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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Machibombo, por Paulo Lopes



Bom dia! Por aqui, Sesimbra, está bom para a praia mas...
eu não vou!

Vou apenas beber a minha bica e esperar pelo almoço!


No entanto deixo-vos uma curiosidade que possivelmente não será novidade:

Sabiam ?
Machimbombo é uma palavra bem portuguesa que significa elevador mecânico, mas que caiu totalmente em desuso....


 Machimbombo da Bica, Machimbombo do Lavra … ficava realmente muito feio.
 

O Machimbombo da Estrela é o antecessor do elétrico 28, sempre cheio de turistas e ladrões e que muitos de nós utilizámos e eventualmente ainda o fazemos esporadicamente.



Além do texto ser muito curioso fique-se então a saber que machimbombo não é uma palavra com origem em África, mas que já se usava em Portugal no início do século XX (anglicismo: MACHINE PUMP).


Até logo e bom apetite!

terça-feira, 29 de abril de 2014

As Comadres Domingo de Páscoa na Tanzânia, por Duarte Pereira


Duarte Pereira


Artigo das Comadres Alentejanas, diretamente, da praia próximo de Dar-es-Salaam (Tanzânia)


Tanzânia

ESPERAMOS QUE TENHAM UM BOM DOMIGO DE PÁSCOA EM ALGUMAS ZONAS DO NOSSO PORTUGAL, MOLHADO.

ACABÁMOS DE OUVIR A MUSIQUINHA PUBLICADA ONTEM PELO SR PAULO LOPES.

AS MALAS JÁ ESTÃO FEITAS.
OLHAMOS LÁ PARA CIMA PARA AS FOTOS DE ALGUNS QUE TIVERAM NA FARRA DE ONTEM À NOITE, COM O SR ANTÓNIO BRITO.
LEMOS DUAS VEZES O ARTIGO DO RIBEIRO (LIVRE PENSADOR ) E ESTÁ MUITO BOM E DENTRO DO ESPÍRITO VERDADEIRO PARA QUE A PÁGINA DO VOSSO BATALHÃO FOI CRIADA.
ESPERAMOS QUE ELE NÃO SE "ARME EM CÃO... COM PULGAS" E RECORDE MAIS UNS EPISÓDIOS.
FALÁMOS ONTEM AO TELEFONE COM O SR. DUARTE, QUE DIZ QUE CONTINUA À PROCURA DE FOTOS DE EX-ALFERES DA COMPª. 3509 NA PRAIA DO MUCOJO, MAS NÃO ENCONTRA NENHUMA.



ELE DIZ QUE A PRAIA ERA PROPRIEDADE DOS EX-FURRIEIS E DOS "BANHISTAS", QUE IAM COM ELES.



ESTAMOS MUITO BRONZEADAS E COMO NÃO USÁMOS BIKINI, OS NOSSOS CORPOS ESTÃO MUITO ESTRANHOS, BRANCOS NAS PARTES TAPADAS E CASTANHOS NAS PARTES EXPOSTAS.
OS NOSSOS MARIDOS VÃO ESTRANHAR.
TEMOS AS "MAMOCAS" COM DUAS CORES.
ELES VÃO ACHAR ENGRAÇADO, PARECEM GELADOS DE BAUNILHA E CHOCOLATE.


TENHAM UM BOM FIM DE SEMANA.
PORTEM-SE BEM.
BEIJINHOS AQUI DA TANZÂNIA.

As Comadres Alentejanas

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A lembrança de uma fatídica emboscada, por Eduardo Amorim Mota


Bom dia, amigos do BatCav. 3878.


Cruzamento de Ancuabe


Trago hoje á página do Batalhão, para registo, a lembrança de uma fatídica emboscada, que o meu PelRec sofreu entre Ancuabe e Macomia.

Estrada Ancuabe - Macomia onde fomos emboscados

Essa emboscada vitimou o 1º cabo António Manuel Rosa Taxa, em 13/04/1972, natural de Couço - Coruche e o soldado António Coelho, natural de Alfuínha - S.João de Fontoura - Resende que, ferido com gravidade, viria a falecer a 21/04/1972.
 
Macomia
 
Quarenta e dois anos passaram.
 
Vem á memória a lembrança de um esforço inglório e inútil, que fustigou uma geração de, então jovens, vitimas de "jogos de poder" e que, hoje, idosos, a sociedade relega para o canto da incompreensão e da vergonha.
 
Não voltarei ao assunto.
 
Recordo uma frase de Paul Nizan que disse mais ou menos isto: Eu tinha então 20 anos e não permitia que dissessem ser essa a mais bela idade da vida. 
 

quinta-feira, 27 de março de 2014

IDA PARA O CHAI..., por Rui Briote


Imagem de Rui

Rui Briote
 
No dia 17 de Fevereiro, já com o cheiro da terra africana entranhado nos nossos narizes,  tomámos o avião que nos havia de levar até Porto Amélia, para de seguida irmos para o Chai, fazendo " escala" em Macomia.
 
Porto Amélia (atual Pemba)
 
A viagem ainda demorou umas horas, mas deu para arregalar os nossos olhos perante tanta beleza que tivemos oportunidade de observar.
O avião, a pouca altitude, proporcionou-nos uma vista deslumbrante e de rara beleza... grandes manadas de zebras  e outros animais selvagens, aliada à bem ordenada verdura dos coqueiros, contribuiu para que tivéssemos uma ligeira acalmia  deixando de pensar para onde íamos. 
 
Aeroporto de Pemba (ex-Porto Amélia)
 
Chegados a Porto Amélia, cidade pequena, mas bela, aí pernoitamos...
 
Vista Aérea de Porto Amélia (atual Pemba)
 
No dia seguinte deslocámos-nos para a praia, não para tomar uma "banhoca" muito desejada, mas sim armados de G3 e granadas de mão, para fazer treino individual "de costas viradas para a praia!".
Que mau gosto!...
 
Praia em Pemba (ex-Porto Amélia)
 
No dia seguinte, 20 de Fevereiro, já devidamente " equipados" formámos uma coluna rumo ao Chai.
 
Cada pelotão foi "encaixotado" numa viatura, indo eu na cabine juntamente com o  Miguel.
 
Os primeiros quilómetros foram calmos e não deu para ter tremuras, mas a partir dum determinado lugar elas chegaram e as calças começaram a  "colar-se ao...".
 
Cantina de Ancuabe
 
Parámos em Ancuabe e a partir daí, escoltados pelo Esquadrão de Cavalaria, com as suas  Panhards, comandado se não me engano, pelo malogrado Valinhas, para nos fazerem segurança no resto do percurso.
 
AML Panhard - Esq. Cav. 1
 
Já com a bala na câmara lá fomos...de quando em vez ouvíamos umas rajadas, sinal que estávamos já na zona quente.
 
Os nossos corações começaram a ter mais batidas.
Estávamos já na zona de guerra...como seria daí para a frente?...
O tempo o diria.
 
Já à entrada de Macomia dei ordem para tirar a bala da câmara e aí surgiria o meu primeiro grande susto.
 
Macomia
 
Ia, juntamente com o ex-furriel Miguel  e eu junto à porta da viatura, na cabine duma Berliet e, à ordem de tirar a bala da câmara o Miguel "esqueceu-se" de tirar o carregador e ao dar ao gatilho só ouvi um silvo agudo ...a bala passou mesmo a rasar a minha cara..." borrei-me" todo.
 
Andei com o zumbido no ouvido não sei quanto tempo...
Miguel, Miguel não foi isso que te ensinei...:)
 
Depois duma noite dormida em Macomia partimos em coluna em direção ao Chai.
 
De novo, os corações aceleraram e quando as Panhards, nos pontos críticos, davam umas rajadas, encolhíamos-nos todos...
O primeiro sinal de guerra, foi-nos dado por uma ponte arrasada pelos "turras".
Mais tarde soubemos  o nome da vítima...
a ponte de Muacamula"...
 
Ponte de Muacamula
 
Atravessámos por um desvio e retomámos o caminho para o inferno.
A estrada, pintada de alcatrão, lá nos permitiu andar em marcha mais ou menos lenta, ao mesmo tempo que os nossos olhos arregalados iam mirando as ????,  ora com uma vegetação densa ora despida.
 
Estrada Macomia - Chai
 
Atravessámos o famoso, no mau sentido, Monte dos Oliveiras, local onde minas e emboscadas eram " mato"...
 
Estrada Macomia - Chai (ao fundo o Monte dos Oliveiras)
 
Havia locais em que a pintura de alcatrão deu lugar a buracos, que eram as testemunhas de minas aí plantadas.
 
Estrada Macomia - Chai (próximo do Chai)
 
Finalmente, divisámos o arame farpado, que dava acesso à " cidade" do Chai.
 
Aquartelamento do Chai
 
Fomos recebidos em festa por uma companhia que via na nossa presença o passaporte para fugir dali...pudera!!!
 
Iriam embora e ficaríamos nós nas nossas novas " vivendas"...
 
Por do Sol - Chai
 

 
 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

VIDA de um não MILITAR, por Armando Guterres



 
VIDA de um não MILITAR

Quinta 02/07/1970 - Banho na ribeira - primeiro ato militar com os catorze mancebos da aldeia.

Sexta 03/07/1970 - Inspecção sanitária, no velho edifício dos Bombeiros Voluntários do Fundão. Resultado previsível "todo o serviço" - não conseguido, segundo os interesses deles.
Santarém - terça feira 12/01/1971 - como recrutado.
Não recortaram grande cousa....
 
Sábado 03/04/1971 - Recruta pronto.
 
Domingo 11/07/1971 - 1.º cabo miliciano - Apresentação no RC4.
Missão pastar a vaca, com um intervalo de 3 semanas em Tancos no Curso de Buracos e Alçapões. Continuação de pastar a vaca - um trabalho que levei a sério e cumprimento segundo o RDM.
Sargento de dia num Domingo - Arrear da Bandeira: um puxão para baixo + dois para cima e depois de três tocaduras ...
Não faço ideia de quem a pôs cá em baixo.
 
Segunda feira 20/09/1971 - no gabinete de um capitão.
Tínhamos chegado atrasados dez "pastores".
Conforme iam dando justificações, iam levando dez dias.
Chegou a minha vez e dei a razão de ter perdido o comboio, que de propósito não tentei encontrar (festa civil na aldeia).
Mostrei o pulso e disse "MEU CAPITÃO O PONTEIRO DOS MINUTOS CAIU E POR ISSO CHEGUEI ATRASADO AO APEADEIRO".
Fiquei muito admirado da sua cara simpática a mandar-me retirar.
Os restantes continuaram a colecionar dez dias.
Terça feira 08/02/1972 - Teatro Vitória uma secção da Revista e corrida para Santa Apolónia. Abrantes - Santa Margarida de táxi.

Quarta feira 09/02/1972 - Furriel Miliciano Graduado - embarque no Figo Maduro - Luanda.
 
Quinta feira 10/02/1972 - Chegada à Beira de manhã.
Saída do quartel para cidade num autocarro de 2 pisos que tencionava ir vazio (abanou o suficiente até abrir as portas).
Andei sozinho à procura de uns primos que não encontrei.
Disse a um VCC que tinha uma nota de mil e ele foi comigo a uma cervejaria e fez questão de pagar as Laurentinas.
Jantar numa cervejaria com muita da nossa malta.
Um Alfero comando, chegado de Tete, pede ao n/capitão-proveta autorização para uivar.
Endireitou as facas de peixe que o empregado lhe ia dando.
Sexta feira 11/ 02/1972- Entrega das G3.
Voo fretado à DETA.
Último voo em que serviram bebidas alcoólicas nesses fretes.
Bebeu-se toda e qualquer que ia embarcada. Coitadas das hospedeiras!!!!
Porto Amélia debandada de armas e bagagens para pensões e hotéis.
Fui um dos que dormiram no quartel (num canto num monte de colchões).
 
Sábado 13/02/1972 - Queixa às autoridades militares, porque o pessoal invadiu a praia da messe dos oficiais e de fato de banho, uns de cuecas e outros nem isso.
Ao anoitecer recebemos as munições.
Trepámos para as viaturas atribuídas, transporte de gado com os respectivos taipais.
Paragem em Ancuabe para formar a coluna com a devida protecção.
Domingo 13/02/1972 - Recepção pelos velhinhos.
Saída para a Mataca.
Muito bom acolhimento no resort.
Terça feira 15/02/1972 - Os velhinhos leváramos para Macomia.
Quinta feira 17/02/1972 - Regresso à Mataca ...