quinta-feira, 7 de agosto de 2014

DIA DE GRANDE AFLIÇÃO, por Duarte Pereira


DIA DE GRANDE AFLIÇÃO

RECEBI NO MEU E-MAIL UMA MENSAGEM DO "TOINO" PARA SE POSSÍVEL SER DIVULGADA.
ESTÁ NO CENTRO DE SAÚDE DE ESTREMOZ AINDA SOB OBSERVAÇÃO.
ESCREVEU O TOINO - DEPOIS DAQUILO TUDO A GERTRUDES E A MARIA FORAM TER COMIGO À CASA DE BANHO.
DERAM-ME UM BANHO GELADO E DEPOIS LEVARAM-ME PARA O QUARTO E FIZERAM DE MIM CHUVEIRO.
LEVAVA UMAS CHICOTADAS NAS COSTAS E A MARIA PERGUNTAVA SE EU ESTAVA A SENTIR PRAZER.
DEPOIS A SEGUIR A GERTRUDES DAVA-ME COM OS ARREIOS E FAZIA A MESMA PERGUNTA.
MALDITA A HORA EM QUE ME SENTEI À MESA PARA COMER QUALQUER COISA E ARRANJAR FORÇA PARA AQUELA ENCENAÇÃO.
SÓ QUERIA FILMAR PARA DEPOIS COLOCAR NO YOUTUBE.
NÃO SEI COMO CONSEGUI SAIR DE LÁ COM A MINHA "HIACE".
DOÍ-ME O CORPO TODO.
SE POR ACASO SE PERDEREM E FOREM LÁ BATER À PORTA, PASSEM ADIANTE QUE AQUILO PARECE A CASA DA AVÓZINHA PARA O LOBO COMER O CAPUCHINHO VERMELHO.
TÃO DEPRESSA NÃO PENSO LÁ VOLTAR.
AINDA CONSEGUI OUVIR.
ESPERO QUE OS NOSSOS MARIDOS VOLTEM LOGO À TARDE FOLGADOS, QUE O TOINO FOI SÓ UM APERITIVO.
 
ONTEM BEM CEDINHO BATEU CÁ EM CASA O TOINO.
OS NOSSOS MARIDOS TINHAM SIDO CONVIDADOS PARA UMA VISITA AO ALGARVE PARA OS LADOS DE MONTE GORDO.
E O TOINO DISSE - COMADRES COMO SABEM ANDO POR VÁRIAS CIDADES AQUI DO NOSSO ALENTEJO.
POR VEZES DESPACHO-ME TARDE E VOU VISITAR ALGUMAS CASAS DA NOITE.
TÓINO, NÃO ME DIGAS QUE AGORA ANDAS NESSAS CASA DE ALTERNÂNCIA.
O DINHEIRO QUE VAIS GANHANDO NÃO DÁ PARA UMA SÓ NOITE.
GERTRUDES CALMA, NADA DISSO.
TIVE UMA IDEIA LI NO MEU COMPUTADOR "SADOMASOQUISMO" SADO QUÊ???
É LÁ PARA OS LADOS SETÚBAL??
GERTRUDES EU EXPLICO :
O sadismo é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em impor o sofrimento físico e moral a outra pessoa.
O masoquismo é a tendência oposta ao sadismo, é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em receber o sofrimento físico e moral de outra pessoa.

TOINO.O QUE É QUE AGENTE TEM A VER COM ISSO.
GERTRUDES NÃO PRECISAMOS DE GASTAR DINHEIRO, TEMOS TODO O MATERIAL NECESSÁRIO.
LÁ FOMOS CONVENCIDAS, O TOINO FOI AO CURRAL TROUXE UNS ARREIOS UM CHICOTE E UMAS CORRENTES E NÃO SEI MAIS O QUÊ E PRENDEU-NOS À CAMA PELOS PULSOS E PELAS CANELAS.
ENTRETANTO OLHOU PARA A MESA E VIU LÁ UM PAIO COM BOM ASPECTO.
FOI AO FRIGORÍFICO E SACOU DE LÁ UMA GARRAFA DE VINHO VERDE FRESQUINHA E COMEÇOU A BEBER.
NÓS JÁ ESTÁMOS A FICAR AFLITAS.
FOI TODA E DISSE QUE IA À CASA DE BANHO.
MEIA HORA DEPOIS E AINDA NÃO VOLTAVA.
PENSÁMOS DEVE TER ADORMECIDO.
AGORA A MELHOR, BATERAM À PORTA.
NÓS AFLITAS TIVEMOS MESMO DE GRITAR.
FELIZMENTE ERA O CORREIO QUE "POR ACASO" TAMBÉM SABIA ONDE HAVIA UMA CHAVE ESCONDIDA.
LÁ ENTROU E VIU A GENTE NAQUELES PREPAROS.
FOI À CASA DE BANHO E LÁ ESTAVA O TOINO A DORMIR.
DESATOU-NOS E DEU UMA LIÇÃO DE MORAL.

SERVIÇO BEM FEITO SÓ COM OS C.T.T.

EM CAVALARIA DIZEM " PERGUNTAI AO INIMIGO QUEM SOMOS".

NOS C.T.T "COMEMOS .TUDO .TUDINHO" FICAMOS ATÉ SATISFEITAS.
ENTÃO NÃO É QUE O TIPO AGARRA NUM PAIO INTEIRO E VAI-SE EMBORA!!!
 

sábado, 2 de agosto de 2014

ARTIGO MAIS OU MENOS SÉRIO, por Duarte Pereira


SIM , SOU EU QUE ESTOU A ESCREVER E ASSUMO A RESPONSABILIDADE.
O GILBERTO PEREIRA É CANDIDATO A NOVO AUTOR DAS COMADRES.
COMO COMEÇOU MAIS TARDE QUE OS COLABORADORES E FUNDADOR, VOA QUE NEM UMA "ÁGUIA".
TALVEZ SÓ ESTE ANO EM QUE AS ASAS BATEM FORTE.
TEM POTENCIAL PARA MANTER O DIÁLOGO DAS COMADRES "FO-BRINCALHONHAS"!
MUDANDO DE ASSUNTO.
O FERNANDO LOURENÇO PERGUNTOU-ME A QUE SE DEVIA A MINHA EUFORIA PARA O ALMOÇO CONVÍVIO DESTE ANO.
RESPONDI QUE O FACE APROXIMOU A MALTA E JÁ TINHA SAUDADES.
MENTIRA!!!...
 
 
SOU PRISIONEIRO NA MINHA PRÓPRIA CASA E SEM PULSEIRA ELECTRÓNICA.
APROVEITO DUAS NOITES FORA E VAMOS PARA CASA DA MINHA SOGRA NA BEIRA ALTA (ATÉ LEVAMOS AS GATAS) PARA VER SE ENCONTRAM UM GATO INTERESSANTE. 
A ISABEL PERGUNTA, NÓS SOMOS TRÊS, QUE COMPANHIA TEREMOS NA MESA?.
O "CUNHINHA" ESTEVE CONNOSCO NOS DOIS ÚLTIMOS, COM E SEM A ISABEL.(SUA MULHER).
O GILBERTO PEREIRA HÁ DOIS ANOS.
O ANO PASSADO ESTIVE COM O DIAS NUNES, PEDRO COELHO, PEGAS ,"MOLHINHOS", CUNHA E FAMÍLIA DO PEGAS.
PEDRO COELHO E EM ESPECIAL "MOLHINHOS" QUE ERA DO TERCEIRO PELOTÃO, "DIGNIFICARAM "A MESA  HIC 
A MIM SÓ ME INTERESSA UMA MESA EM QUE NÃO HAJA "MONOS" E CONVERSA MOLE E POLÍTICAMENTE CORRETA.
 
 
 
 
TODO O ANO ME PORTO BEM E GOSTAVA DE ME PORTAR MENOS BEM, EMBORA ME CONSIDERE TÍMIDO.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Uma pausa na guerra, por Paulo Lopes


Conforme disse em comentário ao ACONTECEU ANGUSTIA EM MACOMIA do nosso amigo Rui Brandão, aqui fica a passagem do meu livro que, não esqueçam, é um livro romance e não, propriamente, um diário apesar de o ser quase!
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Mais um fim de mês estava a chegar e como ainda me encontrava inoperacional para ações de combate, fui incumbido da deslocação a Porto Amélia (atual Pemba) para tratar de assuntos burocráticos inerentes à Companhia e levantar o dinheiro para pagamentos do pré.
 
 
Uma curta pausa na guerra.
 
Um instante de repouso na visualmente pacifica cidade capital de Cabo Delgado.
Mas, e como acabei de dizer, era apenas uma curta.
 
Pausa na guerra, pois depressa me encontrava dentro do táxi aéreo de regresso a Mataca, sem ter tido tempo de apreciar a sensação de não ter granadas agarradas à cintura nem a pesada G3 nas mãos!...
 
 
 
Mais uma vez deu para poisar o meu olhar sobre aquela imensidão de selva cheia de vida e de hipóteses que se teima em destruir com a brutalidade de pensamento, que existe na cabeça dos governantes.
 
Uma força estranha nos é transmitida quando sobrevoamos aquelas serras de terrenos abundantes que demonstram uma facilidade extrema de expansão se o homem assim quisesse.
No entanto, por debaixo daquelas copas das arvores, estão seres humanos que, obedecendo a estupidas mentes ou simplesmente tentando sobreviver, vão executando a guerra que outros fazem, destruindo-se a eles mesmos e tudo o que de belo existe sem saberem ao certo o porquê, deixando sempre impunes os verdadeiros culpados de tanta destruição.
 
 
Durante a semana que permaneci em Porto Amelia, nada de especial tinha acontecido de desagradável, nem mesmo a rapaziada que entretanto se tinha deslocado em mais uma coluna a Macomia para além claro, dos irritantes trinta e tais quilómetros sempre em constante expectativa e tensão.
 
Um dia depois da chegada da coluna, ouviram-se imensos rebentamentos para la da serra de Mapé.
 
Não tardou a sabermos que Macomia estava a ser atacada com morteiros e com canhões sem recuo. Caíram granadas dentro do quartel, mas felizmente, os estragos foram apenas materiais.
Soubemos também que, no dia seguinte, grupos de combate da companhia estacionada em Macomia e depois de uma batida à zona provável do ataque, tinham encontrado seis elementos IN mortos e capturadas quatro armas.
Provavelmente foram atingidos no contra-ataque, também com morteiros, desencadeado por Macomia.
 
 
Os quatrocentos elementos da Frelimo, que segundo informações obtidas, se encontravam na serra de Mapé, começavam a produzir!...
 
À Mataca voltou a tensão que apesar de estar constantemente presente no nosso espirito, por vezes ia sendo enganada por um falso esquecimento abrandando a nossa pressão de alerta a que nos obrigava este dia a dia da persistente e matreira guerra.
Sorriamos otimistas escondendo o nervosismo esperando a nossa vez de entrar em palco e como que a transmitir um certo animo, dizíamos uns para os outros:
Eles que venham que a sopa esta pronta.
 
 
Pronta estava a mensagem que chegou anunciando mais uma operação.
Resumindo a finalidade desta: – Patrulhar zona do rio Mapi, fazendo barreira a uma possível fuga de elementos IN vindos de uma base que um grupo de comandos iria atacar.
Os grupos a participar: segundo e terceiro.
 
Esse previsto ataque não seria efetuado porque o grupo de comandos que estava com essa missão foi obrigado a abortar tal intenção sem sequer fazer a aproximação à possível base, pois muito antes do local onde deveriam atuar foram detetados, o que tornou impossível a surpresa do ataque e a eficácia da operação.
Assim, após comunicação superior, os nossos dois grupos deixaram as margens do rio (como sempre, rio só no nome porque a essência, a água, nem vê-la) sem que nada tivessem observado de anormal tendo em conta que nós já considerávamos normal todo o desenrolar de quilómetros e quilómetros palmilhados, alimentados a ração de combate e dormidos num monte de capim!...
 
Há muito que considerávamos normais estas operações quando afinal, o normal seria estarmos junto dos nossos, a estudar ou a trabalhar!...
 
Mas o principal objetivo, pelo menos para nós, que batalhávamos nas matas, que rasgávamos a floresta espiolhando o perigo, atravessando medos, alimentando o futuro com pensamentos positivos, tentando enganar o tempo, ia, com lentidão, mas sendo alcançado: mais cinco dias passados!...
 
E de minuto em minuto, de operação em operação, de susto em susto, o tempo ia correndo e o primeiro ano da minha comissão estava atingido e a dos meus camaradas já tinha passado mais um pouco.
 
 
Faltava outro tanto.
Outra parte igual para não viver.
Mais um ano perdido a ser riscado onde a vida individual era de valor nulo.
Apenas um numero ao serviço das armas e ao dispor da sorte.
Vidas que obtinham uma vaga lembrança, quando, do alto do pedestal, os heróis da nossa pátria, os cérebros, os fazedores de guerras, descem ao povo e colocam medalhas no pescoço das mães de corações despedaçados e moles pela perda dos seus filhos, e tudo, a bem da nação.
 
Troca-se de uma medalha e um falso abraço por uma vida, e tudo fica pago e esquecido!!!...
 
paulo lopes
in "Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis"

quarta-feira, 30 de julho de 2014

HÁ COINCIDÊNCIAS DO "CARAGO", por Duarte Pereira


E AINDA DIZEM QUE AS COMADRES SÃO PARVAS.
RESPOSTA AO GILBERTO PEREIRA ONTEM:
 
Velhas DE Estremoz Alentejanas:
COMO "GOSTA" TANTO DE NÓS, PODEREMOS COMENTAR.
CADA UM DE VÓS "TEVE A VOSSA GUERRA".
PARA UNS CORREU MAL, MUITO MAL, PARA OUTROS CONTINUA A CORRER MAL E HÁ MUITOS ANOS.
 
OUTROS CASOS COMO O DO NOSSO AUTOR, TIVERAM A FELICIDADE DE PASSAR "PELOS PINGOS DA CHUVA".
 
 
A SAUDADE NÃO O "MATOU".
ELE RECORDA COM, DIGAMOS "AMOR", A CAMARADAGEM E ENTREAJUDA DE TODOS OS QUE O ACOMPANHARAM.
 
NÃO TEVE PRESSÃO POLÍTICA, CIRCUNDOU A PRESSÃO DOS "AMARELOS" COMO DIRIA PAULO LOPES.
 
 
 
SÓ AINDA NÃO PERCEBE PORQUE EM MILHARES DE EX-COMBATENTES TEVE A "SORTE" DE APANHAR AQUELE QUARTO PELOTÃO COM AQUELA MALTA, O EX-FURRIEL FERNANDO LOURENÇO E O EX ALFERES AMÉRICO COELHO.
 
HÁ COINCIDÊNCIAS DO "CARAGO" .

terça-feira, 29 de julho de 2014

" LÁ " FUI FELIZ, por Duarte Pereira


SAÍ DE CÁ COM UMA SECÇÃO (POUCOS HOMENS) E ALGUMA RESPONSABILIDADE.
EM JANEIRO DE 1973, DERAM-ME UM PELOTÃO (USADO), BERLIET, UNIMOGS, CONDUTORES, RÁDIO TELEGRAFISTA, ENFERMEIRO, FURRIEIS, CABOS E SOLDADOS.
PARECIA UM "CAPITALISTA."



PODIA DECIDIR NO ALTO DA PEDREIRA SE VIRÁVAMOS À ESQUERDA PARA O MUCOJO OU À DIREITA PARA MACOMIA.


O "PODER" PODE "DEGRADAR" OS HOMENS.
ALGUMAS "COISAS" MUITAS, FORAM MAL DECIDIDAS, INCLUINDO O RISCO DOS HOMENS QUE ERAM "OBRIGADOS" A IR ATRÁS.


INFELIZMENTE, NÃO ESCREVI NADA PARA AGORA PODER RECORDAR ESSE TEMPO. SE VOU AO ALMOÇO E ANDAM POR LÁ ELEMENTOS DO TERCEIRO PELOTÃO, AINDA NÃO ME APERTARAM O PAPO E NÃO ME DERAM NENHUMA FACADA, É PORQUE A COISA NÃO CORREU MUITO MAL.


APRECIO OS TEXTOS DO RUI BRANDÃO PELOS PORMENORES QUE INCLUI NAS SUAS NARRATIVAS.


SE EU CONSEGUISSE ESCREVER AS HISTÓRIAS DO TERCEIRO PELOTÃO, SERIA UM EXEMPLO A NÃO SER EXEMPLO.


CONFESSO QUE EM 1972 NO QUARTO PELOTÃO, COMANDADO PELO AMÉRICO COELHO, SEMPRE FUI UM "ANJO".

TERIA DE SER, AO MEU LADO TINHA O "ANJINHO" FERNANDO LOURENÇO.