terça-feira, 2 de setembro de 2014

Confissão de um soldado, por Duarte Pereira


E FOI ASSIM !!!
SIM!!! DURANTE SEIS MESES FUI SOLDADO, ESPEZINHADO, MAL TRATADO E "VIOLENTADO NOS MEUS VALORES MORAIS".
"ESTÁGIO" PARA UMA ESPECIALIDADE.
"SOLDADO PARA CANHÃO"!!
 
 
FUI CABO.
MAS JÁ TINHA A MINHA "SINA" TRAÇADA.
FIZ A "VIDA NEGRA" AOS SOLDADOS DO MEU PELOTÃO.
TENTAVA EXPLICAR QUE NÃO IRIAM PARA UMA GUERRA DE VENCEDORES, MAS SIM DE SOBREVIVENTES.
A MALTA ERA DO NORTE, NENHUM ALENTEJANO.
TERIAM DE DAR AO "COIRO" COMO EU DEI.
HAVIA GENTE COM RESISTÊNCIA, MAS TAMBÉM MENINOS DE CIDADE EM QUE ALGUNS NEM TINHAM PRATICADO DESPORTO.
NÃO SE PODIA DIVIDIR O PELOTÃO AO MEIO.
OS MAIS RESISTENTES AGUENTAVAM, OS MAIS FRACOS IAM ARRANJANDO MÚSCULO.
 
FUI UM CABO MUITO "MAU", A TENTAR DAR CABO DA RESISTÊNCIA, FÍSICA E MORAL A MUITOS FUTUROS FURRIEIS MILICIANOS.
ASSIM, CAI POR TERRA A TEORIA DO DIAS NUNES.
OS FUTUROS FURRIEIS, TAMBÉM LEVAVAM MUITO NA " CORNETA".
 
 
MAL CONHECI O MEU PELOTÃO EM SANTA MARGARIDA.
UM MÊS NÃO DEU PARA NADA.
EMBARQUEI AINDA QUASE SEM CONHECER O MEU FUTURO ALFERES E OS FURRIEIS MILICIANOS QUE ME IRIAM FAZER COMPANHIA NAQUELES PRÓXIMOS DOIS ANOS, SE TUDO CORRESSE BEM.
 
AFINAL QUEM ERAM OS "SRS FURRIEIS" ??
TALVEZ AQUELES QUE TIVERAM OPORTUNIDADE DE ESTUDAR E NÃO CHEGARAM AO PATAMAR EXIGIDO PARA IR PARA O CURSO DE OFICIAIS.
FOI O MEU CASO.
QUEM ERAM OS "SRS OFICIAIS"??
SERIAM AQUELES QUE LEVARAM A PEITO OS SEUS ESTUDOS E COM OU SEM QUEDA FORAM TIRAR O CURSO.
OFICIAL OU SARGENTO?
 
NAQUELE ANO EM SANTARÉM E DEPOIS DE ANALISAR AQUELA "GUERRA DE INTENÇÕES" PARA VENCER E ACABAR COM A "GUERRA", CHEGUEI A UMA CONCLUSÃO.
PREFERIRIA UM SOLDADO COM EXPERIÊNCIA DE LÁ JÁ TER PASSADO, DO QUE UM ALFERES MILICIANO "BÉTINHO".
 
TIVE UMA BOINA CASTANHA.
AS VERDES, VERMELHAS E DE OUTRAS CORES, ERAM PARA AQUELES QUE TINHAM AS SUAS CONVICÇÕES.
 
PESSOALMENTE JÁ TINHA EXPERIÊNCIA DE "GUERRILHA" E JÁ TEREI CONTADO AQUI NA PÁGINA.
COM AMIGOS ASSALTAVA QUINTAS PARA ROUBAR FRUTA E ÉRAMOS CORRIDOS A TIRO DE CAÇADEIRA.
NO PARQUE MARECHAL CARMONA EM CASCAIS, EU E OS MEUS AMIGOS FAZÍAMOS CORRIDAS DE GANSOS OU CISNES DE UM LADO PARA O OUTRO DO LAGO.
 
ROUBÁVAMOS CANAS DA ÍNDIA PARA IR À PESCA.
OS GUARDAS TOCAVAM AS CORNETAS PARA FECHAREM AS PORTAS PARA NOS APANHAREM, MAS TÍNHAMOS UMA SAÍDA DE EMERGÊNCIA PARA A PRAIA DE SANTA MARTA.
FOMOS PRESOS PELA POLÍCIA POR ANDAR A JOGAR À BOLA NA RUA.
ÍAMOS AOS PÁSSAROS COM RATOEIRAS E "FLOBER".
 
"ASSALTÁVAMOS" CASAS SENHORIAIS QUANDO OS DONOS ESTAVAM DE FÉRIAS PARA IR BRINCAR COM AS BICICLETAS E OUTRO BRINQUEDOS DOS MENINOS RICOS.
 
COMO FURRIEL PROCUREI JOGAR À DEFESA.
O MEU ALFERES ERA CALMO E CONSCIENTE.
O OUTRO FURRIEL, NEM QUERO FALAR DELE.
 
 
UNS ONZE MESES DEPOIS DERAM-ME UM PELOTÃO.
JÁ TINHA ALGUMA EXPERIÊNCIA DO TERRENO, DAS PESSOAS E DO RITMO DA GUERRA.
 
GRAÇAS A DEUS CORREU TUDO BEM.
O MEU TERCEIRO PELOTÃO DA 3509, QUE EU ME LEMBRE NUNCA TEVE NENHUM INCIDENTE.
SUSTOS SIM, E ALGUNS POR MINHA CAUSA, POR TER IDO PARA SÍTIOS ERRADOS NA ALTURA CERTA.
 
A FOTO EM BAIXO FOI MATERIAL REENCONTRADO QUANDO FAZIA UMAS LIMPEZAS, CHEIREI E QUASE ME COMOVI.
A MEDALHA É DA PISTA DE COMBATE EM SANTARÉM.
DEVEM TER DADO UMA A TODOS OS PARTICIPANTES E DAÍ TALVEZ NÃO.
 
O ARTIGO JÁ VAI LONGO , MAS TIVE MUITO PRAZER EM ESCREVÊ-LO.

domingo, 31 de agosto de 2014

As comadres estão ansiosas pelo almoço do Batalhão, por Duarte Pereira

Este artigo já tem algum tempo (ainda não se tinha realizado ao almoço em Sarzedo - Arganil, excelentemente, organizado pelo Fernando Bento), mas venho-o recuperar, para lembrança de todos e que fiquem para a posteridade as preocupações das Comadres.

........///.......

Duarte Pereira (As Comadres de Estremoz)


Também preocupados com o tempo.
 
 
O nosso autor é o mais calmo.
 
Quem só pensar chegar à hora do almoço irá perder a cerimónia daqueles que faleceram.
A bela vista panorâmica do miradouro lá do sítio.
 
 
 
Como sabem o evento é em Arganil.
Nunca lá fomos, mas parece que para lá é a subir com curva e contra curva.
Para cá, a estrada poderá parecer para alguns um pouco mais larga e as curvas estarem direitas.
Tenham cuidado, uma festa tem sempre de acabar bem.
 
Pessoalmente gostamos destas coisas em sítios de arvoredo, dá uma "larica" do caraças.
 
Embora o ar possa estar húmido, na vossa idade devem beber muitos líquidos.
 
Estamos ansiosas para saber a partir da próxima segunda feira como as coisas correram.
 
Ver fotos, pode ser que alguém faça um vídeo do Sr. Marcelino a cantar o fado.
 
Estamos cá a crer que haverá alguns discursos.
 
O nosso compadre Pardal deverá ir e espero que seja ele, se for a sua manifesta vontade, que para o ano, confecione o almoço lá para os lados de Estremoz.
 

 
Temos um sonho que este ano não será concretizado.
Ficar um dia na mesa do Sr. Horácio Cunha, que é mais ou menos da nossa altura.
Quanto ao sr Gilberto Pereira, como o Sr. é pequeno que se vá catar.
 
Beijinhos para quase todos e que corra tudo bem.
 
Comadres de Estremoz.
 

sábado, 30 de agosto de 2014

As comadres e as histórias do Duarte, por Duarte Pereira


REPETIMOS PARA A MALTA RECÉM ADERENTE.

Velhas DE Estremoz Alentejanas: Olá a todos.

Quem tem acompanhado este Blog já saberá quem somos, (As comadres são), a voz da consciência do Batalhão de Cavalaria 3878, em serviço em Moçambique entre 1972/74.
As companhias eram C.C.S. Macomia e as 3507 Mataca, 3508 Chai e a 3509 Macomia, mas pouco.



A 3509 fazia a proteção a uma picada, que seria estrada e estava a ser renovada, entre Macomia e o Mucojo, já no Oceano Índico.



O nosso autor, ex-furriel Pereira do 4º pelotão da 3509, deitava-se muito cedo, logo que podia, para os dias passarem mais depressa.

Queria rever a sua família e a sua Belinha, namorada a quem tinha feito votos de amor eterno.
 

A noite caía cedo.
O dia nascia cedo.
Enquanto uma caía e o outro nascia,  o ex-furriel nem sempre dormia.
 

Quando estava em Macomia, nos intervalos da mata, de vez em quando preocupava-se em ver o que o pelotão andava a fazer.
Fazia parte da sua missão, o bem estar da malta.
Tinha a ideia que alguns elementos ainda não tinham "molhado o bico" ( não estou a falar de cerveja ou outras bebidas).
Tinha conhecimento de algumas doenças, que poderiam marcar as suas vidas, embora houvesse informação, mas talvez não suficiente.

Na enfermaria muita penicilina se gastou.

Depois de algumas diligências, percebeu que os virgens ou mais inexperientes procuravam "senhoras" de idade mais avançada.
"Renda" mais baixa e mais paciência.
Idade avançada, na altura, não significava fora do prazo de validade, mas sim, "desgaste da viatura". 



Quando chegados ao Alto da Pedreira, foi autorizado (não sei por quem), que os soldados africanos poderiam ter companhia à noite nas suas tendas.

Confesso e nunca mais esquecerei que aquela convivência enriqueceu a nossa missão.
Senhoras no aldeamento dos milícias, senhoras na nossa base tática, era uma alegria.
Quando raramente havia a visita do Capitão ou alguma cerimónia, as senhoras da base regressavam a Macomia ou iam para o aldeamento dos milícias. 


Logo havia: boa comida, boa bebida, entretenimento e nada de stress .
 

Em 1973, em Macomia, foi por ele incumbido o ex-furriel Madeira (já falecido) de assegurar essas "missões", operações essas em que se empenhava.



Por hoje é tudo.

Nem só de pão vive o homem ... e as mulheres poderão dizer o mesmo.

Beijinhos e até breve.


http://decarnaxideparaomundo.blogspot.pt/
De Carnaxide para o mundo.
 

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Ignorância imposta, por Paulo Lopes



Estávamos como sempre, ano após ano, década após década, numa evidente aparentada época de calmaria política alimentada por um mesmo regime de longos anos no poder.
 
Poder que incansavelmente não poupava esforços para fomentar uma ignorância propositadamente imposta e nada interessado em divulgar assuntos que fizessem os jovens de precárias posses formarem qualquer pensamento que os levasse a extravasar e mexer com os poleiros dos galos da capoeira, tanto civil como militar, deste meu país à beira-mar plantado de tantos heróis do mar, nobre povo, nação valente...( digo eu hoje que posso dizer. Será que posso? ) tendo ainda, mesmo assim, como um segundo suporte, qual muro de Berlim, para assegurar que possíveis devaneios de alguns tresmalhados não tivessem ideias estranhas, umas quantas diversas polícias para resolver esses assuntos mais atrevidos, com base na força dos bastões empunhados por mãos que se encontravam, por acaso, agarradas a corpos com cabeças mais ou menos ocas, embelezadas com olhos de pedras não preciosas, metidos dentro de fardamentos que lhes transmitia um orgulho igual à estupidez que sempre os acompanhava tanto na rua como no seio dos seus lares mas que sabiam, se sabiam, manejar a sua arma, consoante os cordelinhos que os seus superiores moviam tal e qual marionetas encorpadas de pano e palha com cabeça de madeira, manietadas por alguém escondido dentro de uma pequena barraca sem teto e que tentava divertir a pequenada pelas ruas de Lisboa.
 
E assim iam conseguindo mover o seu moinho, pelo qual não passava qualquer leito de rio ou riacho, mas sim uma enorme enxurrada de medos e receios.
 
Os anos passavam empurrados pelas horas sempre iguais e as alternativas de melhorias eram sempre prometidas e nunca cumpridas.
 
Situação que já vem da História Antiga e de que, ainda hoje, não vislumbro uma visão muito diferente para que possa, substancialmente, dizer que algo mudou: os poleiros ainda existem, só que agora são mais.
 
Os bastões também mas agora dão choque.
 
As fardas têm aspecto de serem mais leves e quem as veste, provavelmente tira-as quando chega a casa (não todos, obviamente) e coloca de lado a profissão vestindo a farda de homem comum que é, com ou sem farda!...
 
Os cordelinhos, esses, quem os move, são outros mas iguais ou parecidos aos de outrora, com a mesma prepotência e presunção de quem gosta, quer e tem o poder nas suas mãos.
 
Normalmente usa-o para benefício próprio e dos seus afilhados sempre a desfavor dos que fazem do trabalho por conta de outrem o seu dia-a-dia, colocando sempre nos seus ludibriosos e inteligentes discursos a sensação de pessoas de bem e esforçadas para melhorar a vida dum povo que os elegeu.
 
E o pior é que esse desfavorecido povo, tão desfavorecido quanto indulgente, elege-os mesmo, eleição após eleição!

In "Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis"
paulo lopes

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

QUANTOS AMIGOS AINDA TENHO??... POUCOS OU SÓ "UM"?!!!, por Duarte Pereira


MEMBROS E MEMBRAS.
O QUE É UM ANIVERSÁRIO SEM UM TEXTO ALUSIVO??
 

 
SEI LÁ???
SE ESTOU CÁ DAQUI A UM ANO?
 
AMIGOS??
TIVE MUITOS!!!
OS DA JUVENTUDE????...
NÃO SEI ONDE ELES PARAM!!!!

OS DO EMPREGO???? 
JÁ ESTAMOS DESLIGADOS.
"OFF": SUBI DEPRESSA, MUITOS DELES SUBIRAM MAIS DEVAGAR E ALGUNS GRAÇAS ÀS MINHAS INFORMAÇÕES E/OU "AMIZADES".
JÁ HAVIA "CORRUPÇÃO"!!!

QUANTOS AMIGOS AINDA TENHO??
POUCOS OU SÓ "UM"!!!
 


 
O GRUPO CRIADO PELO CAPITÃO PARDAL.
AJUDOU?? 
AJUDOU!!!

É O AMIGO PERFEITO?? 
NÃO SERÁ!!
NÃO HÁ AMIGOS PERFEITOS!!
TERÁ O SEU FEITIO, A SUA MANEIRA DE SER, AS SUAS VAIDADES E O SEU EGOCENTRISMO. 

EU PENSO QUE SOU PERFEITO???
SOU O REI DE MIM MESMO.
NADA A APONTAR (QUERIAS)??

COMO DIZIA E DIZ O DITADO.
"QUEM TIVER TELHADOS DE VIDRO, NÃO ATIRE PEDRAS AOS TELHADOS DOS OUTROS".

CONVIVEMOS PELO MENOS UMA VEZ POR ANO, OS QUE FORAM NO ÚLTIMO ANO.
 
CONVIVI  COM O "MEU AMIGO".
SOMOS DO MESMO CLUBE DE FUTEBOL, TEMOS MAIS OU MENOS AS MESMAS IDEIAS POLÍTICAS (SE CALHAR ESTAREMOS ERRADOS). 
CONTINUAMOS A GOSTAR DE MULHERES.
"MELHOR DIZENDO, DE MULHER".
CADA UM E CONFORME AS SUAS POSSIBILIDADES VAI TENTANDO GOZAR A VIDA.
ESTA PÁGINA DO BATALHÃO NÃO É FEIRA DE VAIDADES, NEM DE CONFRONTAÇÕES.

EU, APESAR DE VÁRIAS CRÍTICAS, DOU-ME BEM COM DEUS E COM O DIABO.
 
ESTIVEMOS MAIS DE DOIS ANOS EM CIRCUNSTÂNCIAS DIFÍCEIS E NÃO É O DESPORTO OU A P... DA DEMOCRACIA, QUE AINDA NÃO EXISTE, QUE CRIARÁ OBSTÁCULOS ENTRE NÓS.
 

 
 
PARABÉNS, FERNANDO LOURENÇO...

Por Duarte Pereira (2014/08/22)