quinta-feira, 6 de março de 2014

O PORQUÊ DAS FRASES OU PROVÉRBIOS?..., por Fernando Lourenço


O PORQUÊ DAS FRASES OU PROVÉRBIOS.

Há mais de um mês, que venho colocando frases ou provérbios diariamente.
Houve quem não achasse muita graça á ideia, mas o que é certo é que tem servido algumas vezes para algumas conversas, com piada mesmo os que estavam avessos à "coisa" e também eles têm postado algumas frases cheia de oportunidade.


Os nossos pensamentos transformam-se em palavras (veja-se o caso do Paulo Lopes), falando ou escrevendo, pois temos o bom costume de, quase sempre, pensarmos antes de falar.
Mas também sucede o contrário: frase ou citações que ouvimos ou lemos fazem-nos pensar.
 
É uma forma de descobrirmos coisas novas, aproveitando a sabedoria de outras pessoas.
Há pensamentos que atravessaram os anos e os séculos sem se fazerem em pó, talvez porque receberam a missão de nos iluminarem, de nos intrigarem, de nos divertirem de nos servirem de inspiração.
Algumas dessas mensagens inspiradoras servem de lema para uma vida inteira, outras para colocar num blog ou no facebook.
Para fazer um amigo refletir ou para brincar com ele.
Ainda me recordo da minha primeira frase que coloquei na página: HÁ DUAS PALAVRAS QUE ABREM MUITAS PORTAS: PUXE e EMPURRE.

 
Também algumas vezes as frases servem para revestir uma ideia que já tínhamos pensado, mas não sabíamos traduzir em palavras.
 
Aquilo que pensamos é o motor do nosso comportamento.
Houve quem escrevesse: "semeia um pensamento e colherás um desejo; semeia um desejo e colherás a ação; semeia a ação e colherás um hábito; semeia um hábito e colherás o caráter".

Ontem coloquei duas publicações e nenhum comentário (gosto de estar na linha da frente?) mas parece-me que hoje vou publicar mais.
 
A ver vamos, sinto-me em forma.

quarta-feira, 5 de março de 2014

GOSTAVA DE CONSTRUIR UMA CIDADE, por Paulo Lopes


 
Gostava de construir...
uma cidade,
onde as crianças
brincassem com a liberdade
e outras esperanças.

Não importa o país
dessa cidade,
nem sei se existe
ou se algum dia há-de vir
no sonho que persiste,
onde a possa construir.

Que me importa que as crianças digam:
- Não tenho terra natal...
se elas digam também:
- Eu sou igual
aquela e aquela, aqui e além.

Gostava de construir
uma cidade
onde as crianças
sem serem perfeitas
não amadurecessem receios
vergonhas suspeitas.

Gostava de construir
uma cidade
onde nenhuma criança
fosse famosa, precoce, com vaidade
mas que soubesse
o significado de liberdade.

Gostava de construir
uma cidade
onde cada criança
fosse uma canção,
uma ave, uma palmeira
uma vida, uma nação
sem fronteira.

Gostava de construir
uma cidade,
só para crianças que desconhecessem
a sociedade.
 
Legocity



 paulo lopes (1974)

terça-feira, 4 de março de 2014

TODOS SOMOS IGUAIS E TODOS SOMOS DIFERENTES, por João Marcelino

 
 
 
ESTOU A CONTEMPLAR O GUIÃO DO BATALHÃO.
NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO VEJO A FOTOGRAFIA DO JOSÉ CAPITAO PARDAL, COMO QUE A OLHAR PARA MIM, PARECENDO QUERER DIZER: VÁ, LÁ MARCELINO ESCREVE ALGUMA COISA!!!...
 
POIS É!..
HOJE APENAS LI E COM ALGUMA ATENÇÃO OS COMENTÁRIOS, QUE POR AQUI FORAM ESCRITOS.
ALGUNS DIGNOS DE SEREM LIDOS E RELIDOS, OUTROS MENOS...
ELES SÃO PARA TODOS OS GÔSTOS,.
A INTERPERTAÇÃO QUE CADA UM FAZ, A UM DETERMINADO COMENTÁRIO, NEM SEMPRE É A MESMA...
 
UNS SÃO MAIS AUTISTAS DO QUE OUTROS.
MAIS SÁBIOS, MAIS CULTOS, MAIS OU MENOS HUMILDES.
 
EXISTEM AQUI PERSONALIDADES FORTES QUE NÃO ABDICAM DO SEU PODER INTERIOR PARA DITAR O QUE LHES VAI NA ALMA,...
TALVEZ ISSO LHE SIRVA DE ESCAPE.
 
É IMPORTANTE QUE SAIBAMOS COMPREENDER QUE TODOS SOMOS IGUAIS, MAS TAMBEM QUE TODOS SOMOS DIFERENTES...
 
CADA UM DE NÓS TEM UM CONCEITO.
UMA MANEIRA DE SÊR E UMA FORMA DE PENSAR, QUE PODE SÊR ANÁLOGA Á NOSSA OU NÃO, MAS QUE DEVE SÊR RESPEITADA.
 
LEMBRAI-VOS: VIVER NÃO CUSTA, CUSTA É SABER VIVÊR!!...
E PORQUE O OBJECTIVO DE ESTARMOS AQUI É:
 
CONVIVÊR-MOS;
É DIVERTIRMO-NOS, NESSA PERSPECTIVA TAMBEM APRENDEMOS, UNS COM OS OUTROS.

 
E PORQUE TODOS É QUE SABEM TUDO
EU MUITO HUMILDEMENTE, FAÇO QUESTÃO DE APRENDER CONVÔSCO!!!...
 
Por João Marcelino em 17/02/2014

domingo, 2 de março de 2014

A nós, por Paulo Lopes


Meus amigos

A NÓS

Nunca estamos sós....

A cronometração imposta
acompanha-nos incessantemente,
e por mais voltas
que dêmos à mente
o tempo acaba
por nos dizer:
- Está na hora.
Termina aí a vida (de hoje)
esperemos o amanhã
pela vida fora.



 paulo lopes (1975)

sábado, 1 de março de 2014

Convite para Almoço e Convívio de 2014, do Batalhão de Cavalaria 3878..., por José Capitão Pardal

 
 
Se quer saber mais sobre este assunto (Almoço Convívio de Arganil/25-05-2014, a cargo do Fernando Bento) e és camarada de armas, do Batalhão de Cavalaria 3878 (Companhias CCS, 3507, 3508 e 3509), que esteve no Norte de Moçambique de 1972 a 1974 (Mataca, Macomia, Chai, Messalo, Alto da Pedreira, Quiterajo, Mucojo e outros locais), inscreve-te e consulta a informação inserta no grupo fechado do Facebook, que abaixo se indica:

https://www.facebook.com/events/1427719397470458/?ref_newsfeed_story_type=regular



José Capitão Pardal

RECORDAR É VIVER - AS MINHAS FÉRIAS MILITARES EM JUN73 - 2ªParte, por Gilberto Pereira


 
RECORDAR É VIVER

AS MINHAS FÉRIAS MILITARES EM JUN73 - 2ªParte

Após 3 dias em Porto Amélia, viagem até à Beira com destino a Lisboa.

A viagem decorreu sem sobressaltos e á chegada ao aeroporto da Portela, um suspiro de alegria como que a dizer "gente cheguei ".
 
Aeroporto da Portela (Lisboa)
 
Pais e namorada esperavam ansiosos e não faltaram abraços e beijos, com lágrimas á mistura.
 
Depois é o regresso a casa, são os abraços dos amigos e pôr a conversa em dia lá no café da aldeia.
 
Tinha documentos a tratar e viagens em mente pelo que tive necessidade de alugar uma viatura que consegui na Ijala, representante da Toyota.
As viaturas disponíveis eram duas: um Peugeot 403 e um Carocha.
Optei pelo Peugeot porque já estava escaldado com carochas.
O Peugeot estava com bom aspeto e era engraçado, até as mudanças eram ao volante.
 


 
Um dia cheguei á noite ao café e um amigo meu o Luís disse-me: vamos a Óbidos beber uma Ginjinha...
E lá fomos.
 
 Óbidos
 
Chegados lá entramos, ficámos sentados numa mesa daquelas que são tipo banco corrido.
No canto oposto estava uma jovem senhora com um velho a beber uma Ginjinha.
 


 
Estávamos á conversa e nisto o Luís sussurra baixinho dizendo: ela não tira os olhos daqui...
Nisto eles levantaram-se e saem.
O Luís diz: Vamos á perseguição a ver o que isto dá.
 
Quando chegámos cá fora e os vimos entrar num bruto Mercedes, com ela ao volante, hei meu Deus...
Ele diz vamos para os não perder de vista...
Perseguição em direção ás Caldas.
 
 
Peugeot prego a fundo e a perder terreno...
Antes da rotunda das Caldas puf puf puf paf puf...
A porcaria do carro arrebentou, ficou a trabalhar com 3 cilindros sem força.
 
Adeus perseguição, adeus carro, adeus senhorita, adeus tudo, nem sei como aquilo chegou a casa.
No dia seguinte fui lá trocar de carro porque aquele já tinha pifado.
Não houve problema nenhum e deram-me o Carocha.   
        
Até fiquei a pensar: será que eles não têm coragem para arrebentar com os carros e estavam á minha espera?!!!...
A viagem para o Algarve vai ser de carocha e promete, mas só na 3ª parte.

Para o Pessoal do Bcav 3878 um forte abraço.
 
RECORDAR É VIVER
AS MINHAS FÉRIAS MILITARES EM JUN73 - 2ªParte

Após 3 dias em Porto Amélia, viagem até à Beira com destino a Lisboa.
A viagem decorreu sem sobressaltos e á chegada ao aeroporto da Portela
um suspiro de alegria como que a dizer " gente cheguei ". Pais e namorada
esperavam ansiosos e não faltaram abraços e beijos, com lágrimas á mistura.
Depois é o regresso a casa e são os abraços dos amigos e pôr a conversa em 
dia lá no café da aldeia.
Tinha documentos a tratar e viagens em mente pelo que tive necessidade de alugar viatura que consegui na ijala representante da toyota. As viaturas disponíveis eram 
duas: um peugeot 403 e um carocha. Optei pelo peugeot porque já estava escaldado
com carochas. O peugeot tava com bom aspecto e era engraçado, até as mudanças eram ao volante. Um dia cheguei á noite ao café e um amigo meu o Luis disse-me :
vamos a Óbidos beber uma ginginha e lá fomos. Chegados lá entramos e ficámos
sentados numa mesa daquelas que são tipo banco corrido. No canto oposto estava 
uma jovem senhora com o velho a beber uma ginginha. Estávamos á conversa e nisto o Luis sussurava baixinho dizendo ela não tira os olhos daqui, nisto eles levantaram-se e saíram, e o Luis vamos á perseguição a ver o que isto dá. Quando
chegámos cá fóra e os vimos entrar num bruto Mercedes e ela ao volante, hei  meu Deus, e ele diz vamos para os não perder de vista. Perseguição em direção ás caldas,
Peugeot prego ao fundo e a perder terreno e antes da rotunda das Caldas puf puf puf paf puf a porcaria do carro arrebentou, ficou a trabalhar com 3 cilinddros sem força, adeus perseguição adeus carro, adeus senhorita, adeus tudo, nem sei como aquilo chegou a casa. No dia seguinte fui lá trocar de carro porque aquele já tinha pifado. Não houve problema nenhum e deram-me o carocha.              
Até fiquei a pensar: será que eles não têm coragem para arrebentar com os carros e estávam á minha espera!!!  
A viagem para o Algarve vai ser de carocha e promete, mas só na 3ª parte  
Para o Pessoal do Bcav 3878 um forte abraço.
 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A minha partida para Moçambique, por Paulo Lopes



Algures por aqui, o Duarte Pereira, diz que tem algumas perguntas a fazer sobre a partida para e chegada a África!...
 
RI 3 . Regimento de Infantaria 3 (Beja)
 
 
A minha foi mais ou menos isto e tenham lá a paciência de ler mais um pouco do livro:

Eram 19 horas, quando cheguei ao Aeroporto de Figo Maduro, nas traseiras da Portela e não fosse a farpela a rigor de militar e alguns dos meus companheiros de viagem estarem vestidos da mesma maneira (mais galões, menos galões, com eles ou sem eles), poderia julgar que ali se estava a preparar um embarque para umas férias num qualquer país distante.
 
Aeroporto de Figo Maduro - FAP (Lisboa)
 
Fomos chamados, para nos apresentarmos na sala de embarque e as despedidas que tive com os meus pais, foram rápidas e de forma a que fossem, vou ali e já volto, para não dar origem às lágrimas que, sabia, iam ser muitas após a minha partida.

O ambiente não era, de forma alguma, aterrorizador nem idêntico aquelas partidas de barco que saíam do Cais da Rocha Conde de Óbidos, até porque, os militares eram em muito menor número e na sala de embarque, misturados com as fardas, encontravam-se vestes simpáticas e sofisticadas: familiares de militares que os acompanhavam para as cidades do Ultramar, o que deixava desde logo transparecer que a grande maioria não se deslocava para a guerra mas sim, para a vida normal que tinham abraçado, havia algum tempo, nas terras ultramarinas.
 
Cais da Rocha Conde de Óbidos - Embarque de Tropas para Ultramar
 
Sabiam precisamente para onde iam e lá, nesse local, nada tinham a temer em relação à guerra.
 
Não como eu que ia para uma vida nova.
Nem sabia, tão pouco, para onde ia: — Vais para Moçambique. — Disse-me o meu comandante do quartel de Beja.
— Apresenta-se no Quartel General em Porto Amélia.
— Disseram-me no quartel dos adidos na Ajuda.
Era tudo o que tinha para meu conhecimento!
Sentia-me completamente aturdido, adormecido e inconsciente de que vida me tinham preparado para a minha nova mudança ao serviço do exército.
Ao serviço da Nação.
 
 
O avião levantou voo, precisamente às vinte horas e cinquenta e cinco minutos.
Já comodamente instalado no meu lugar do avião da TAP, um Boeing 707 fretado pelo exército para transporte de militares e familiares (dos graúdos), sentou-se a meu lado um 2º sargento.
 
A viagem previa-se num espaço de tempo longo.
—Nove horas!
— Alguém me tinha informado.
Estava também prevista uma escala em Luanda e portanto muito tempo teríamos para falar de coisas banais, sem interesse, para passarmos as próximas longas horas.
Fizemos, como parecia ser obrigatório e estava previsto, escala em Angola, mais precisamente em Luanda, não só para deixar alguns militares e seus familiares que ficariam por ali mas também para reabastecimento do avião.
Operação que demorou o tempo suficiente para irmos até ao bar do Aeroporto onde, por desconhecimento dos hábitos e preços do marisco em África, mandei vir um prato de camarão para acompanhar com uma cerveja pois, pelo preço apresentado no placar afixado na parede do bar, pensei ser um pires com meia dúzia mal medida, de carapaus de bigode, aos quais nunca perdia, se isso me fosse monetariamente possível, uma ocasião de poder apreciar o seu sabor.
Mas afinal o prato era mesmo um prato e bem recheado.
Nada mau para a minha primeira refeição em terras Africanas.
 
 
Devorei-os sem precisar de ajuda, nem de tempo extra para limpar o fundo ao prato.
Até Moçambique faltava apenas um pulo e assim, às doze horas do dia 7 de Julho de 1972, estava na Beira.
Tinha chegado a Moçambique.
Na Beira, depois daquelas burocracias habituais e extremamente aborrecidas de fazer, soube quando partiria para Porto Amélia, no distrito de Cabo Delgado.
 
Para mim, completamente desinformado da geografia Africana, tal nome nada me dizia, mas como o mal logo se sabe, fiquei esclarecido e para que constasse, Cabo Delgado era um dos principais distritos do norte de Moçambique onde a guerra estava bem implantada.
Começava a acordar de vez!
Mas que poderia esperar um atirador?
 
Aeroporto da Beira
 
Três dias depois, aterrava no Aeroporto de Porto Amélia, capital do distrito de Cabo Delgado.
 

Porto Amélia (Pemba) - Moçambique
 
Entre apresentações e avisos do que havia a fazer, depressa fiquei conhecedor do meu pouso definitivo: — MATACA, junto à Serra do Mapé.

 
Restava-me saber quando e como iria.
 
Ninguém me deu agradáveis notícias de tal paradeiro: uns não conheciam tão pouco Mataca, mas da dita Serra, não me auguravam nada de aceitável.
Outros diziam que era no meio do nada e simplesmente faziam uma careta expelindo dos seus lábios um enorme chiiiiiiii...
Messalo-4.jpg
Outros, os mais conformados, diziam que era igual a tantos outros aquartelamentos espalhados pelas matas de Cabo Delgado.
 
Fiquei a saber o que já sabia...nada!

paulo lopes
in "Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis"