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sábado, 6 de fevereiro de 2021

O "circuito turístico" CHAI-SERRA DO MAPÉ-MATACA-MACOMIA-CHAI - 2..., por Livre Pensador

 Livre Pensador

13/01/2021

Mais um "episódio" desta "telenovela" que relata o quinto dia do "circuito turístico" CHAI-SERRA DO MAPÉ-MATACA-MACOMIA-CHAI, que os três grupos de combate ( 1º. - 2º. - 4º.) da Ccav.3508 realizaram em Fevereiro de 1973.

Era dia do meu pelotão seguir na frente do "passeio".

Logo às primeiras horas da manhã entrámos numa zona de floresta completamente virgem.

Sigo imediatamente atrás do guia.
Só é possível avançar à medida que ele vai desbravando caminho com a sua catana.

Somos obrigados a caminhar de gatas e até mesmo a rastejar.
Estava parcialmente escuro.
Nem a luz do sol ali conseguia entrar.
A distância não foi muita, talvez 200 a 300 metros.
Mas demorámos mais de 2 horas para fazer esse percurso.

Vencido que estava aquele obstáculo entrámos numa zona de muitas lianas.
Bem ditas foram.
Foi uma grande oportunidade para cortar os seus ramos e com eles saciarmos a sede, como se pode ver na foto.
A nossa água já começava a escassear.

Mas a notícia menos agradável estava para chegar.
O guia informou-nos que a partir dali não sabia o caminho para a Mataca!
Restou-nos a solução de pedirmos aos camaradas da Ccav.3507, via rádio, que fizessem explodir uma granada de 30 em 30 minutos.

Orientados pelo som dos rebentamentos assim conseguimos chegar lá a meio da tarde desse dia.

Obrigado CAMARADAS da Mataca!
Pode ser uma imagem de criança e em pé


domingo, 23 de agosto de 2020

O perdido..., criado pelo Duarte Pereira, mas da autoria do Fernando Afonso

Duarte Pereira
26/07/2020
Hoje vou dedicar um pouco mais do meu tempo a uma "vida" que todos pensavam de muita "acalmia" só interrompida nas colunas de reabastecimento.
Neste texto do Fernando Afonso, iremos ler alguns dos que estiveram mais próximos dos " enxames de abelhas" .

Pensei que só o capitão miliciano graduado António Ferraz andaria no "barulho ", mas na Mataca também andou o Nuno Salgado com o mesmo estatuto, os furriéis, esses "malandros", também andavam na linha da frente para os "golpes de mão", exemplo, o Cardoso que era um pouco mais pequeno tinha mais hipóteses de fugir às balas, segue a narrativa do Fernando Afonso.
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Fernando Afonso Há muita coisa de que já não me recordo, exactamente porque fiz uma limpeza no disco rígido. Por exemplo, só sei o nome da operação OMO, porque fui heli-transportado e porque participei nela apenas com a minha secção, tendo o restante pelotão ficado no aquartelamento.
Todas as outras que fiz ao longo da comissão, e foram muitas, não sei o nome de nenhuma delas.

  • Fernando Afonso, Nós queremos lá saber dos nomes das operações. Aguardamos os pormenores da operação em que te perdeste. Vai alinhavando e depois publica. Abraço.
  • 📷Fernando Afonso Dia 11 de Maio/73 iniciamos a operação, 2º e 3º pelotão. Levávamos connosco, como guia, um indivíduo que tínhamos apanhado no mato numa operação anterior e que o Major mandou que nos acompanhasse naquela operação, para nos levar ao objectivo (o Major era um sonhador. Guerrilheiro de arame farpado).

  • Dia 12 à tarde aproximá-mo-nos do objectivo.
  • O "turra" pediu-nos por tudo para não matarmos ninguém. Ele tinha família do lado de lá. Falsamente, anuímos ao seu pedido.
  • Como já era muito tarde resolvemos pernoitar nas imediações e tentar chegar ao objectivo no dia seguinte, pela madrugada. O Salgado, que já era capitão e que alinhava sempre connosco, chama-me e pergunta-me se eu quero ir à frente com o grupo (porque ele conhecia-nos bem, tinha sido o meu alferes do grupo), ao que respondi: "Não. Não me ofereço, porque pode alguma coisa correr mal e não quero ficar com problemas de consciência".
  • Naquele dia era ao 3º pelotão que competia ir na frente. Eles que avançassem. Entretanto fur. Cardoso, oferece-se para seguir na frente com a sua secção.
  • No dia 13 de Maio (dia da Sra. de Fátima), de madrugada iniciámos a progressão já com todas as cautelas e pouco tempo depois depará-mo-nos com um acampamento com 5 ou 6 palhotas e com 7 ou 8 habitantes.
  • Fez-se o assalto, no tiroteio faleceu uma mulher e os outros deixá-mo-los fugir porque havia lá crianças e não queríamos que ficassem órfãs. Isto digo eu agora, porque na altura não havia tempo para pensar.
  • O pelotão atravessou o local das palhotas, eu seguia na cauda e houve uma ordem para a última secção destruir as palhotas.
  • Depressa passei a informação aos soldados e começamos a pegar fogo nelas. Os meus soldados com pressa e talvez com medo de alguma represália afastaram-se de mim, sem avisarem, deixando-me sozinho naquela missão.
  • Quando deixo as palhotas e sigo em direcção ao local onde supostamente esperaria que estivesse o pessoal à minha espera, olho em redor e onde é que eles estão? Durante alguns momentos, bloqueei. Respirei fundo e corri em várias direcções na ânsia de os encontrar.
  • Acho que Nª Sra. de Fátima esteve do meu lado. Tive a sorte de ir parar a uma pequena elevação de terreno que me permitia ter um campo de observação mais elevado e assim vislumbrar o pessoal que já seguia muito afastado. Corri até eles, juntei-me ao meu pessoal e já não me lembro se lhes disse alguma coisa. Acho que não.
  • Passados alguns minutos ouvimos ao longe 3 ou 4 rebentamentos. Acho que foram granadas que estariam escondidas nas palhotas. Até porque o meu soldado Lemos apanhou uma granada que depois entregou ao Capitão. O regresso foi tranquilo.
  • 📷Duarte Pereira Fernando Afonso - Este teu artigo fica aqui em "Banho Maria" e amanhã ou depois divulgarei no topo da página do grupo, porque no meio de todos estes comentários será difícil apanhar. Não sei se tens conhecimento que o José Capitão Pardal "alimenta" um Blog em que publica as nossas " histórias" que tenham pernas e cabeça.
  • Esse blog é "público" e não só nós deste Grupo, mas qualquer outro "internauta" poderá ter acesso. Eu tenho uma série de artigos meus lá publicados e pergunto se vês algum inconveniente em o José Capitão Pardal os publicar, se achar que têm mérito.
  • Obrigado por teres partilhado connosco mais um episódio complicado daqueles tempos. Abraço.
  • 📷Fernando Afonso Duarte Pereira Os relatos são verdadeiros e vividos na 1º pessoa. Ainda houve outras peripécias que não revelei porque o texto já estava longo, mas o essencial fica narrado.
  • Não vejo nenhum problema em que se torne público, contudo alerto para o facto de poder ser lido por alguém que não goste de alguns termos usados, com por exemplo: "turras", que era o termo, na altura, utilizado para referenciar os guerrilheiros da Frelimo.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

E Ribaué!!!, por Rui Brandão

E Ribaué? 

Alguém ainda se lembra do que se trata? 

Presumo que a malta das Companhias operacionais esteja completamente a leste acerca deste nome.

Pois é... este foi o local para onde a C.C.S. foi "estagiar" já com 25 meses de comissão. Filhos da p....
...
Em Ribaué foi dos sítios onde mais veio ao de cima a operacionalidade da C.C.S. 
Aí sim, exaustivamente fazíamos NÉPIA!!!

Para vos dar um exemplo, eu como 2º Sargento miliciano (entretanto já tinha sido promovido) Radiomontador, não tinha oficina e nem sequer ferramenta (ao menos um alicate ou uma chave de fendas...).

Hoje publico uma foto tirada a um Domingo numa povoação (Iapala) a 30 Kms de Ribaué, onde fomos a um bailarico. 

A minha homenagem ao Bernardo que estava de serviço nesse dia. 

Fazem parte do conjunto, o Jorge Costa, o Mota e o vadio Rui Brandão. 

Já podíamos andar vestidos à civil. 

Que maravilha, que grande compensação!!! Filhos da p....



quarta-feira, 14 de junho de 2017

RECORDAR A GUERRA (DOIS EPISÓDIOS)..., por José Capitão Pardal e Fernando Bernardes

RECORDAR A GUERRA (DOIS EPISÓDIOS)

Jose Capitao Pardal, 14 de Outubro de 2014 16:49
...
E eu agora conto outra história.


A de um militar que também foi evacuado para Nampula, quase a "bater a bota", que no hospital não se podia "desenfiar" porque não se podia pôr de pé (pelo menos nos 2 primeiros meses) e no dia em que tentou ir à casa de banho, mesmo segurado por dois ajudantes, foi-se abaixo das "canetas" e caiu no chão desamparado. 

Esse militar passados pouco mais 3 meses, "alguém" achou que já lá estava há muito tempo hospitalizado (sem estar totalmente recuperado), insistiu junto do Comando de Setor, para a sua devolução ao "resort" do Chai ou na sua substituição. 


O Comando de Setor através de Telex "pressionaram" o dito Hospital de Nampula para que lhe dessem rapidamente baixa.

Esta informação foi fornecida pelo tenente médico que assinou a "devolução". 

O dito militar ainda esteve 3 semanas na Ilha, mas com o braço ao peito. 

Assim que regressou a Nampula, sem qualquer inspeção ou fisioterapia (para a recuperação do membro superior esquerdo), com um buraco nas costas e um rim afetado foi despachado em grande velocidade para o dito "resort". 

Esse militar mesmo que quisesse ou tivesse o engenho do nosso amigo, não teria conseguido desenfiar-se...



Fernando Bernardes, 14 de Outubro de 2014 18:14

Pois a minha historia, que já relatei aqui é muito idêntica à do Pardal, mas com final, felizmente para mim, mais justo e mais humano.

Não sei como cheguei ao Hospital Militar de Nampula.
Despertei uma semana depois do acidente com uma mina anti carro, próximo do Cruzamento da Viúva.

Fui imediatamente transferido da UTI para a neuro cirurgia.

Era um pavilhão geminado com o da ortopedia.

Quando me vi deitado numa cama e na enfermaria quase sózinho, ao tentar levantar-me, dei conta que tudo me doía e que só conseguia mexer os braços pelos cotovelos.

Arrastei o corpo para fora da cama e quando tentei ficar de pé, caí redondo no chão.

Não adiantou chamar, berrar por auxílio, pois ninguém apareceu.

Mas como eu não era de desistir, tanto tentei que consegui ficar de pé.

Ao querer mover os pés voltei a cair, agora para cima da cama em frente.

Voltei de novo a por-me de pé e arrastando os pés, pois outra coisa não consegui fazer, lá fui até à casa de banho.
Lá me desenrasquei como pude, mal e porcamente.

No dia seguinte o médico ao fazer a visita aos doentes, como eu não estava na minha cama, deu-me alta.

Estava na enfermaria de ortopedia, pois estava lá alguém conhecido que não podia sair da cama.

Aí tive sorte, pois o maqueiro que era da minha terra, veio alertar-me para o sucedido.
Falando com o médico ele diz-me que não podia voltar atrás, mas mandou-me para a ilha de Moçambique.


E ainda bem, pois foi lá que vim a descobrir os meus verdadeiros problemas.


Quando regressei fui ao Hospital de Nampula, não saí de lá sem ser visto pelo médico.

Eu tirava chapas de RX, mas elas não apareciam, até que um dia não saí de lá sem as trazer na minha mão.

Quando o médico viu o RX, mandou marcar consulta para ortopedia.
E o médico de ortopedia disse logo... a tua guerra acabou.

Propôs a minha evacuação para o HMLisboa.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Mais poemas, por Paulo Lopes

Paulo Lopes 
Amigo Rui Briote
Foi, é e será isto o mundo que me faz pensar
  • POR TI ME FAZ PENSAR

    Desobediente floresce
    na claridade negra
    de uma análise interna.

    A realidade

    E a culpa recaída
    sobre a cabeça de ninguém
    revolta as veias paradas
    no seio da distância
    que por ti me faz pensar.
  • Eis-me aqui a assistir
    à interior evolução
    do poema

    Desde não sei quando aqui cheguei
    a minha luta se trava
    em batalhas de semântica

    Para aqui vim por cá fiquei
    habito a terra
    e fui semente

    Colono a desvendar esta floresta
    de dúvidas - vou habitando
    o sonho que me mente

    domingo, 13 de novembro de 2016

    Estás mobilizado Lopes..., por Paulo Lopes


    a
    Comentários



    E no meio desses azares todos, longe, muito longe, estava eu descansado, como quase sempre:

    ...Foi num dos momentos de lazer, quando esperávamos quórum suficiente para mais uma tarde de jogo de futebol de 5, que o Comandante da Companhia, também ele apreciador de um bom jogo de futebol ou de qualquer outra actividade desportiva que metesse bola, chegou para aumentar o numero que fosse o ideal para iniciar a partida e me informou, com simples palavras calmas e duma frieza extrema sem transparecer qualquer hesitação no discurso de parcas palavras e sem nenhuns rodeios, colocando o braço sobre o meu ombro, num semi-abraço:
    — Estás mobilizado Lopes. Vais para Moçambique...

    Formou-se um silêncio longo e escuro que me abraçou suavemente. 

    Um abraço com a duração de um instante parecendo-me uma vida. Vida que nesse momento me colocou em solidão, adormecido no tempo e no local, esquecido do presente, transportando-me para outro mundo, desconhecido no meu horizonte. 

    Acordou-me a bola que bateu perto de mim...
    Por estranho que pareça, não deixei de, briosamente, defender a baliza que estava à minha guarda e creio que nem o capitão o autorizaria e afinal, nada estava a acontecer que estivesse a fugir à normalidade. 

    Apenas mais um seguiria para o Ultramar. 
    Mais um número para informar o quartel de Adidos, em Lisboa, na Ajuda, para prepararem a partida. 

    Afinal, o que perdiam ali no quartel de Beja era apenas o guarda-redes da equipa de futebol de 5 e não havia outro. 

    Tinham de pensar em arranjar. 
    Que chatice... 

    Depois da missão desportiva cumprida e banho tomado, vestido como um militar, lá fui eu à secretaria saber mais pormenorizadamente do meu futuro, militarmente falando.
    ...
    In "Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis"
    paulo lopes

    domingo, 6 de novembro de 2016

    Mataca, onde é que isso fica..., por Paulo Lopes





    Aproveito para dizer que a única parte que jeito tenha do texto que o amigo Jose Capitao Pardal relembrou aqui, é o que não existia: as fotos!

    Obrigado Pardal só que, com isso e ao ver o campo de futebol de Porto Amélia, fez com que volte a incomodar a
    s hostes com mais umas palavrinhas do dito livro (que o não é):

    Na Beira, depois daquelas burocracias habituais e extremamente aborrecidas de fazer, soube quando partiria para Porto Amelia, no distrito de Cabo Delgado.



    Para mim, completamente desinformado da geografia Africana, tal nome nada me dizia, mas como o mal logo se sabe, fiquei esclarecido e para que constasse, Cabo Delgado era um dos principais distritos do norte de Moçambique onde a guerra estava bem implantada.
    Começava a acordar de vez!
    Mas que poderia esperar um atirador?

    Três dias depois, aterrava no Aeroporto de Porto Amelia, capital do distrito de Cabo Delgado.

    Entre apresentações e avisos do que havia a fazer, depressa fiquei conhecedor do meu pouso definitivo: — MATACA, junto à Serra do Mapé.



    Restava-me saber quando e como iria.
    Ninguém me deu agradáveis noticias de tal paradeiro: Uns não conheciam tão pouco Mataca mas da dita Serra, não me auguravam nada de aceitável.
    Outros diziam que era no meio do nada e simplesmente faziam uma careta expelindo dos seus lábios um enorme "chiiiiiiii", alguns, os mais conformados, diziam que era igual a tantos outros aquartelamentos espalhados pelas matas de Cabo Delgado.
    Fiquei a saber o que já sabia...nada!

    Vinha munido da morada de uma amiga que morava em Lisboa precisamente na minha rua e que tinha vindo procurar vida nova exactamente para Porto Amélia.
    E então, assim que me vi livre dos meus deveres militares, tal provinciano chegado a uma grande cidade, sem conhecer nada nem ninguém, ai fui eu a procura do paradeiro da minha amiga de infância.

    Felizmente para mim, Porto Amélia não era nenhuma grande cidade (até bem pequena) e foi fácil localizar o destino a que me propus.

    Ela era professora no liceu de Porto Amélia e ele, o marido, além de trabalhar na fabrica de cerveja, treinava a equipa de basquetebol da terra e, talvez por isso, estava bem relacionado com civis e algumas altas patentes militares a quem me foi apresentando aos poucos.

    Através dele, fui fazer um treino de captação na equipa de futebol de Porto Amelia, com o alento despoletado por falsa esperança vinda do marido da minha amiga, que isso me levasse a ficar por lá.



    De todo impossível!
    As cunhas não funcionaram, o que não era de estranhar, e como eu não apresentava assim tanto jeito para dar uns pontapés na bola que desse uma mais-valia a equipa da terra... tinha mesmo de ir para as trincheiras da guerra.





    ........
    In "Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis"
    paulo lopes

    quarta-feira, 26 de outubro de 2016

    ...E o carnaval são 3 dias, por Luís Leote

    PARA MEMÓRIA FUTURA.
    HÁ TEXTOS QUE DEVEM SER PRESERVADOS.
     
    Luís Leote
     
    Tudo indicava que ia ser mais uma normal operação de reabastecimento de víveres....



    Saímos de Macomia, com os carros bem atestados de mantimentos, chegámos ao Alto do Delepa para começar a descer a Serra do Mapé.

    Eu vinha sensivelmente a meio da coluna, a pensar nas palavras do tenente da CCS.
    “ Ordenou-me que cortasse o bigode, porque na fotografia do bilhete de identidade, não o tinha”.
    Já não era a primeira vez que me tinha avisado.

    De repente, fez-se um alto à coluna.
    As viaturas, que começavam a descer a serra, uma berliet, voltou-se sobre o lado esquerdo da picada, ficando de rodas para cima, e a carga toda espalhada.
    Felizmente, ninguém ficou ferido.
     


    Lembro-me que, após a comunicação do sucedido via radio, ao comando da CCS, a primeira pergunta foi se a viatura tinha ficado muito danificada.
    Nem uma alusão a possíveis feridos!!!
     
    Percebemos que tão depressa, não iríamos sair dali.
    Montámos a segurança à volta da viatura, para de seguida preparar o seu resgate.
    Da Mataca veio o furriel mecânico que ao chegar, tratou logo de fazer o registo fotográfico.

     

    Preparámo-nos par passar lá a noite.
    Se a memória não me falha, alguém montou umas latas de ração com pedras lá dentro, à volta do perímetro.
    Acho que ninguém conseguiu dormir, especialmente depois de alguém ter dado dois ou três tiros na direção das latas que faziam barulho.
     
    Trazer a berlirt cá para cima, tornou-se uma tarefa complicada, pelo que estava à vista uma segunda noite na picada.
    Com duas noites e três dias na picada, estacionados e referenciados, prometi que se me safasse da terceira noite, faria a vontade ao tenente e cortaria o bigode, o que aconteceu.

    Foi em Fevereiro de 1971, em pleno Carnaval.
    Dizem que o Carnaval, são três dias.
    FOI UM GRANDE CARNAVAL!!!!!
     
    Luís Leote