Destacamento da Escola Prática de Cavalaria em Santarém - 1970 |
RECRUTA
Dado o tema RECRUTA ser apetecível para a "memória militar" e estar a ser trabalhado com as experiências de cada um, deixem-me explanar um pouco o que passei em Santarém.
Pertenço ao 2º turno de 1970.
Nessa altura ainda se usava a Mauser para os exercícios e a G3 só para fazer tiro, lá naquela carreira de tiro de episódios com piada (um, dois e três apanha invólucros, o resto vai ver a merda que fez).
As vivências/experiências/ ambientes têm muito a ver com as pessoas que compõem os respetivos grupos.
No meu caso direi que tive umas primeiras 4 a 5 semanas de bom ambiente, dado que o aspirante (licenciado em Direito) que nos dava a Recruta era simplesmente um tipo impecável.
No primeiro dia, chegou junto do pelotão e disse: - Meus senhores, sabemos que ninguém gosta disto,... mas vamos aproveitar o que há de bom nesta Recruta, a camaradagem e os exercícios físicos.
Claro está que ficou com o Pelotão na "mão".
Passadas essas 4 a 5 semanas, um dia apareceu de manhã acompanhado de outro aspirante.
Informou que iria passar para os serviços jurídicos do quartel e seria substituído pelo novo aspirante que agora apresentava.
Ok, tudo bem.
Embora deixando saudades.
O novo aspirante, informa que íamos para a carreira de tiro, de imediato dá-nos ordens para NUM MINUTO irmos buscar o capacete à caserna.
Nós estávamos aquartelados no Destacamento.
Da parada até à caserna e voltar não dava para UM MINUTO.
Quando voltámos, o aspirante com o seu ar imponente gritou que já tinha passado o tal MINUTO.
Enchemos 50.
O aspirante ficou "apresentado".
No próximo Capítulo vou descrever-vos a personalidade deste "cromo".
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