quinta-feira, 17 de julho de 2014

ACONTECEU ANGÚSTIA EM MACOMIA - E o que mais aconteceu..., por Rui Brandão


 
ACONTECEU ANGÚSTIA EM MACOMIA
Esclarecimentos


Perante algumas dúvidas legitimamente colocadas ao longo da publicação dos Capítulos do Título vertente, quero-vos dizer que tudo foi escrito de memória mas... tenho várias referências de datas e documentos que me ajudam a balizar os eventos.
Recordem-se que eu tinha a minha pequenita comigo, que me referenciou vários períodos da minha vivência em Macomia.
Não vos falei das várias situações de crise que passei, com os violentos ataques de paludismo que a miúda passou, a partir do momento que iniciou a dentição.
Passei noites a baixar-lhe a febre com panos de água gelada na testa.
Os problemas com o Administrador (mais semana menos semana) consigo localizá-los, porque tenho (ainda) os recibos das rendas de casa.
O ataque a Macomia, esse então é fácil.
Eu fiz anos a 4 de julho e o ataque foi no sábado a seguir.
Os episódios em si, dificilmente os esquecerei.
Foram maus de mais para que os possa esquecer.
Garanto-vos ainda.
Muito mais coisas deste tipo se passaram mas, tenho respeito por vós e pelo vosso tempo, para vir agora contá-los.
Já não acrescentariam muito mais ao essencial que vos quis transmitir.
E se vos contar que não tive direito ao segundo mês de férias por que apanhei 6 dias de detenção?
E se vos contar que isso aconteceu sem eu ter culpa nenhuma?
E se eu vos disser que isso se deu por o Major estar com uma valente bebedeira de Whísky (situação recorrente, sublinhe-se) pouco depois do jantar?
Ali culpabilizava-se, punia-se e não havia direito a defesa e muito menos ao contraditório.
E se eu vos contar que esse homem era um falhado com um problema sério de alcoolismo?
E se eu vos contar que esse mesmo Major era um flop em estratégia militar?
Bastaria contar a história da célebre viatura vazia que enviou propositadamente numa coluna para o Chai pondo em risco a vida (ou até as pernas - minas...) de um condutor.
 
 
E se eu vos contar que esse Major tinha a necessidade de colocar um aparato bélico (Kalash + pistola à cintura) cada vez que ia fazer os revis às tropas em operações no mato (e se eu fiz tantos revis com ele...) para mostrar que era um operacional do Caraças?
 
 
Pois companheiros, teria que voltar a outro tipo de Título "qualquer coisa em Macomia" para vos "incomodar" com "ninharias".
Já passou...
Deixem lá.
Abraço-vos camaradas de guerra.
Talvez a propósito, publico hoje uma fotografia que poderá ter uma mensagem.
Quero que eles vão todos pró car.........
Rui Brandão
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NOTA DE JOSÉ CAPITÃO PARDAL: É bom frisar que as "revis" eram efetuadas de avioneta (DO) e só, enquanto a Frelimo não possuiu misseis terra-ar.
No mato eu nunca o vi.
Vocês viram?
Aliás, em 1972/1974, os únicos graduados que andavam na guerra no mato e na picada eram em exclusivo os praças (cabos e soldados) e os milicianos (capitães, alferes e furriéis).
Do quadro só por castigo e rapidamente arranjavam forma de dar baixa ao Hospital ou ser colocados nas cidades.
Só entre as tropas especiais é que a maioria dos oficiais comandantes de companhia (capitães) eram do quadro, e andavam no mato e na picada.

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