quarta-feira, 30 de julho de 2014

HÁ COINCIDÊNCIAS DO "CARAGO", por Duarte Pereira


E AINDA DIZEM QUE AS COMADRES SÃO PARVAS.
RESPOSTA AO GILBERTO PEREIRA ONTEM:
 
Velhas DE Estremoz Alentejanas:
COMO "GOSTA" TANTO DE NÓS, PODEREMOS COMENTAR.
CADA UM DE VÓS "TEVE A VOSSA GUERRA".
PARA UNS CORREU MAL, MUITO MAL, PARA OUTROS CONTINUA A CORRER MAL E HÁ MUITOS ANOS.
 
OUTROS CASOS COMO O DO NOSSO AUTOR, TIVERAM A FELICIDADE DE PASSAR "PELOS PINGOS DA CHUVA".
 
 
A SAUDADE NÃO O "MATOU".
ELE RECORDA COM, DIGAMOS "AMOR", A CAMARADAGEM E ENTREAJUDA DE TODOS OS QUE O ACOMPANHARAM.
 
NÃO TEVE PRESSÃO POLÍTICA, CIRCUNDOU A PRESSÃO DOS "AMARELOS" COMO DIRIA PAULO LOPES.
 
 
 
SÓ AINDA NÃO PERCEBE PORQUE EM MILHARES DE EX-COMBATENTES TEVE A "SORTE" DE APANHAR AQUELE QUARTO PELOTÃO COM AQUELA MALTA, O EX-FURRIEL FERNANDO LOURENÇO E O EX ALFERES AMÉRICO COELHO.
 
HÁ COINCIDÊNCIAS DO "CARAGO" .

terça-feira, 29 de julho de 2014

" LÁ " FUI FELIZ, por Duarte Pereira


SAÍ DE CÁ COM UMA SECÇÃO (POUCOS HOMENS) E ALGUMA RESPONSABILIDADE.
EM JANEIRO DE 1973, DERAM-ME UM PELOTÃO (USADO), BERLIET, UNIMOGS, CONDUTORES, RÁDIO TELEGRAFISTA, ENFERMEIRO, FURRIEIS, CABOS E SOLDADOS.
PARECIA UM "CAPITALISTA."



PODIA DECIDIR NO ALTO DA PEDREIRA SE VIRÁVAMOS À ESQUERDA PARA O MUCOJO OU À DIREITA PARA MACOMIA.


O "PODER" PODE "DEGRADAR" OS HOMENS.
ALGUMAS "COISAS" MUITAS, FORAM MAL DECIDIDAS, INCLUINDO O RISCO DOS HOMENS QUE ERAM "OBRIGADOS" A IR ATRÁS.


INFELIZMENTE, NÃO ESCREVI NADA PARA AGORA PODER RECORDAR ESSE TEMPO. SE VOU AO ALMOÇO E ANDAM POR LÁ ELEMENTOS DO TERCEIRO PELOTÃO, AINDA NÃO ME APERTARAM O PAPO E NÃO ME DERAM NENHUMA FACADA, É PORQUE A COISA NÃO CORREU MUITO MAL.


APRECIO OS TEXTOS DO RUI BRANDÃO PELOS PORMENORES QUE INCLUI NAS SUAS NARRATIVAS.


SE EU CONSEGUISSE ESCREVER AS HISTÓRIAS DO TERCEIRO PELOTÃO, SERIA UM EXEMPLO A NÃO SER EXEMPLO.


CONFESSO QUE EM 1972 NO QUARTO PELOTÃO, COMANDADO PELO AMÉRICO COELHO, SEMPRE FUI UM "ANJO".

TERIA DE SER, AO MEU LADO TINHA O "ANJINHO" FERNANDO LOURENÇO.
 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

MAIS DE TRÊS ANOS EM TRÊS MINUTOS, por Duarte Pereira



MAIS DE TRÊS ANOS EM TRÊS MINUTOS.
 
CONSIDERAVA-ME BASTANTE NORMAL ATÉ ASSENTAR PRAÇA EM SANTARÉM, JANEIRO DE 1971.
NOS PRIMEIROS TRÊS MESES FIZERAM-ME UMA LAVAGEM AO CÉREBRO E SUJARAM E PARTIRAM-ME O CORPO.
 

 
NA ESPECIALIDADE PREPARAM-ME PARA "VIAJAR".
MAIS PORRADA PARA CIMA.
 
DEPOIS DESCANSEI UM POUCO, MAS NÃO DO FÍSICO E DA MENTE, METERAM-ME A DAR UMA RECRUTA NA PARTE TEÓRICA E FAZER MAIS UNS QUILÓMETROS.
TIVE DE ME SOCORRER DOS MEUS APONTAMENTOS DA SEBENTA.
 
 
FIZ UM SERVIÇO NUM FIM DE SEMANA, PRIMEIRO E ÚNICO DURANTE A MINHA VIDA MILITAR.
NESSE DIA ACONTECEU ALGUMA COISA NO PAIOL E REBENTOU PARTE DA ENFERMARIA DA E.P.C. E TIVE DE DAR ALTA AOS DOENTES, QUE JÁ TINHAM FUGIDO E NÃO FUI EU QUE LHES DEI ALTA.
 
 
NÃO FAÇO IDEIA O QUE FIZ EM SANTARÉM NO QUARTO TRIMESTRE DE 1971.
 
EM JANEIRO DE 1972 SANTA MARGARIDA E DEPOIS VIAGEM PARA MOÇAMBIQUE.
 
 
EM MOÇAMBIQUE PERDI MUITAS LEMBRANÇAS E ACHO QUE JÁ CONTEI O QUE SE PASSOU EM 1972 AO SERVIÇO DO 4º PELOTÃO.
 
QUERIA SÓ RECORDAR QUE EM 1973 PARTILHEI ATÉ JULHO UM QUARTO FORA DO QUARTEL COM O FORTES E INFELIZMENTE ESSE QUARTO FICOU SÓ PARA MIM A PARTIR DESSA ALTURA.
 
HÁ COISAS ESTRANHAS NA VIDA , DISSERAM-ME QUE IA COMANDAR UMA SECÇÃO. EM 1973 DERAM-ME UM PELOTÃO E QUANDO ESTAVA EM MACOMIA DERAM-ME UMA COMPANHIA.
 
 
E DEPOIS QUEREM QUE NÃO FALE.
TENHO DE DESABAFAR.
 
QUANDO ASSINEI O CONTRATO PARA IR PARA A TROPA, (ACHO QUE NÃO ASSINEI NADA), NÃO SERIA PARA TODAS ESTAS MUDANÇAS.
 
SÓ ME LEMBRO DE TER FALADO UMA OU DUAS VEZES COM O COMANDANTE E TALVEZ DUAS VEZES COM O MAJOR DE OPERAÇÕES.
 
O CAPITÃO RARAMENTE O VI OU VIA. (FUI FELIZ).
 
MAS HÁ UMA IMAGEM QUE NUNCA ESQUECEREI, SÓ ME LEMBRO DE ESTAR COM O SILVESTRE PIRES DENTRO DO QUARTEL.
 
 
ENSINOU-ME A JOGAR DADOS "KING".
 
 
ESSE "FANTASMA" NUNCA MAIS ME SAIU DA CABEÇA.
DECERTO POR ESTARMOS AMBOS FORA DAS "NOSSAS ÁGUAS".
 
  • Duarte Pereira EM 1973 E ATÉ AO FIM DA COMISSÃO FIQUEI SEM FOTÓGRAFO PRIVATIVO. SERIA UMA MAIS VALIA PARA ESTA PÁGINA E DAÍ TALVEZ NÃO
     

domingo, 20 de julho de 2014

Carta de uma mãe ao Ministro do Exército, por Virgínio Briote e Luis Graça

Foi com alguma emoção que li este texto da autoria do Virgínio Briote, irmão do meu grande amigo e companheiro de algumas desventuras, por terras de Moçambique, mais propriamente, em Chai - Cabo Delgado...
É pois da dor da mãe do grande amigo Rui Briote (o último da esquerda na foto de família), gravemente ferido no aquartelamento daquela localidade, com uma granada de morteiro, que estamos a "falar".
Tal como todas as mães, quis o melhor para os seus filhos... que a pátria (ou quem decidia em nome dela) mandava para uma guerra, sem sentido, há muito perdida e adversa dos ventos da história, que seguiam em sentido contrário...

JCP

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Guiné 63/74

- P13405: Tantas vidas (Gil da Silva Duarte / Virgínio Briote) (2): As nossas mulheres: carta de uma mãe a Sua Excelência o Ministro do Exército, datada de 4 de fevereiro de 1963, intercedendo por um filho que acabava de ser mobilizado para o CTIG, depois de um outro ter sido morto em Angola, em 23 de abril de 1963...


Portugal > Finais dos anos 50 >  "Fotografia de mães e filhos, em finais dos anos 50, com a guerra já no horizonte".
"Todos esses rapazes foram para África: um para a Guiné, e dois para Moçambique, regressando um destes paraplégico".

Foto (e legenda): © Virgínio Briote  (2014). Todos os direitos reservados [Edição: L.G.] 1. Mensagem do nosso editor (jubilado) Virgínio Briote, e referência incontornável do nosso blogue, para o qual entrou na data já distante de 23/10/2005 (*):
 
Data: 16 de Julho de 2014 às 14:43
 
Assunto: As nossas Mulheres 
 
Caros Luís e Carlos, Dei agora com uma carta que, naqueles tempos, me foi entregue em Brá. É evidente que os nomes estão omitidos, mas a carta é verdadeira. Devolvi-a ao filho da Senhora que a escreveu há pouco mais de meia dúzia de anos, estava a Mãe ainda viva!

Um abraço do VB [, Virgínio Briote, ex-alf il cmd, cmtd Gr Diabólicos, CCmds, CTIG, Brá, 1965/67: , foto à esquerda, c. 1965]

2. Carta ao Ministro do Exército
 
Exmo. Senhor
Ministro de Exército
Excelência,
Venho respeitosamente dirigir-me a Vossa Excelência expondo-lhe o seguinte.
Sou mãe do 2º Sargento Miliciano ..., morto em Angola, no Quitexe, em 23 de Abril de 1963.
Após 22 meses (?) ao serviço da Pátria, o meu filho, que era a luz dos meus olhos lá se ficou.
 
Hoje tive conhecimento que outro meu filho, o 1º Cabo Miliciano ..., acaba de ser mobilizado para a
Guiné, para onde parte no dia 9 deste mês.
Sou pobre, se não ia pessoalmente, de joelhos, pedir a Vossa Excelência que tenha pena de mim.
Com a morte do meu ... nunca mais fui a mesma.
Se há pessoas desamparadas da sorte, uma delas sou eu, perdi completamente o gosto por viver.
 
Não choro os meus filhos à Pátria, choro sim a sua morte quando vejo companheiros deles, depois de apurados, descerem aos hospitais militares e ficarem livres.
Não ensino procedimentos destes aos meus filhos, custar-me-ia muito vê-los tomar atitudes idênticas. Mas apelo ao coração, que presumo ser bom, de Vossa Excelência, que certamente também é Pai.
A metrópole é também a nossa Pátria e o meu filho ficaria aqui a cumprir o tempo necessário e não mo mandaria para longe entrar em combates.
Há seis anos, o meu marido teve uma trombose.
Vive, mas é um doente, e com tudo isto vejo agravar o seu sofrimento.
Não me convenço que meu filho…vá para tão longe.
E pelos seus filhos, peço-lhe que mo deixe ficar.
Vossa Excelência terá a certeza que eu terei mais meia dúzia de anos de vida, nunca mais de alegria, mas para melhor poder amparar o meu marido e meus filhos, para os quais sempre tenho vivido.
 
Julgo bater à porta de Deus e a Ele fico a pedir para que Vossa Excelência e Família tenham uma vida cheia de saúde e felicidade.
Respeitosamente de Vossa Excelência Maria……
 
4 de Fevereiro de 1965.

3. Comentário de L.G.: No passado dia 10, mandei ao VB a seguinte mensagem:  (...) Em boa forma?
 
É só para te recordar o desafio que te lancei há tempos, e reiterei em Monte Real, no IX Encontro Nacional da Tabanca Grande...
Não nos sacas aí, do teu baú, uns tantos textos (meia dúzia...) para dar continuidade a esta série, "Tantas Vidas"? !... 
Estamos com 200 mil visualizações por mês...
Vem o verão, e é preciso alimentar o blogue... sobretudo em agosto...
Há muitos camaradas, "periquitos", que nunca tiveram oportunidade de ler o teu blogue Tantas Vidas (**), há muito desativado...
Pensa também nesta malta,que está a chegar ao nosso blogue...
Quando cá chegaste éramos meia dúzia de "tertulianos", hoje somos 662" (...).
A resposta não tardou, comunicando-me que o assunto não estava esquecido, e mandando-me duas colaborações, a começar por este texto que acima publicamos, o que vem reforçar a minha esperanção, e mais do que isso, convição de que os nossos leitores vão poder ter o privilégio de ler ou reler alguns dos melhores textos da série "Tantas Vidas" do Gil Duarte & Companhia... (Gil Duarte é uma espécie de "alter ego" do VB)...
 
(...) Os textos do Tantas Vidas?
Nunca mais peguei neles, tenho-os arquivado no portátil, julgo que fiz a cópia total do blogue mas nem tenho a certeza de que o tenha copiado todo.
No PC fiquei com alguns textos que copiei e antes de os publicarmos tenho que os voltar a ler, corrigir, ordenar e completar, uma vez que fechei o blogue em princípios de 2005!
Mas podemos voltar a pegar no assunto. (...).

Por estes dias, o VB e a Irene estarão  de visita à "família americana" (filha, genro e netos), em Seatle...
Desejo-lhes calorosos  encontros e que bons ventos os tragam de novo à doce casa e à querida pátria, como diria o grande Ulisses, o homérico  guerreiro que levou 10 anos da sua vida a regressar à sua amada Ítaca, depois da guerra de Troia.

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Notas do editor:
(*) Vd. psoite da I Série, 23 de outubro de  2005 > Guiné 63/74 - CCLV: Virgínio Briote, ex-comando da 1ª geração (1965/66) 
(**) Vd. poste de 26 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13194: Tantas vidas (Gil da Silva Duarte / Virgínio Briote) (1): Tantos anos depois... Recordar, porquê? Postado por Luís Graça at 18:49   Enviar a mensagem por e-mailDê a sua opinião!Partilhar no TwitterPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest Marcadores: as nossas mulheres, as nossas mães, Estado Novo, família, guerra colonial, Tantas Vidas, Virgínio Briote
 
4 comentários:
Luís Graça disse...
Digam lá se o do meio não é o VB? 
Sim, tenho uma vaga ideia de o VB um dia me ter dito que tinha um mano que foi gravemente ferido em Moçambique, na guerra colonial... 
Espero não estar a trocar as "cassetes"...
São as marcas, físicas e outras, que ficam am grande parte das famílias da nossa geração... 
Obrigado, VB, por partilhares esta foto de família...
Boa viagem até Seatle, para ti, o Gil Duarte e a Irene...
Que te tenhas muitas alegrias ao reencontrar a tua/vossa família americana...
 
LG quarta-feira, Julho 16, 2014 7:09:00 da tarde

Anónimo disse...
Não fosse a pressa, a história para ficar completa devia tê-la contado assim: a carta foi certamente enviada para o ME que a deve ter remetido para o QG/CTIG. Aqui deve ter estado parada uns tempos até ter sido enviada para Brá, uma vez que era lá que se encontrava o filho (elemento do meu grupo) da Senhora que escreveu a carta.
O então Cmdt da CCmds do CTIG entregou-ma em mão com a indicação "desenrasque-se" e que agisse em conformidade com o estado anímico e físico do referido militar.
Muitos anos depois, 2002/03, quando estava em casa dos meus Pais a ver e limpar os papeis e fotos que tinha trazido de lá, dei com essa carta.
Depois entrei em contacto com o meu antigo Camarada e combinei encontrar-me com ele e passei-lhe para as mãos a carta que a Mãe tinha escrito em 1965.
Foi com as lágrimas nos olhos que reconheceu a letra da Mãe e me disse que ainda era viva.
Era assim que eu devia ter relatado este facto.
O meu irmão Rui é o pequeno da ponta esquerda da foto, de boné.
Foi atingido por estilhaços de uma granada de morteiro que rebentou no parapeito do telhado sobre o qual se encontrava, no Chai, Macomia, em Junho de 1973, salvo erro.
Abraço VB quarta-feira, Julho 16, 2014 7:37:00 da tarde
 
JD disse...
Caro Virginio, Belíssima carta de desespero e de esperança.
Houve mães de portugueses que passaram semelhantes sofrimentos.
No meu pelotão tive um camarada com um irmão embarcado na mesma data com destino para Cabuca, era gémeo, e outro, mais velho, que já contava alguns meses em Angola.
Quantas angústias as daquela senhora? e as de todas as mães com filhos mobilizados para o desconhecido?
Como perguntava o poeta ao mar, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal?
Desejo-te boas viagens nesse novo mundo, e fica atento, podes encontrar o Zé Câmara ou o Tony. Um abraço JD quarta-feira, Julho 16, 2014 9:59:00 da tarde
 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

ACONTECEU ANGÚSTIA EM MACOMIA - E o que mais aconteceu..., por Rui Brandão


 
ACONTECEU ANGÚSTIA EM MACOMIA
Esclarecimentos


Perante algumas dúvidas legitimamente colocadas ao longo da publicação dos Capítulos do Título vertente, quero-vos dizer que tudo foi escrito de memória mas... tenho várias referências de datas e documentos que me ajudam a balizar os eventos.
Recordem-se que eu tinha a minha pequenita comigo, que me referenciou vários períodos da minha vivência em Macomia.
Não vos falei das várias situações de crise que passei, com os violentos ataques de paludismo que a miúda passou, a partir do momento que iniciou a dentição.
Passei noites a baixar-lhe a febre com panos de água gelada na testa.
Os problemas com o Administrador (mais semana menos semana) consigo localizá-los, porque tenho (ainda) os recibos das rendas de casa.
O ataque a Macomia, esse então é fácil.
Eu fiz anos a 4 de julho e o ataque foi no sábado a seguir.
Os episódios em si, dificilmente os esquecerei.
Foram maus de mais para que os possa esquecer.
Garanto-vos ainda.
Muito mais coisas deste tipo se passaram mas, tenho respeito por vós e pelo vosso tempo, para vir agora contá-los.
Já não acrescentariam muito mais ao essencial que vos quis transmitir.
E se vos contar que não tive direito ao segundo mês de férias por que apanhei 6 dias de detenção?
E se vos contar que isso aconteceu sem eu ter culpa nenhuma?
E se eu vos disser que isso se deu por o Major estar com uma valente bebedeira de Whísky (situação recorrente, sublinhe-se) pouco depois do jantar?
Ali culpabilizava-se, punia-se e não havia direito a defesa e muito menos ao contraditório.
E se eu vos contar que esse homem era um falhado com um problema sério de alcoolismo?
E se eu vos contar que esse mesmo Major era um flop em estratégia militar?
Bastaria contar a história da célebre viatura vazia que enviou propositadamente numa coluna para o Chai pondo em risco a vida (ou até as pernas - minas...) de um condutor.
 
 
E se eu vos contar que esse Major tinha a necessidade de colocar um aparato bélico (Kalash + pistola à cintura) cada vez que ia fazer os revis às tropas em operações no mato (e se eu fiz tantos revis com ele...) para mostrar que era um operacional do Caraças?
 
 
Pois companheiros, teria que voltar a outro tipo de Título "qualquer coisa em Macomia" para vos "incomodar" com "ninharias".
Já passou...
Deixem lá.
Abraço-vos camaradas de guerra.
Talvez a propósito, publico hoje uma fotografia que poderá ter uma mensagem.
Quero que eles vão todos pró car.........
Rui Brandão
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NOTA DE JOSÉ CAPITÃO PARDAL: É bom frisar que as "revis" eram efetuadas de avioneta (DO) e só, enquanto a Frelimo não possuiu misseis terra-ar.
No mato eu nunca o vi.
Vocês viram?
Aliás, em 1972/1974, os únicos graduados que andavam na guerra no mato e na picada eram em exclusivo os praças (cabos e soldados) e os milicianos (capitães, alferes e furriéis).
Do quadro só por castigo e rapidamente arranjavam forma de dar baixa ao Hospital ou ser colocados nas cidades.
Só entre as tropas especiais é que a maioria dos oficiais comandantes de companhia (capitães) eram do quadro, e andavam no mato e na picada.