Pois bem.
Começa-se a perceber que o stock de material fotográfico lá das bandas da Guerra está a ficar a zero.
Os temas (naturalmente) começam a ter desvios daquilo a que nos propusemos nesta página e ainda bem.
Significa que não parámos no tempo.
Permitam-me então que volte a um tema prometido por mim quando apareci nesta página.
Exatamente contar-vos a "Guerra" em Macomia.
Significará contar-vos aquilo que os operacionais não tiveram.
Repressão, perseguição, controlo da PIDE e ódio colonialista destilado para cima de quem não "alinhava" na palhaçada e ainda, imaginem, uma situação terrível de guerra, debaixo de fogo que ninguém do nosso Batalhão viveu..
Isso mesmo companheiros!!!
Tive a oportunidade de estar uns tempos na Mataca e verifiquei o ambiente de camaradagem, liberdade e respeito pelos superiores hierárquicos.
Alguém já disse nesta página que cada vez que ia a Macomia, "aquilo" era só amarelos.
Se fosse só amarelos...
Já não era mau.
A guerra comandada por "Oficiais de Salão" é no mínimo obscena.
Começarei pela minha História a que darei o Título
ACONTECEU ANGÚSTIA EM MACOMIA
CAPÍTULO I
Deveria estar a decorrer o terceiro mês de comissão quando veio para junto de mim a minha mulher (do 1º casamento) e a minha filha com 5 meses (a Carla Alexandra que carinhosamente chamávamos Chana).
Macomia afigurava-se um pequeno paraíso.
De fato não havia Guerra por ali (isso era coisa para as Companhias operacionais e para quem fazia colunas).
Comia-se bem, camaradagem muita e da boa, petiscadas dia sim dia sim.
Aquilo era qualquer coisa como que umas férias com tudo incluído (mas...à borla).
Inicialmente aluguei uma casa junto à cantina do LAKU (ainda se lembram?).
Só lá fiquei duas noites porque a esposa de um administrativo que trabalhava na Administração conseguiu que nos disponibilizassem gratuitamente uma casa que estava desabitada mesmo junto ao quartel.
Foi fantástico.
A casa tinha qualidade e sentia-me mais protegido (assim como assim...).
Mas...
A casa pertencia à Administração.
O ambiente continuava favorável, a minha mulher conseguiu emprego na Administração e ganhava 3.000$00 por mês.
Tínhamos dinheiro, estávamos bem instalados e ninguém nos chateava.
Eram farras praticamente todas as noites!!!
Um dia a minha mulher ao chegar a casa vinda do emprego diz-me:
- Fomos convidados para ir jantar a casa do Sr. Administrador.
*** continua no próximo Capítulo