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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Um desabafo: Ainda hoje conservo um sentimento de revolta, por Paulo Lopes


Paulo Lopes

Amigo e companheiro Rui Briote, desculpa a minha ousadia (provavelmente repetida) mas deixa-me responder ao teu comentário à minha maneira apenas para te dizer que tudo isto não é de agora e que, enquanto não vier uma "liberdade" a sério, tudo continuará na mesma venha quem vier para o comando do bicho chamada "poder".
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Ainda hoje conservo um sentimento de revolta que me obriga a não perdoar e desconfiar de todo e qualquer politico ou governante.
Jamais esquecerei que, à custa do sangue, do medo sofrido, da deterioração cerebral, do desgaste psíquico e até da própria vida de muitos jovens, andam hoje, a ser aplaudidos, levados em ombros e até adorados, nomes que foram potenciais causadores de todo um quadro degradante, de todos estes anos perdidos, de tantas vidas desfeitas.
Nomes que voam por cima.
Que aparecem nas primeiras páginas dos jornais, revistas e noticiários como grandes heróis, salvadores de um povo, lavradores de uma independência!
Gentalha podre de rica à conta de cambalachos e corrupções, de esmagamento de vidas alheias, de prepotências desmedidas, que ironicamente, hoje são, grandes comunistas, socialistas, sociais-democratas, revolucionários, esquerdistas, direitistas e do que mais estará para vir, que eles mesmo — sempre os mesmos— inventarão.
Enfim, grandes e fervorosos defensores da democracia, dos direitos dum povo, da paz dos portugueses e do mundo!...
Filhos da p...!
Contudo, e o que me faz ainda doer mais, é que estes senhores, civis ou ainda militares, donos do mundo e da vida, continuam e continuarão a ser sustentados e levantados aos céus por aqueles que outrora perderam a juventude servindo os interesses de quem nunca se interessou por eles.

Portugal viu partir muitos soldados.
Uns nunca mais voltaram.
Outros regressaram feridos na alma e no corpo.
Outros ainda, como grandes heróis que nunca foram.
Grandes combatentes de batalhas que nunca sentiram.
Expoentes máximos no conhecimento de guerrilha que heroicamente travaram nos cafés e esplanadas das diversas cidades Moçambicanas.

Os muitos que realmente foram verdadeiros heróis, com todo o seu medo de combater, com todo o seu receio de ter que disparar a sua arma, com todos os sentidos em pleno desespero, com toda a sua virtude de voltar costas à guerra, passam despercebidos no meio da multidão que corre loucamente, não para acarinhar os jovens que já esqueceram que foram jovens, mas sim, para aplaudir e dar vivas a uma qualquer miss de Portugal, ou uma qualquer equipa de futebol que, algures, nesse mundo que transborda paz e alegria, obtiveram um lugar de destaque.
Multidão que corre a aplaudir e festejar vitórias de todos esses partidos políticos que existem no nosso Pais a beira-mar plantado, comandados por senhores tão democráticos como os de outrora.

Tudo o que para trás ficou escrito serve apenas para homenagear todos aqueles desventurados que, sem saberem a razão, tombaram na defesa da mentira dos poderosos.

Também não passa dum forte abraço a todos os heróis sem medalhas, que, perdidos no tempo e na memória, passam despercebidos, sem histórias mal contadas para dizer.

Quero aplaudir todos aqueles que determinadamente convictos, conseguiram fugir a muitas ordens dadas por desmedidos animais ao serviço do poder.

Quero coroar todos os que, à maneira de cada um, foram suficientemente heróis para dizer NÃO a muitas operações, fugindo delas como podiam, não acatando ordens daqueles que nunca estavam no local para as poder fazer cumprir.

in “Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis”
paulo lopes

quarta-feira, 25 de junho de 2014

As comadres no Face, por Duarte Pereira


segunda-feira, 14 de Abril de 2014

QUARTO DIA

Este será o quarto dia que escrevemos no nosso "blog".

A inspiração anda fraca.
Acompanhamos o Face do Batalhão de Cavalaria 3878
Moçambique 1972/74....
 
Algo se passa naquela página, anda a perder o fulgor.
Agora com as férias da Páscoa ainda deve ir mais abaixo.
 
Nós, as Comadres, lá vamos tentando puxar por aquela malta.
Comentando, provocando, maldizendo.
 
Mas, andam lá uns cordeirinhos que às vezes e com grande esforço, lá vão clicando no "gosto" ou "like" ou lá o que é aquilo.

Já falámos de vários assuntos, que quase ninguém comenta.
Só nos querem sanear.
Somos a voz do povo, não a voz de Deus, mas aqueles "ateus" não nos ligam nenhuma e não seguem os nossos conselhos de "jovens" que já curtiram a vida e podem ensinar muita coisa. 

Vamos acabar por hoje,
Beijinhos para todos.
 
(AS COMADRES)

domingo, 20 de abril de 2014

AS COMADRES III, por Duarte Pereira


Duarte Pereira

BOM DIA COMADRE, COM ESTE CALOR AQUI SENTADINHAS ATÉ APETECE ABRIR UM POUCO AS PERNAS.
NÃO ARRISQUE, O JOÃO MARCELINO DEVE ANDAR POR AÍ E TEM FAMA DE MULHERENGO.
 
COMADRE NÃO HÁ PERIGO QUE A NOSSA FOTO SÓ APANHA A PARTE DE CIMA.
 
AFINAL O QUE SE PASSOU DE MAIS INTERESSANTE NESTES ÚLTIMOS DIAS?
 
OLHE COMADRE, APARECERAM UNS FILMES LÁ DA GUERRA DELES E HÁ UMA ESTREIA DO RUI BRIOTE, A QUEM O LUÍS LEOTE DEU OS PARABÉNS AO CAPITÃO.

 
COMADRE, MAS QUE GRANDE CONFUSÃO.
 
TAMBÉM TEM HAVIDO MUITA MÚSICA, DAQUELE MOÇO DE SESIMBRA, COM MUITA VIBRAÇÃO.
OS TACHOS E PANELAS NÃO PARAM DE TREPIDAR NA COZINHA.

 
 
E A COMADRE TEM PERCEBIDO AQUELAS FRASES MATINAIS COM COISAS PARA SE PENSAR?? 
OLHE COMADRE, EU OLHO PARA AQUILO E FICO A PENSAR, QUE CADA UM PODE DAR O SEU SIGNIFICADO E ALGUNS ATÉ POR CIMA PODEM PASSAR. 
 
O QUE É QUE TEM HAVIDO MAIS?? 
OLHE, TENHO VISTO UMAS BELAS PALAVRAS DO MARCELINO, QUE DE VEZ EM QUANDO DEVE APANHAR SOL A MAIS.
 
DAQUELE RAPAZINHO DA PRAIA DA CALIFÓRNIA, QUE JÁ COMEÇOU A ENCOLHER A ESCRITA.


 
POIS É COMADRE, POUCOS DEVIAM TER PACIÊNCIA PARA LER AQUILO TUDO, COM ALGUMAS PALAVRAS POUCO CONHECIDAS-
AGORA ANDA COM A "ASCENSÃO".
COM A "ASSUNÇÃO" QUAL?
A GALINHA COM "CRISTA"???
É ALGUMA MOÇA CÁ DO POVO.
 
ADIANTE, O CAPITÃO PARDAL LÁ CONTINUA A ENCHER O "GALINHEIRO DO BLOG".
GALINHEIRO??
SIM COMADRE, QUEM "PIA" MAIS UM BOCADO VAI LOGO LÁ PARAR DENTRO.

 
 
E QUE MAIS COMADRE?? 
TERÁ DE FICAR PARA OUTRO DIA, TENHO DE IR DEPENAR UMA GALINHA PARA O ALMOÇO. 
 
COMADRE, NÃO ACHA QUE OS NOSSO MARIDOS APARECEM POUCO.
 
SABE LÁ, PARECE QUE ANDAM A TIRAR UM "MESTRADO", MAS É CÁ UM CHEIRO A VINHO TINTO.

 
 
O MEU MANEL FALA EM "ESCANÇÃO", MAS ELE NÃO CANTA NADA?
 
ATÉ LOGO COMADRE.
ATÉ MAIS LOGO.
 

sábado, 19 de outubro de 2013

Poema In "O Povo, Poesia em Movimento", do Paulo Lopes

 
Faço o meu comentário com extratos espaçados e aleatórios de um poema muito extenso que escrevi na minha tenra idade e que deu o nome a um livro de poesia, quando alguém me alertou, que existia a ditadura e censura (livro com poemas escolhidos entre 1967 / 70) capaz de me criar sérios problemas.

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Em passo de dança
em saltos de galgo
o povo dança não cansa
o povo corre não morre
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E o povo chora calado
não grita
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Nos lábios calados do povo
foge o sorriso
nasce a tristeza
passam as lágrimas
vindas do fundo
de ruas esfomeadas

Mas o povo vai à festa
e canta
e dança
e aplaude

Manda flores
em vez de pedras
beija as mão
em vez de morder
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E na festa
bebe o suor
come os minutos
sofre a dor
de mais uma guerra perdida
com palavras inativas
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E o bolor apodera-se do corpo
e a humilde carcaça do povo
encosta-se ao osso
enquanto crescem barrigas.
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E as águas as aves o vento
e o povo num choro calado
gritam poesia em movimento.

Claro que muitos críticos, uns de meia tigela, outros de tigela inteira dirão (e quiçá com muita razão) que isto não é poesia, é um amontoar de palavras sem sentido.
Mas são palavras minhas, que saíram de quem sempre andou ao sabor das suas próprias ideias sem nunca se ter deixado (nem por toda esta cambada que se aproveitou desde Abril 74 para brincarem aos democratas, socialistas e comunistas) manipular por politiquice.
Tenham paciência mas eu, quando escrevo, não finjo que escrevo e percebo muito bem todas as linhas escondidas nos textos e contextos (só que, por vezes, não ligo).


in "O Povo, Poesia em Movimento"
Paulo Lopes