava no Messalo, e cujo elogio foi dizer-me que com o meu ferimento já tinha que contar quando chegasse à Metropole.
  • Filhos da p...
  • Obrigados a todos.

  • Tenho orgulho na amizade de todos.



     

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    Rui Brandão Quero deixar claro que não tenho o rigor da data desta publicação.
  • No entanto percebe-se que ela está relacionada com algo que se terá passado no Chai.
  • Quem lá esteve saberá bem melhor do que eu relacioná-la.
  • Há que ter sempre presente que os jornais publicados em Moçambique eram do mais atrasados que se podia ver como órgão de comunicação social.
  • A campanha Pró Guerra Colonial era permanente (como não podia deixar de ser..)
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    Livre Pensador Amigo Pardal, neste momento não preciso de esclarecer as tuas dúvidas porque o Vicente já o fez e muito bem. Ribeiro.

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    Livre Pensador Amigo Vicente, boa noite para ti e um abraço. Ribeiro.

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    Rui Briote Não me pronuncio sobre esta ataque, pois um mês antes fui vítima dum ataque ao quartel que me deixou pesadas mazelas...

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