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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

14 de Outubro de 1973, ataque com mísseis 122 mm..., por Livre Pensador

 

14 de Outubro de 2020
 
14 de Outubro de 1973.

Foi precisamente há 47 anos que os militares da Ccav. 3508 acordaram às 4,30h da madrugada com o som duma violenta explosão.

De imediato se percebeu que a guarnição da ponte do Messalo estava a ser atacada.

Rapidamente se formou uma coluna com um grupo de combate para ir em auxílio dos camaradas da ponte, distante 10 km do Chai.

Cerca de 2 kms. após o quartel sofreram uma emboscada, felizmente sem danos pessoais.

Esta teve apenas a pretensão de atrasar o socorro à ponte do Messalo.

Ainda a coluna se debatia com a emboscada quando rebentou o ataque ao quartel do Chai com morteiro 82 mm, canhão sem recuo e míssil 122 mm.

Toda a companhia estava debaixo de fogo, simultaneamente em 3 frentes.

Cada foguetão 122 mm que caía nas imediações do quartel fazia estremecer toda a estrutura das construções.

Felizmente apenas um foguetão caiu dentro do quartel, destruindo uma grande parte do refeitório e deixando inoperacional um dos obuses que nos defendiam.

Nesta foto pode ver-se uma pequena ponte que existia cerca de 200 metros antes da ponte do Messalo e que a Frelimo tentou destruir com a explosão que provocou às 4,30 horas, com a pretensão de impedir a chegada do apoio aos camaradas que defendiam a ponte do Messalo, uma vez que o seu (da Frelimo) objetivo era conquistar a ponte, através dum golpe de mão, para procederem à sua destruição.

Felizmente que, apesar do estrago feito e que é visível, não impediu a passagem das viaturas.

A imagem pode conter: ar livre

domingo, 6 de dezembro de 2020

"Supositórios" de canhão sem recuo..., por Livre Pensador

 Livre Pensador

Nesta foto podem ver um dos "supositórios" de canhão sem recuo com que a Frelimo "brindou" a Ccav. 3508 no ataque realizado na madrugada de 14 de Outubro de 1973.

Caiu junto da vedação do quartel, mas para sorte nossa não explodiu.

A tarefa de o fazer explodir ficou reservada para mim no dia a seguir.

Para os menos informados nestes assuntos posso adiantar que o comprimento deste "supositório" era ligeiramente superior a 1 metro!!!
Nenhuma descrição de foto disponível.

sábado, 10 de outubro de 2020

A bordo do navio Niassa..., por José Monteiro

Quase Diário ( 2 )
13 de Abril de 1967

Segundo dia a bordo do navio Niassa, misto de passageiros e de carga. 
Vou conhecer esta minha casa flutuante. 
Já só vejo água por todos os lados, vou á popa e apanho com vento que me sabe bem, a ondulação ainda se suporta. 

Camaradas da minha secção, aqueles com quem o relacionamento é mais constante, dizem-me para " visitar " o seu local de aposento. 

Espreito pelo buraco, onde normalmente vão mercadorias, que está dividido em três andares, onde os soldados pernoitam.
São, na verdade, condições degradantes e desumanas. 
Não se vive no escalão social mais baixo de qualquer sociedade e o exército, em muitas situações, não escapa a isso.

Por mim, na classe de sargentos, não tenho razão de queixa. 

Dormi e comi bem e sempre superior a qualquer quartel por onde passei. 

Os tripulantes eram simpáticos e havia, no meio daquela juventude, uma senhora, já com idade em relação a nós, uma enfermeira civil.

Hoje à noite está anunciado cinema, " esplendor na relva " de Elia Kasan, com Warren Beatty e Natalie Wood. 

Tenho que aproveitar para o tempo passar.



quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Este casal de "cromos"..., por Livre Pensador

 Livre Pensador

30/09/2020

Este casal de "cromos" apareceu uma ou outra vez no quartel do Chai a pedir para falar com o comandante. 


Iam sempre devidamente "armados"! 


Ela "armada" com um frango que oferecia ao capitão. 


Ele "armado" com um garrafão vazio, para ser cheio com "água de Lisboa" (vinho), por troca com o frango. 


Aqui está o capitão Rodrigues a aturar os dois "artistas"!

A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé, sapatos e ar livre

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Uma quinhenta..., por Livre Pensador

 Livre PensadorBATALHÃO DE CAVALARIA 3878

 
Os militares da Ccav. 3508 também faziam ação psicológica no Chai.

Nesta foto, estou a distribuir uma quinhenta (50 centavos na época) por um grupo de crianças que habitualmente andavam pelo quartel. 

NOTA IMPORTANTE: as quinhentas eram minhas, não eram da companhia!!!!

domingo, 19 de julho de 2020

Só escrevo sobre a 3509 ???..., por Duarte Pereira

Lá vou eu para o feed de notícias.
Faltava a última parte da odisseia que escrevi sobre a 3509. 
Só escrevo sobre a 3509 ???
SIM, SIM- Na altura não havia a 3510 . 
==========
Abaixo a tenda do comando. 1ª foto
As tendas de terceira geração :) 
Do lado esqº da foto podem ver uma com avançado frontal e lateral e tecto G.T.


Vivendas para graduados. 
Não pagavam I.M.I. :) 
Com canas na lateral para fazer de ar condicionado . :)
Um abrigo para protecção de ? 
Do sol ? 
Só agora é que descobri que estão três cães na foto.
Eu chamava-lhe "Dick". 
Não era só meu, mas eu devo tê-lo ensinado a nadar no Mucojo.



Uma pequena provocação para os " homens do cajado ". 
Como é que as obras poderiam seguir a sua marcha se andavam lá "pastores" do 2º pelotão a tomar conta "daquilo". 
Alguém os consegue identificar ? 
"BIBA VIANA DO CASTELO" :)

Estávamos nós "muito quentinhos" no Alto da Pedreira, ora com as botas engraxadas, com lama ou sujas com poeira.
O posto de transmissões "aqueles chatos" é que nos diziam se teríamos de fazer alguma coisa.
Se dependesse de mim teria fechado o " posto" e ficaríamos lá de "férias". 
Quando nos instalaram lá, a estrada ainda deveria estar um bom bocado para trás. 
Nas chuvas fortes as manilhas em metal saltavam debaixo da estrada e cortavam-na e lá tínhamos de recuar. 
Estávamos num local mais alto que a estrada, logo mais arejado.
Sofríamos muito com o apetite. . 
Acho que a maior parte das refeições eram à base de guisados. 
Começava a dar o cheiro e a malta a ficar inquieta. 
Quase que era precisa a polícia de intervenção.
Quando da nossa passagem no aldeamento de Nambine já se preparavam novas estratégias para vigiar a estrada. 
Reparem na G-3 no braço direito. 
Constavam que as bicicletas não accionariam as minas anti carro. 
Quem será o ex militar ? 
"BIBA VIANA DO CASTELO" :)
Confesso que sempre tivemos a máxima confiança nas transmissões. 
Havia alguém em Macomia que estava 24 H atento.
24 sobre 24 H a beber café a apoiar os seus homens de transmissões. 
Eu disse café ? 
Desculpem.
O que se podia fazer no Alto da Pedreira com este quadro.? 
A única hipótese era rezar.
Inspirei-me na missa da Pedreira onde não estive presente. 
O vinho do padre poderia ter desaparecido :) .
Havia uma rampa com uma inclinação considerável que dava à estrada.
Para a direita era Macomia, para a esquerda Mucojo. 
Podia na altura ter-me lembrado de pôr umas setas, para a malta não se enganar.
Em direcção ao Mucojo o terreno deixava de ser "matoposo" de matope e começava a ficar arenoso e mais compacto.
No caminho havia o aldeamento do Cha-la-laga, ou parecido.
Na altura das mangas maduras era só subir para a Berliet. 
Nunca dei por reclamações dos habitantes. 
Comendo algumas e a barriga começava a agitar-se. 
Como nunca tinha havido minas naquele percurso era sempre a abrir. 
A mata ia-se afastando e havia mais visibilidade, aparentando segurança. 
Lá apareciam os coqueiros, palmeiras e outras árvores que não me recordo o nome. 
Alguém pensava que estávamos em guerra?
Moral da história.
Um convite para haver " desenfianços ".



A praia estava à nossa espera. ( PODERÁ CONTINUAR).....
SERIA A EXPRESSÃO DAS GIRAFAS SE LÁ ANDASSEM :)
Como alguns de vós deverão saber, tive duas "guerras". 
A de 1972 e a de 1973 até Março de 1974.
Seria injusto da minha parte não partilhar estas narrativas com mais ex combatentes da minha companhia. 
1972 - 4º pelotão com o comando do Américo Coelho (amado por todos). 
Com a minha patente, o Fernando Lourenço (amado por uns, odiado por outros) :) 
Eu? 
Os outros que respondam :) 
O Américo Coelho com a sua responsabilidade das bases, quando não andávamos em operações ou colunas. 
O Fernando Lourenço e eu, mais nas " voltinhas". 
Curiosidade: Nunca vi uma foto do Americo Coelho no Mucojo. 
Os soldados? 
Paciência sem limites para com os seus graduados. :) 
Pensava para comigo. 
Isto de ser comandante de uma base tem muita burocracia. 
O Americo Coelho escrevia de dia e de noite até adormecer. 
Mais tarde descobri que eram aerogramas para a sua noiva, e depois mulher, quando ele ainda estava na Pedreira, residente em Coimbra :)
1973? 
Fica para o próximo artigo. ( PODERÁ CONTINUAR).

OS INSURRECTOS
Tudo se deve ter passado em 1973.
Quem em Macomia, "mijava fora do penico", ou era embrulhado em "papel azul", ou por ordem do Alvega, seguia deportado para o Alto da Pedreira, por um período de 15 dias (pelo menos).
Alguém na base devia incluí-los nos serviços de protecção, patrulhamentos e escalados para a vigilância nocturna. 
Só me lembro do Américo Condeço, que falou noutro ex-militar que não me recordo de o ver por lá. (mas eu também fui de férias).
Mas... houve um "castigado" que marcou a gastronomia dos graduados.
O 1º Sargento Silva, que diziam que tinha alguns "dotes", mas de culinária percebia ele e com condimentos indianos.
Levou um malão de madeira cheio de especiarias.(ÍNDIA). 
O prato que nunca esqueci. 
Ovos escalfados com ervilhas e não me lembro se teria uns pedaços de carne.
O Fernando Lourenço, já tinha falado em cabrito, que estava uma especialidade que não me recordo. Deve ter feito, javali, gazela, galinha de mato, galinha normal e peixe fresco de várias maneiras, mas só os ovos escalfados me ficaram guardados na memória.
Por que deve ter sido em 1973. 
A "vivenda" dos graduados já estaria construída. 
Era no alpendre que o restaurante estava montado.
Foi também nesse ano que a Berliet se ia "afogando" no mar do Mucojo e o Américo Condeço chegou a dar mergulhos de cima da mesma, para dentro de água. 
Lembro-me de recebermos outras "altas entidades de Macomia. 
Só poderiam sair com o capitão. 
Enfermeiro e transmissões. 
Se o capitão estava de baixa, lá devem ter aparecido "desenfiados". 
Refiro-me ao Horácio Cunha , João Novo e (António Encarnação.)
Está quase a acabar esta longa narrativa de parte que me lembro da vida da 3509 e nem sequer vou falar o que andámos a fazer no Mucojo nesses mais de dois anos.
No último texto irei pôr por perto o vídeo do Fernando Lourenço, único documento filmado para aqueles lados.
(VÃO ESTANDO ATENTOS- EU SÓ APAREÇO NA ÚLTIMA IMAGEM A TENTAR AGARRAR NUMA CABRA OU CABRITO). 
Grande "amigo", o Fernando Lourenço :) 
(NÃO ME LEMBRO ONDE ARQUIVEI O VÍDEO OU O FILME).

NOTA FINAL: Alguém da 3509 que eventualmente passe por aqui, agradeço que me informem se o Fernando Anjos da secretaria também terá passado por aqueles lados. Obg.
Em fins de 1972 fui "despedido" do 4º pelotão, devo ter tido parecer positivo do Américo Coelho. :) 




O Fernando Lourenço, uns tempos depois, foi com uma secção dar formação e comandar uma base de milícias no Mucojo. 
Comandante em Chefe do Exército Português naquele paraíso. :) 
Nota- Mas parece que nem tudo foram rosas. 
O 4º pelotão não mais deverá ter sido o mesmo .
A mim "ofereceram-me" o 3º pelotão que estava sob a responsabilidade do saudoso José Augusto Madeira.
Se fiquei feliz? 
"Muito"! 
Já podia mandar os alferes à "merda" sem ter uma participação. :)
Tudo corria nos "conformes" até Setembro, altura em que "caiu" no pelotão o Manuel Cabral, em rendição individual. 
Como em Macomia não dormia no quartel e o Manuel Cabral, ainda não estava integrado, "alinhávamos" os dois nessas folgas. 
O Madeira continuava com o seu núcleo de amigos dentro do quartel.


sábado, 28 de março de 2020

Recruta no destacamento da EPC em Santarém, por Livre Pensador

Livre Pensador
26/03/2020

Bom dia para todos.

Quem de nós passou pela recruta no destacamento da Escola Prática de Cavalaria em Santarém, decerto que se lembra dum dos habituais exercícios praticados na instrução e que era dos mais temidos por nós instruendos. 





Dava pelo nome de "PATRULHA FANTASMA", e lá chegou o dia em que tive de a fazer. 


Numa certa noite entrámos em camiões completamente fechados, e saímos do quartel. 
A princípio ainda tentei perceber qual o rumo que o camião levava, mas pouco depois fiquei desnorteado.

Depois de muito andarmos chegámos ao meio dum monte qualquer. 

Cada pelotão de 30 homens foi dividido em patrulhas de 10 elementos, e a cada uma delas era dada ordem para iniciar um percurso que estava sinalizado. 

Pouco ou nada se via. 
Surgiam vários obstáculos que era preciso ultrapassar como, subir por redes, subir a árvores, rastejar por baixo de arame farpado, rebentamento de granadas, muitos tiros, etc, etc,. 

Cada pouco éramos deitados ao chão, ora por sacos cheios de areia que, suspensos de uma árvore eram atirados contra nós, ora por paus com uma luva de boxe na extremidade que nos batia na cabeça, instrumentos esses "telecomandados" pelos nossos instrutores. 

Nunca levei tanta porrada como naquela noite. 

Quando chegámos ao fim do percurso um dos instrutores deu-nos a seguinte informação: vocês acabam de conseguir fugir dum campo de concentração, mas têm de chegar a Santarém sem serem vistos. 
Temos vários instrutores espalhados pelo caminho. 

Se forem localizados não vão de fim de semana a casa!!! 
A minha patrulha tentou, em primeiro lugar, perceber onde estava. 
Era impossível naquela noite escura. 

Resolvemos começar a descer o monte andando um pouco à toa, como é costume dizer. 

A certa altura encontrámos um pequeno riacho. Talvez fosse uma ajuda e decidimos seguir o curso da água pensando que fosse dar a algum rio. 

Depois de muito tempo a acompanhar o riacho, eis que nos surgiu a linha de comboio Lisboa-Porto. 
Era preciso tentar descobrir a nossa localização relativamente a essa linha. 
Olhámos para o nosso lado esquerdo e só víamos linha. 
Olhámos para a direita e, lá muito ao longe, vislumbrámos um clarão num alto. 
Era, sem dúvida, a iluminação da cidade de Santarém. 
Estava encontrada a nossa localização, algures na linha do Norte entre o Entroncamento e Santarém. 

A partir daí, tudo se tornou mais fácil. 
Foi só continuar pela linha até chegarmos à estação de Santarém. 

Pelo caminho iam surgindo alguns laranjais, onde íamos matando a fome e a sede. 

Chegámos ao quartel entre as 5 e as 6 da manhã sem termos sido detectados por quem nos queria roubar o fim de semana tão desejado!