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segunda-feira, 27 de abril de 2020

O nascimento de uma criança, Américo Condeço


20/03/2015

MAIS UMA EXPERIÊNCIA DE VIDA

Um belo dia fomos chamados, o Doutor e eu, ao Hospital Civil de MACOMIA para assistirmos a um parto pois a parturiente estava em trabalho de parto já há vários dias e a criança não queria nascer.

O Dr Cardoso esteve a analisar a situação e decidiu-se pela evacuação, pois tanto Mãe como Filho já estavam com poucas forças e a situação estava a tornar-se perigosa para ambos.

Chamados os meios de evacuação, tratámos de transportar a dita senhora de ambulância para a pista pois o avião já vinha a caminho para proceder ao seu transporte para o Hospital Civil de Porto Amélia.

A mulher dentro do avião procedimentos normais e avião no Ar.

E foi ai que aconteceu o bom da situação, quando do contacto com o piloto para o adeus e até ao regresso o mesmo informou que a criança tinha acabado de nascer, ordem imediata para regresso pois tanto a mãe como a criança necessitavam de cuidados imediatos.

Ainda acompanhámos os dois durante alguns dias no hospital civil de Macomia, mas depois perdemos-lhe o rasto.

domingo, 20 de julho de 2014

Carta de uma mãe ao Ministro do Exército, por Virgínio Briote e Luis Graça

Foi com alguma emoção que li este texto da autoria do Virgínio Briote, irmão do meu grande amigo e companheiro de algumas desventuras, por terras de Moçambique, mais propriamente, em Chai - Cabo Delgado...
É pois da dor da mãe do grande amigo Rui Briote (o último da esquerda na foto de família), gravemente ferido no aquartelamento daquela localidade, com uma granada de morteiro, que estamos a "falar".
Tal como todas as mães, quis o melhor para os seus filhos... que a pátria (ou quem decidia em nome dela) mandava para uma guerra, sem sentido, há muito perdida e adversa dos ventos da história, que seguiam em sentido contrário...

JCP

.................///....................

Guiné 63/74

- P13405: Tantas vidas (Gil da Silva Duarte / Virgínio Briote) (2): As nossas mulheres: carta de uma mãe a Sua Excelência o Ministro do Exército, datada de 4 de fevereiro de 1963, intercedendo por um filho que acabava de ser mobilizado para o CTIG, depois de um outro ter sido morto em Angola, em 23 de abril de 1963...


Portugal > Finais dos anos 50 >  "Fotografia de mães e filhos, em finais dos anos 50, com a guerra já no horizonte".
"Todos esses rapazes foram para África: um para a Guiné, e dois para Moçambique, regressando um destes paraplégico".

Foto (e legenda): © Virgínio Briote  (2014). Todos os direitos reservados [Edição: L.G.] 1. Mensagem do nosso editor (jubilado) Virgínio Briote, e referência incontornável do nosso blogue, para o qual entrou na data já distante de 23/10/2005 (*):
 
Data: 16 de Julho de 2014 às 14:43
 
Assunto: As nossas Mulheres 
 
Caros Luís e Carlos, Dei agora com uma carta que, naqueles tempos, me foi entregue em Brá. É evidente que os nomes estão omitidos, mas a carta é verdadeira. Devolvi-a ao filho da Senhora que a escreveu há pouco mais de meia dúzia de anos, estava a Mãe ainda viva!

Um abraço do VB [, Virgínio Briote, ex-alf il cmd, cmtd Gr Diabólicos, CCmds, CTIG, Brá, 1965/67: , foto à esquerda, c. 1965]

2. Carta ao Ministro do Exército
 
Exmo. Senhor
Ministro de Exército
Excelência,
Venho respeitosamente dirigir-me a Vossa Excelência expondo-lhe o seguinte.
Sou mãe do 2º Sargento Miliciano ..., morto em Angola, no Quitexe, em 23 de Abril de 1963.
Após 22 meses (?) ao serviço da Pátria, o meu filho, que era a luz dos meus olhos lá se ficou.
 
Hoje tive conhecimento que outro meu filho, o 1º Cabo Miliciano ..., acaba de ser mobilizado para a
Guiné, para onde parte no dia 9 deste mês.
Sou pobre, se não ia pessoalmente, de joelhos, pedir a Vossa Excelência que tenha pena de mim.
Com a morte do meu ... nunca mais fui a mesma.
Se há pessoas desamparadas da sorte, uma delas sou eu, perdi completamente o gosto por viver.
 
Não choro os meus filhos à Pátria, choro sim a sua morte quando vejo companheiros deles, depois de apurados, descerem aos hospitais militares e ficarem livres.
Não ensino procedimentos destes aos meus filhos, custar-me-ia muito vê-los tomar atitudes idênticas. Mas apelo ao coração, que presumo ser bom, de Vossa Excelência, que certamente também é Pai.
A metrópole é também a nossa Pátria e o meu filho ficaria aqui a cumprir o tempo necessário e não mo mandaria para longe entrar em combates.
Há seis anos, o meu marido teve uma trombose.
Vive, mas é um doente, e com tudo isto vejo agravar o seu sofrimento.
Não me convenço que meu filho…vá para tão longe.
E pelos seus filhos, peço-lhe que mo deixe ficar.
Vossa Excelência terá a certeza que eu terei mais meia dúzia de anos de vida, nunca mais de alegria, mas para melhor poder amparar o meu marido e meus filhos, para os quais sempre tenho vivido.
 
Julgo bater à porta de Deus e a Ele fico a pedir para que Vossa Excelência e Família tenham uma vida cheia de saúde e felicidade.
Respeitosamente de Vossa Excelência Maria……
 
4 de Fevereiro de 1965.

3. Comentário de L.G.: No passado dia 10, mandei ao VB a seguinte mensagem:  (...) Em boa forma?
 
É só para te recordar o desafio que te lancei há tempos, e reiterei em Monte Real, no IX Encontro Nacional da Tabanca Grande...
Não nos sacas aí, do teu baú, uns tantos textos (meia dúzia...) para dar continuidade a esta série, "Tantas Vidas"? !... 
Estamos com 200 mil visualizações por mês...
Vem o verão, e é preciso alimentar o blogue... sobretudo em agosto...
Há muitos camaradas, "periquitos", que nunca tiveram oportunidade de ler o teu blogue Tantas Vidas (**), há muito desativado...
Pensa também nesta malta,que está a chegar ao nosso blogue...
Quando cá chegaste éramos meia dúzia de "tertulianos", hoje somos 662" (...).
A resposta não tardou, comunicando-me que o assunto não estava esquecido, e mandando-me duas colaborações, a começar por este texto que acima publicamos, o que vem reforçar a minha esperanção, e mais do que isso, convição de que os nossos leitores vão poder ter o privilégio de ler ou reler alguns dos melhores textos da série "Tantas Vidas" do Gil Duarte & Companhia... (Gil Duarte é uma espécie de "alter ego" do VB)...
 
(...) Os textos do Tantas Vidas?
Nunca mais peguei neles, tenho-os arquivado no portátil, julgo que fiz a cópia total do blogue mas nem tenho a certeza de que o tenha copiado todo.
No PC fiquei com alguns textos que copiei e antes de os publicarmos tenho que os voltar a ler, corrigir, ordenar e completar, uma vez que fechei o blogue em princípios de 2005!
Mas podemos voltar a pegar no assunto. (...).

Por estes dias, o VB e a Irene estarão  de visita à "família americana" (filha, genro e netos), em Seatle...
Desejo-lhes calorosos  encontros e que bons ventos os tragam de novo à doce casa e à querida pátria, como diria o grande Ulisses, o homérico  guerreiro que levou 10 anos da sua vida a regressar à sua amada Ítaca, depois da guerra de Troia.

______________

Notas do editor:
(*) Vd. psoite da I Série, 23 de outubro de  2005 > Guiné 63/74 - CCLV: Virgínio Briote, ex-comando da 1ª geração (1965/66) 
(**) Vd. poste de 26 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13194: Tantas vidas (Gil da Silva Duarte / Virgínio Briote) (1): Tantos anos depois... Recordar, porquê? Postado por Luís Graça at 18:49   Enviar a mensagem por e-mailDê a sua opinião!Partilhar no TwitterPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest Marcadores: as nossas mulheres, as nossas mães, Estado Novo, família, guerra colonial, Tantas Vidas, Virgínio Briote
 
4 comentários:
Luís Graça disse...
Digam lá se o do meio não é o VB? 
Sim, tenho uma vaga ideia de o VB um dia me ter dito que tinha um mano que foi gravemente ferido em Moçambique, na guerra colonial... 
Espero não estar a trocar as "cassetes"...
São as marcas, físicas e outras, que ficam am grande parte das famílias da nossa geração... 
Obrigado, VB, por partilhares esta foto de família...
Boa viagem até Seatle, para ti, o Gil Duarte e a Irene...
Que te tenhas muitas alegrias ao reencontrar a tua/vossa família americana...
 
LG quarta-feira, Julho 16, 2014 7:09:00 da tarde

Anónimo disse...
Não fosse a pressa, a história para ficar completa devia tê-la contado assim: a carta foi certamente enviada para o ME que a deve ter remetido para o QG/CTIG. Aqui deve ter estado parada uns tempos até ter sido enviada para Brá, uma vez que era lá que se encontrava o filho (elemento do meu grupo) da Senhora que escreveu a carta.
O então Cmdt da CCmds do CTIG entregou-ma em mão com a indicação "desenrasque-se" e que agisse em conformidade com o estado anímico e físico do referido militar.
Muitos anos depois, 2002/03, quando estava em casa dos meus Pais a ver e limpar os papeis e fotos que tinha trazido de lá, dei com essa carta.
Depois entrei em contacto com o meu antigo Camarada e combinei encontrar-me com ele e passei-lhe para as mãos a carta que a Mãe tinha escrito em 1965.
Foi com as lágrimas nos olhos que reconheceu a letra da Mãe e me disse que ainda era viva.
Era assim que eu devia ter relatado este facto.
O meu irmão Rui é o pequeno da ponta esquerda da foto, de boné.
Foi atingido por estilhaços de uma granada de morteiro que rebentou no parapeito do telhado sobre o qual se encontrava, no Chai, Macomia, em Junho de 1973, salvo erro.
Abraço VB quarta-feira, Julho 16, 2014 7:37:00 da tarde
 
JD disse...
Caro Virginio, Belíssima carta de desespero e de esperança.
Houve mães de portugueses que passaram semelhantes sofrimentos.
No meu pelotão tive um camarada com um irmão embarcado na mesma data com destino para Cabuca, era gémeo, e outro, mais velho, que já contava alguns meses em Angola.
Quantas angústias as daquela senhora? e as de todas as mães com filhos mobilizados para o desconhecido?
Como perguntava o poeta ao mar, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal?
Desejo-te boas viagens nesse novo mundo, e fica atento, podes encontrar o Zé Câmara ou o Tony. Um abraço JD quarta-feira, Julho 16, 2014 9:59:00 da tarde
 

domingo, 11 de maio de 2014

Dia da Mãe, por João Marcelino

Hoje Dia da Mãe

Querida mãe onde quer que estejas 
estarás sempre em meu coração,
mesmo que já não sintas, mesmo que já vejas 
estará sempre contigo este teu filho João

No meu peito há um jardim
onde passeias em mim,
a cada minuto que passa
nunca me esqueço de ti

sou semente do teu ser
como prova desse amor
por continuar sem saber
porque amo eu esta dôr

04-05-2014
texto de João Marcelino

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Minha mãe... a verdade que deveria ser mentira, por João Marcelino


 
04 - 02 - 1997

PELAS 04H30, FUI CHAMADO AO GABINÊTE DO MÉDICO RESPONSÁVEL PELO SERVIÇO DE URGÊNCIAS DO HOSPITAL AMADORA SINTRA...

NESSA HORA E NESSE MOMENTO JÁ EU ESTAVA UM FARRAPO, DE TANTA ANGUSTIA E NOSTALGIA...
 
20 HORAS DEPOIS DE MINHA QUERIDA MÃE ALI TÊR DADO ENTRADA, EU ESTAVA ALI NA ESPERANÇA DE UMA BOA NOTICIA.
 
PORÉM ESSE DITO MÉDICO OLHOU PARA MIM, E SEM RODEIOS, CATEGÓRICAMENTE, EXCLAMOU: A SUA MÃE MORREU!!!...

ESTA VERDADE NUA E CRUA, FOI UMA VERDADE QUE EU PREFERIRIA QUE FOSSE MENTIRA,.. .

É POR ISSO MEUS AMIGOS !!!...
QUE EU DIGO: QUE HÁ VERDADES QUE SERIA PREFERIVEL QUE FOSSEM MENTIRAS,...

MAS TAMBÉM HÁ MENTIRAS QUE SERIA PREFERIVEL QUE FOSSEM VERDADES,..

UMA VERDADE PODE DOER MUITO MAIS, QUE UMA MENTIRA,..

A MENTIRA É O PODER,.. É A FORÇA DO MAL,..

A MENTIRA ATÉ PODE DESTRUIR O MUNDO !!!!!!!!....................

04 / 02 / 2014 por João Marcelino

        
  • Duarte Pereira TOMEM ATENÇÃO À DATA LÁ EM CIMA. ABRI O COMPUTADOR A DORMIR E PENSEI QUE TINHA SIDO ONTEM. E AINDA POR CIMA DIA 4 É HOJE. ISTO ESTÁ BONITO.
  • ESTÁ!!!
  • FOI DA "TAREIA" DE ONTEM COM OS COMENTÁRIOS!!!
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    Paulo Lopes Bom dia meus amigos!
    Também eu fui iludido na primeira análise!
    Amigo João Marcelino, não servindo de forma alguma de conforto, também eu tive uma idêntica situação com o meu falecido pai: levei-o para o Hospital Garcia da Horta num sábado de manhã!
  • Ficou nos cuidados intensivos onde eu permaneci até altas horas! às 8:00 de domingo informei-me do estado ao qual me disseram que já tinha seguido para a enfermaria!
  • Passado nem meia-hora, telefonaram-me do hospital para eu ir falar com o médico!
  • Minha mãe foi na mentira, eu não!
  • E lá fomos e o resultado foi o mesmo que o teu amigo!
    A própria vida, não sendo uma total mentira, é-o contudo, uma verdadeira ilusão!
    Mas amigo, a vida continua e não podemos viver do que se passou e continuemos a ilusão!
    Vou à minha bica e mais tarde penso regressar!
  • Um abraço a todos e tenham um bom dia.
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    Jose Capitao Pardal O meu também já faleceu, quando estava internado no Hospital do Espirito Santo, em Évora...
  • Também sei dar o valor a essas verdades, que deveriam ser mentiras...