quarta-feira, 25 de maio de 2016

Os traumas vêm à "tona de água", por José Capitão Pardal



A pouco e pouco os traumas vêm à "tona de água" e o melhor é "desabafá-los", por isso, trago à discussão de todos o comentário que acabo de fazer noutro local:
"Acrescento que muitas vezes a diferença entre "fazer bem e fazer mal", significava a nossa segurança, a nossa vida e a daqueles que nos acompanhavam...
No "arame farpado" desde que não afetasse a nossa segurança podia-se facilitar, mas fora deste todos os cuidados eram poucos e mesmo com cuidado era o que nós sabemos......
Uma das poucas vezes que facilitei, (pois não queria ir à lenha para aquele local, porque nos últimos dias todos para lá tinham ido e reconhecia que a rotina matava...) aceitei os argumentos facilitadores da minha (aliás do Belo) seção (havia lá muita lenha e era mais rápido do que ir à procura dela e disponhamos de mais tempo para descansar).
Fui à lenha para onde não devia ter ido, o que se tornara rotina nos últimos dias (e o IN também sabia disso, certamente) e deu no que deu (3 militares + 5/6 miúdos civis mortos e mais de 5/6 pessoas feridas, entre elas eu, que estive 5 meses no HMNampula, gravemente ferido)...
Assim sinto-me muito pior porque facilitei... que dizem?..."

Facilitar ou não facilitar era a questão...


Duarte Pereira Há "coisas" que ainda me fazem confusão.
A 3509 só fazia "picagens" de Macomia em direção ao mar.
Quando havia coluna para o Mucojo, a volta seria umas boas horas depois.
Nunca me lembro que alguèm tenha "picado" no regresso.
Deus esteve connosco.
Os problemas que houve eram sempre na ida.
O IN, só "trabalharia" à noite ?.

Rui Briote É muito natural que sintas mal, mas meu amigo e tudo uma questão de " sorte", destino é sei lá que mais.
Não penses que agiste mal, pois certezas ninguém pode dizer que as tem.
O que aconteceu tinha mesmo que acontecer...não te martirizes.
Repara no que aconteceu comigo.
Estou numa fase má, pois sempre que se aproxima o nove de Junho a minha cabeça não para. Interrogo- me sempre o porquê de não ter ido para Macomia com o meu pelotão.
Se o tivesse feito não estaria no estado em que estou?
Ninguém mo garante, mas a minha cabeça gira gira a dizer- me "agiste mal" ...

Jose Capitao Pardal Um abraço, Rui Briote.

Livre Pensador Amigo Pardal, concordo a 100% com a opinião do Briote, e por isso penso que não podes nem deves considerar que "agiste mal" naquele momento.
Será que algum de nós pode achar que nunca "agiu mal"?
Sempre fizemos o que pensávamos ser melhor em cada momento.
Abraço.
Fernando José Alves Costa Bom dia amigos Jose Capitao Pardal e Rui Briote, depois de passarem mais 40 anos, penso que não devem viver com esse peso de consciência, mas sim pensarem que foi o vosso destino e a ele não consegue fugir.
Naquele tempo poderá ter sido a melhor decisão, para quê continuarem a martirizarem-se com o que aconteceu tanto tempo.

Duarte Pereira Bom dia também para ti Fernando José Alves Costa

Fernando José Alves Costa Abraço Duarte Pereira, boa recuperação da Isabel.

José Guedes Pois é meus amigos, a gente lê e pensa no que aconteceu, mas sempre ouvi dizer, que onde hás de ir, não podes fugir.
A gente depois pode pensar que é sorte ou milagre para quem acredita nestas coisas.
Eu estive escalado para duas colunas e há ultima hora não foi a nenhuma delas, alguém foi no meu lugar porque o serviço assim se proporcionou, numa delas ouve uma emboscada onde o Fernando Costa esteve envolvido, o condutor que foi no meu lugar há ultima hora levou sete tiros nas pernas e uma outra vês alguém partiu no meu lugar com destino ao Chai e o Unimog onde ele ia teve uma mina, mais uma vês me safei.
Para mim sempre pensei que tinha um Anjo da guarda a proteger-me, não sou praticante mas sou católico e tenho fé, mas agora meus amigos vamos vivendo a vida como podemos e Deus quer, porque muitos camaradas nossos nem viveram para hoje contarem uma história.
Só podemos culpar a quem nos obrigou a ir para a guerra que a gente não queria.
Vamos seguir em frente e viver o melhor possível, sejam felizes,... um abraço,...

Armando Guterres a rotina na picada ... descarregar os carros descer às costas e nem tudo voltar aos carros - boa rotina.

Paulo Lopes Que eu me lembre, tirando um ou outro graduado que não lhe apetecia andar a pé, nas colunas Mataca / Macomia e ao contrário, nunca houve facilitismo mas, dentro do estacionamento, isso era um constante, onde permanecia um sentimento de uma segurança que não existia.
Nas operações, por vezes, para não haver facilitismo, o melhor era não ir onde o "cagão-mor" lhe apetecia que fossemos!

Armando Guterres E se fui ao sítio onde eles queriam - parece que, só com pessoal da Mataca, fui duas vezes, numa a emboscada não foi feita - um trilho apeado da população civil ir à água, segundo eles.
No outro, seria um trilho misto de tropa e carregadores na base da serra.
Tenho a dizer que disse ao alf que fosse ele fazer a emboscada e ele lá foi com uma secção. Entretanto muita falta nos fez uma guitarra (ou o barulho feito não teria deixado ouvi-la?).
Se calhar a Mafalda Arnault inspirou-se neste episódio ...

Luís Leote Jose Capitao Pardal, esse facilitismo que referes, Talvez tivesse sido o cansaço.

Umas breves frases escritas pelo José G. D'Abranches Leitão.

" 1971 - Cabo Delgado - Norte de Moçambique
Um aerograma...

"...O medo, a raiva e a ansiedade são na guerra as personagens principais, mas é o cansaço o verdadeiro protagonista.
O cansaço é a pior coisa que há numa guerra.
A fadiga do corpo, a fadiga da mente, a fadiga da própria vida, que nos aproxima tanto da morte que dir-se-ia uma tentação permanente.
Acho que se há heróis numa guerra, que lutam com desprezo da própria vida é porque estão demasiado exaustos para considerarem a vida uma coisa digna de apreço.
Nesta exaustão completa, o próprio instinto de sobrevivência desaparece."
--
in "Pedaços de memória..."

Jose Capitao Pardal Estamos a falar de realidades diferentes...
A Mataca não representava muito para as partes em confronto, podia ser descartada...
O Chai e o Messalo eram locais estratégicos para ambos os contendores e que mesmo que não quisessem, cruzavam-se com bastante frequência...
E não só no sentido figurado, mas também na realidade...
E naturalmente que o nosso comportamento teria que ser diferente...
Paulo Lopes e Armando Guterres eu compreendo o vosso também... mas ali até para os habitantes do aldeamento era difícil viver, sem tomar partido e manterem-se em segurança...

Armando Guterres Nos sabíamos onde eles passavam - chamava-lhe o trilho da jibóia, só faltava saber o número que calçava. As nossas operações eram para onde nós dávamos as coordenadas de termos sido detetados.
Tivemos problemas com cruzamento de relatórios, nosso e dos GE.
Resolvido com "Fui eu a comandar o quarto pelotão" - citei a resposta ao cmndnt de batalhão. ... pois ... um patrulhamento de um dia comandado por um capitão - singularidades da Mataca.

domingo, 22 de maio de 2016

Senhor Padre, gostou do "Macaco à Caçadora"?..., por Paulo Lopes

 
 
Como dizes, António Encarnação, as conversas são como as cerejas e então, apesar de saber que a maioria já leu, penso que tu ainda não tinhas lido esta passagem caricata na Mataca:
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O presente é o minuto vivido e o futuro era o quase imediato.
No nosso pensamento, estava agora e em causa, a partida que íamos pregar na malta: uma bela patuscada!

Chegados ao aquartelamento, o F......, com a nossa participação e conivência, continuou com o seu projecto, dando a conhecer a todos os graduados que se tinha apanhado dois coelhos para se fazer um petisco.
Os bichos foram entregues ao primeiro-sargento que de imediato entrou na parodia, para que este, exímio cozinheiro de patuscadas — notava-se que gostava de comer a avaliar pela sua formosa barriga, tendo em conta que gordura e formosura — fizesse um belo coelho à caçadora.
 
 
Entretanto fomos dando dois dedos de conversa com o Capitão Capelão.
Dava perfeitamente para entender que era um homem de não tiranizar ninguém, nem tão pouco apresentar a força divina com a sua força de galões de capitão.
Tinha uma candura ingénua de jovem eclesiástico não tendo, no entanto, a boca constantemente cheia de milagres.
Sabia bem o que estava a fazer e qual a sua missão: era apenas um pastor de ovelhas fardadas e sabia que, naquele local de cheiro a guerra, nem todos acreditavam nas suas palavras.
Eu, pelo que me diz respeito, apenas ponho em causa o seguinte e que não consigo compreender muito bem: se do outro lado da guerra, dos que teimosamente tinham o cognome de "turras", existe outro qualquer padre, pedindo ao mesmo Deus exactamente a mesma protecção para os seus homens, como é que o bom Deus iria resolver esta questão?...
Que lado ele defenderia?...
Que homens mereciam a sua salvação?...
Será que conseguirá terminar o conflito entre as partes terrestres?...
Pelo menos, até agora, não conseguiu pôr termo à ganância dos poderosos que, aliás, a grande maioria deles, se não todos, são muito dados a essas bênçãos do Céu, quando mostram o lado falso da sua face oferecendo este mundo e o outro aos altos eclesiásticos!...
Será que até ao bom Deus eles conseguem enganar?...
E lá fomos conversando.
Laracha daqui, laracha dali, até que veio a ordem para início da festa:
— O petisco esta pronto!
Todos os graduados, sem excepção, nem mesmo os sabedores do que estava dentro das travessas pronto a ser servido, se fizeram rogados aos pretensos coelhos!...
 
Estranhamente ninguém se lembrou que coelhos, e desconheço a razão, foi animal que nunca foi visto em todo o enorme palmilhar que fizemos ao longo de toda aquela selva, provavelmente porque, se alguma vez existiram, pela sua fraqueza defensiva, depressa foram dizimados e extintos pela enorme quantidade de animais esfomeados, de tais apetitosas presas, que abundavam naquelas matas!!!
 
O certo é que todos comeram alegremente e os comentários fugiam sempre para os mesmos adjetivos:

— Maravilhoso.
— Delicioso manjar.
— Ricos coelhos.
— Divinal.
— Porra que esta merda está boa!...


O F....., como era hábito nas chegadas das operações, já não estava com todos os seus sentidos a trabalhar em pleno.
Ria a bom rir, gozando deliciosamente a sua partida mas, tal como todos os outros, encharcava o pão no delicioso molho de "macaco à caçadora"!...
 
Não sobrou nada!...
Se mais houvesse, mais iria!
O pior veio a seguir: na continuação da sua maquiavélica construção, o F...... saiu da mesa e apareceu um pouco depois com uma bandeja onde trazia, não uma qualquer sobremesa para terminar a patuscada, mas sim, as cabeças dos desgraçados macacos!...
E para colocar um pouco mais de pimenta no seu cenário, só por si, bastante elucidativo, uma das cabeças vinha com um cigarro aceso na boca como que a gozar o espectáculo que se seguiria.




In "Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis"
paulo lopes

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Histórias do Chai XI (1972/1974), por Livre Pensador





21 de Março de 1973 foi, sem qualquer dúvida, o dia mais negro da comissão da Ccav. 3508 em terras moçambicanas.

 

Como habitualmente, pelas 6,30 h da manhã, parte em direção ao rio Messalo a coluna de reabastecimento de água, tarefa que nesse dia era desempenhada pelo 4º. grupo de combate.

 
 
É uma missão sempre perigosa que, por ser rotineira, se torna um alvo apetecível para a Frelimo.

 
 
Creio que estariam percorridos cerca de 8 dos 10 km que separam o Chai do rio Messalo quando é desencadeada uma emboscada contra as nossas tropas.
 
No quartel o tiroteio é perfeitamente audível e de imediato sai uma coluna com um pelotão (não me recordo qual) para dar apoio aos camaradas emboscados.
 
Nesse dia a escala de serviço determinava que o 2º. pelotão estava encarregue da segurança do quartel: postos de sentinela e piquete de emergência.

Nas funções do piquete, a realizar ao princípio do dia, constava a picagem da pista de aterragem e a apanha de lenha para a cozinha, tarefa que o furriel Pardal com a sua secção, iniciou no único Unimog (o único sem blindagem) que restou no quartel.


 
Entretanto, via rádio chegam notícias pouco animadoras da emboscada.
 
Havia um ferido muito grave (o soldado de transmissões Salvado) com um tiro na zona do peito e 4 feridos ligeiros.
Entre os nativos (que aproveitavam a coluna para ir lavar a roupa ao Messalo) estava já morta a "Luísa maconde", que era assim como "garota de programa" das NT e porque era conhecida.
 
Ainda estávamos a tentar reagir ás noticias tristes da emboscada quando se ouve uma forte explosão na picada Chai - Macomia.

Queríamos fazer chegar alguém a esse local para ver o que teria acontecido.
Nesse momento quase não havia operacionais disponíveis e, para complicar ainda mais, não tínhamos viaturas, a não ser o jeep do comando.
 
Alguns minutos depois chega ao quartel, todo ensanguentado e a cambalear, o cabo Brotas.
Ele informa que o piquete tinha sido vitima duma mina anticarro e havia feridos muito graves.
 
Nesse momento, quatro ou cinco militares armados dirigem-se no jeep do comando para o local.
A cerca de 500 metros do arame farpado do aldeamento, enfrentam um cenário de horror com feridos graves espalhados pelo chão.

 
 
Os militares socorristas ficam a montar segurança no local, enquanto o jeep vai trazendo para o quartel um ou dois feridos em cada viagem.
 
Os feridos amontoam-se na enfermaria onde o furriel Gardete e outro enfermeiro (naquela semana não havia médico) tentam fazer os impossíveis.

 
 
Presto a minha justa homenagem a esses dois homens, que muito contribuíram para que o resultado não fosse pior do que aquele que foi.
 
Eu (que estava no quartel com paludismo) e alguns camaradas tentávamos acudir aos feridos menos graves, da forma que podíamos e sabíamos.
 
Em resultado da mina faleceram 3 militares: o cabo condutor Paulino, o atirador Constantino e outro atirador que não recordo o nome (Monteiro).
 
Houve ainda 4 feridos graves (um deles o Pardal) e 3 feridos ligeiros.


 
Na emboscada para o Messalo acabou por falecer o transmissões Salvado.
 
Contou o furriel Gaspar que o Salvado já em agonia ainda lhe disse: "FURRIEL, POR FAVOR, DÊ-ME UM TIRO NA CABEÇA PORQUE EU SEI QUE VOU MORRER".
Alguém seria capaz disso?
 
Entretanto, o soldado Brotas que ferido na mina, conseguiu chegar ao quartel, lamentou-se que ao chegar á entrada do aldeamento pediu ao milícia aí de sentinela para ir avisar o quartel, o que ele recusou.
 
Achámos essa atitude estranha e disso informámos o agente da PIDE/DGS do Chai.
Foi interrogado.
 
Conclusão: as duas minas (já falo da outra) foram colocadas pelos guerrilheiros da Frelimo com a ajuda de 3 "pretos" do aldeamento e o milícia tinha conhecimento disso.
Um bom exemplo da população que nos rodeava!!!!
O agente da PIDE/DGS prendeu os 4 até vir um avião buscá-los no dia seguinte.
 
Pedimos ao agente para autorizar que os levássemos ao quartel durante 1 hora, mas ele não concordou.
Decerto que se evitava a despesa duma viagem de avião!!!


 
Ainda na tarde desse dia e apesar da dose de paludismo com que estava, fui rebentar uma outra mina anticarro que estava colocada cerca de 200 metros após aquela que foi acionada pelo Unimog.


 
Com esta ação e na minha opinião, a Frelimo quis vingar-se do ataque que no mês anterior tínhamos feito á sua base "Distrito Mucojo".
21 DE MARÇO DE 1973.
DIA DE LUTO PARA A CCAV. 3508.
QUATRO MORTOS, QUATRO FERIDOS GRAVES E SETE FERIDOS LIGEIROS.
 
 
Fernando Bernardes O transmissões Salvado morreu nos meus braços.
Enquanto a vida dele se extinguia, não parou de dizer repetidamente: Ai que morro, ai que morro.
De volta dele, estava eu e o enfermeiro do pelotão da ponte.
Eu tb fiquei ferido de toda parte lateral esquerda do corpo.
Quando cheguei junto dele, estava deitado de costas e de cabeça voltada para o mato na beira da picada.
O orifício no peito, na zona do mamilo, por onde entrou a bala, já não saía sangue nenhum.
Eu tinha uma ótima amizade com o Salvado.
Convivemos muito os dois.
Segundo ele próprio me disse tinha o problema qualquer no coração.
Coração dilatado.
 
 
Livre Pensador Quero pedir desculpa por ter dado "dois pontapés na gramática" no texto que escrevi. Onde se lê "quando se HOUVE uma forte explosão" deve ler-se "quando se OUVE uma forte explosão" e onde se lê "todo ENSAGUENTADO" deve ler-se "todo ENSANGUENTADO". Obrigado.
 
 
Rui Briote Quando estes casos fatídicos aconteceram encontrava- me de serviço.
Quando da emboscada dizia-se logo que o Salvado tinha falecido.
 
Quando do rebentamento da mina e com a chegada do Brotas juntei meia dúzia de "aramistas" fomos ao local do sucedido.
Chegados lá, ficámos horrorizados com o que vimos.
Quatro camaradas muito feridos, crianças estropiadas...o clima era muito pesado e as lágrimas começaram a escorrer pelos nossos rostos.
De imediato, levámos os feridos para a enfermaria.
 
O Gardete e enfermeiros foram incansáveis procurando minimizar o sofrimento dos feridos.
Três foram logo, que foi possível, evacuados.
O Constantino, ferido na "femural", rapidamente veio a falecer.
 
 
José Guedes Devia ser um dia para esquecer, mas a memória não consegue esquecer, tudo marca esses momentos e com tantos problemas ao mesmo tempo com baixas e feridos todo o pessoal era pouco para aquela situação.
 
A gente confiava na tropa negra que estava do nosso lado e afinal também jogavam dos dois lados e com certeza nem sabemos nada da missa a metade, muitas das coisas se calhar eles sabiam que iriam acontecer, nem os da cor deles conseguiam proteger quando sabiam que muitos deles nos acompanhavam nas colunas,..
Infelizmente tantas coisas se passaram de mal e nunca ninguém mais quis saber de quem tão mal passou durante aquele tempo que por lá andou,..
 
 
Armando Guterres Dos dois lados ... não escolhe cor.
Não esquecer que os oficiais dos dois lados estudaram nas mesmas faculdades.
Antes de ir para Moçambique conheci alguns.

 
 
José Lopes Vicente Seguia no rebenta minas quando se deu esta fatídica emboscada.
Quando rebentou disse para o condutor para acelerar e só parar na ponte do Messalo.
Ai foi apontar o morteiro 80 em direção da emboscada e disparar umas quantas granadas.
 
De regresso ao local da emboscada deparo com o Salvado já morto.
Um amigo aqui de S. Salvador e também os mortos civis e onde me informaram que também havia mortes no Chai.
 
 
Fernando José Alves Costa Ao lembrar os acontecimentos desta data, pergunto-me como é que aqueles que viveram toda esta tragédia comemoram o dia de hoje?
Com alegria por estarem vivos?
Ou tristeza pelos amigos que viram as suas vidas interrompidas tão precocemente?
 
 
Jose Capitao Pardal Não me lembrava da data (faz anos hoje), mas depois de ler o texto do Ribeiro e chorar convulsamente, só consegui dizer: PUTA DE VIDA AQUELA,...
 
 
 O  José Capitão Pardal escreve o primeiro aerograma após 3 intervenções cirúrgicas...