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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Uma Guerra Deprimente..., por José M. Dionísio

Uma Guerra Deprimente...

MOTE

D’uma guerra deprimente
No antigo território Colonial
Na minha geração era normal
Ser herói/mártir noutro Continente


1
Fazer a vida militar
era uma obrigação,
pois na minha geração
não havia volta a dar,
todo o jovem lá ia parar
e dizer estou presente,
fosse saudável ou doente
só livre da tropa ficava
se alguém influente o safava,
D’uma guerra deprimente

2
Não se tinha a percepção
em nossa plena juventude,
não víamos na plenitude
os perigos que à frente estão.
Às vezes não dávamos razão
ao que era substancial,
por vezes levávamos a mal
aos conselhos que nos davam,
sobre os perigos que grassavam
No antigo território Colonial

3
Todos temos na lembrança
do tempo que durou a guerra,
muitos, longe da sua terra
em África marcavam presença,
com receio e com esperança
para nada correr mal,
era essa a questão essencial
chegar ao “Puto” são e salvo,
ir à guerra e ser um alvo
Na minha geração era normal

4
Ao estadista falta sensibilidade
tanto hoje como outrora,
nesse aspeto não há melhora
essa é a pura realidade.
Há falta de sensibilidade
sem dar valor à “Gente”(1),
era assim que antigamente
acontecia aos jovens de então,
fosse fraco ou valentão
Ser herói/mártir noutro Continente

(1),- Jovens que no meu tempo,
lutaram em terras de África

José M.Dionísio, Ago._2004

quarta-feira, 4 de junho de 2014

HOMENAGEM AOS HOMENS DESTE BATALHÃO, por Maria Faria

Eu chamaria a este texto da Maria Faria, filha do nosso camarada de armas, José Faria: AMOR DE FILHA.

Infelizmente, neste nosso cantinho à beira mar plantado, só mesmo os filhos ou as esposas, pela vivência e pelo que ouviram ao longo da vida, dos "veteranos de guerra", sabem dar o valor adequado, ao que estes sofreram em África e em Portugal pelo que viram sofrer e sofreram também.

Bem hajas, Maria Faria...

HOMENAGEM AOS HOMENS DESTE BATALHÃO
 
Queria deixar aqui umas palavras de homenagem ao batalhão 3878...
 
Sou filha de um dos vossos conhecido e queria ter feito esta dedicatória este ano no vosso encontro mas não foi possível ir.
 
JOSE FARIA é o meu pai...
Foram muitas as histórias que ouvi durante a minha infância e não só...
 
Momentos que o meu pai passou com muitos de vocês, uns bons, outros maus, sendo todos eles marcantes e únicos que lembraram para toda a vida!...

Corrijam-me se for injusta ou estiver enganada em algo, mas fui e sou uma mera espectadora, e ouvinte daquilo que vocês heróis desse tempo passaram.

Arrancaram-vos das vossas famílias, casas, a vossa juventude em prol de uma guerra que não era vossa e mandaram-vos para lá, numa imensidão desconhecida...
E lá vocês não perderam só amigos, parceiros ou conhecidos...
Também perderam uma parte de vós: ingenuidade, sonhos e alguns até a própria vida.
 
Durante meses foram a família, o apoio, a esperança uns dos outros, tentando sobreviver, não só fisicamente, mas psicologicamente, pois as feridas do corpo por muito graves ou demoradas que fossem tinham cura... mas as da alma essas sim ficariam para sempre gravadas, não só nas vossas memórias como nos vossos corações!!

Foram muitas as atrocidades que viram, outras que não conseguiram impedir, assim como outras tantas ,que alguns tiveram de fazer també
m...

Tudo isso em nome de um país que não teve problemas em sacrificar-vos e que logo a seguir vos deixou à vossa sorte, sem apoios de nada, mesmo sabendo que os homens que foram não eram os mesmos que voltaram...

Esqueceram-se dos heróis que outrora lutaram não só pelo nosso país, como pela própria vida ou então acharam que tudo de mau que viram e passaram ficou lá juntamente com os destroços!!...

Muitos de nós filhos não sabem o verdadeiro valor que vocês deram ao nosso país ou à causa...


Por isso e por muito mais que pudesse dizer não seria o suficiente para agradecer e enaltecer a vossa prestação.


Quero deixar aqui não só o meu sincero OBRIGADO, como também a minha admiração pelo que foram, fizeram e ainda o fazem dando-nos o melhor de vós apesar de tudo o que perderam!!...

UM BEM HAJA A TODOS.....

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Machibombo, por Paulo Lopes



Bom dia! Por aqui, Sesimbra, está bom para a praia mas...
eu não vou!

Vou apenas beber a minha bica e esperar pelo almoço!


No entanto deixo-vos uma curiosidade que possivelmente não será novidade:

Sabiam ?
Machimbombo é uma palavra bem portuguesa que significa elevador mecânico, mas que caiu totalmente em desuso....


 Machimbombo da Bica, Machimbombo do Lavra … ficava realmente muito feio.
 

O Machimbombo da Estrela é o antecessor do elétrico 28, sempre cheio de turistas e ladrões e que muitos de nós utilizámos e eventualmente ainda o fazemos esporadicamente.



Além do texto ser muito curioso fique-se então a saber que machimbombo não é uma palavra com origem em África, mas que já se usava em Portugal no início do século XX (anglicismo: MACHINE PUMP).


Até logo e bom apetite!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

E assim começa o livro, por Paulo Lopes


 
 
Rui Briote! Nem eu e já escrevo (para mim, principalmente) há muito tempo e, neste meu livro que uma plateia restrita leu e que agora, a conta gotas, os meus companheiros de "guerra" vão tendo a paciência de ler, começo por dizer:
Como é evidente, tod
os os nomes constantes neste romance (se for esse o titulo que se lhe possa ser atribuído) são inventados, assim como também tudo o resto, e o resto nem sempre é tudo o que sobra, porque sobra ainda a veracidade das cidades, vilas, lugarejos e pontos esquecidos nos mapas convencionais.

Tudo o que poderá parecer ,não o é, e será isso sim, uma pura e simples coincidência.

Coincidências aplicadas a nomes de tantos jovens feitos homens prematuros que já não podem; não querem; ou não conseguem, ler estas palavras que descrevo.
 
Digo eu que tenho, quando em vez, de dizer coisas.

Não sou escritor, porque a capacidade para tal está tão longe como África.

Apenas e ao longo de anos, juntei folhas rascunhadas, rasguei e voltei a rascunhar, dando origem a este amontoar de frases que, unidas, têm a intenção (pensamento secreto e reservado) de ser uma simples crónica transformada em livro!

 
Apenas e somente isso:
intenção (pouca).

E assim começa o livro.