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quarta-feira, 25 de junho de 2014

As comadres no Face, por Duarte Pereira


segunda-feira, 14 de Abril de 2014

QUARTO DIA

Este será o quarto dia que escrevemos no nosso "blog".

A inspiração anda fraca.
Acompanhamos o Face do Batalhão de Cavalaria 3878
Moçambique 1972/74....
 
Algo se passa naquela página, anda a perder o fulgor.
Agora com as férias da Páscoa ainda deve ir mais abaixo.
 
Nós, as Comadres, lá vamos tentando puxar por aquela malta.
Comentando, provocando, maldizendo.
 
Mas, andam lá uns cordeirinhos que às vezes e com grande esforço, lá vão clicando no "gosto" ou "like" ou lá o que é aquilo.

Já falámos de vários assuntos, que quase ninguém comenta.
Só nos querem sanear.
Somos a voz do povo, não a voz de Deus, mas aqueles "ateus" não nos ligam nenhuma e não seguem os nossos conselhos de "jovens" que já curtiram a vida e podem ensinar muita coisa. 

Vamos acabar por hoje,
Beijinhos para todos.
 
(AS COMADRES)

sábado, 21 de junho de 2014

Mais poemas, por Paulo Lopes

 
 
 
No mês a seguir ao 25 de Abril, estava eu ainda em Moçambique mais precisamente na Beira, escrevi isto que, 40 anos depois, continuamos adormecidos.

O povo agita-se
empurrado pelas armas

E os gritos parados no ar
já envelhecidos pelo tempo
ecoam vitoriosos
e arrastam multidões
ainda adormecidas

paulo lopes (1974)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Duas tarefas na tropa: decepar frangos e lavar pratos, por Leonel Pereira da Silva

 
 
 
De Santa Margarida, depois de ser mobilizado, (eu estava colocado no Regimento de Cavalaria quando me saiu aquela malvada cautela), só tenho presente dois episódios.
 
1- Num determinado dia fui escalado, com não sei quantos mais, talvez 6 ou 7 para ir matar frangos, outros iam depenar etc..
 
Eu com uma faca grande, tipo catana pegava no frango e com o pescoço deste apoiado num cepo decepava-lhe a cabeça e de seguida atirava-o para um monte de frangos já sem cabeça, com o faziam outros camaradas.
 
Agora o que me fez recordar para sempre esta "cena" - uma boa percentagem dos frangos quando os atirava para o monte, portanto já decepados, começavam a correr alguns mais de 10 metros.
 
 
2 - Também fui escalado para lavar pratos.
 
Estes eram colocados no chão mais ou menos espalhados, com uma mangueira a correr água, eram assim que eram lavados.
 
BOA preparação para o que nos esperava em Cabo Delgado.
 
 
Desculpem lá a "riqueza" deste partilhar convosco.
 
Um abraço

sábado, 3 de maio de 2014

As comadres são... A voz da consciência do Batalhão de Cavalaria 3878, por Duarte Pereira


terça-feira, 22 de Abril de 2014
SEXTO DIA
Olá a todos....
Quem tem acompanhado este Blog já saberá quem somos, (As comadres são), a voz da consciência do Batalhão de Cavalaria 3878 em serviço em Moçambique entre 1972/74.
 
As companhias eram C.C.S. Macomia e as 3507 Mataca, 3508 Chai e a 3509 Macomia, mas pouco.
A 3509 fazia a proteção a uma picada, que seria estrada, que estava a ser renovada entre Macomia e o Mucojo, já no Oceano Índico.
 

O nosso autor, ex-furriel Pereira do 4º pelotão da 3509, deitava-se muito cedo, logo que podia para os dias passarem mais depressa.
Queria rever a sua família e a sua Belinha, namorada a quem tinha feito os seus votos de amor eterno.
A noite caía cedo.
O dia nascia cedo.
Enquanto uma caía e o outro nascia, o ex-furriel nem sempre dormia.
 
Quando estava em Macomia, nos intervalos da mata, de vez em quando preocupava-se em ver o que o pelotão andava a fazer.
Fazia parte da sua missão, o bem estar da malta.
Tinha uma ideia que alguns elementos ainda não tinham " molhado o bico" (não estou a falar de cerveja ou outras bebidas).
Tinha conhecimento de algumas doenças que poderiam marcar as suas vidas.
Embora houvesse informação, talvez não suficiente.
 
 
Na enfermaria muita penicilina se gastou.
Depois de algumas diligências, percebeu que os virgens ou mais inexperientes procuravam "senhoras" de idade mais avançada.
A "renda" mais baixa e mais paciência.
Idade avançada na altura não significava fora do prazo de validade, mas sim pelo "desgaste da viatura". 
 
Quando chegados ao Alto da Pedreira, foi autorizado (não sei por quem), que os soldados africanos poderiam ter companhia à noite nas suas tendas.
Confesso e nunca mais esquecerei que aquela convivência enriqueceu a nossa missão.
Senhoras no aldeamento dos milícias, senhoras na nossa base tática, era uma alegria.
 
Quando raramente havia a visita do Capitão ou alguma cerimónia, as senhoras da base regressavam a Macomia ou iam para o aldeamento dos milícias.
 
Logo havia boa comida, boa bebida e entretenimento e nada de stress.

Em 1973 em Macomia, foi por ele incumbido o ex-furriel Madeira (já falecido) de assegurar essas "missões" , operações essas em que se empenhava.

Por hoje é tudo.
Nem só de pão vive o homem... e as mulheres poderão dizer o mesmo.

Beijinhos e até breve.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

As comadres e a Páscoa, por Duarte Pereira


Duarte Pereira

Um artigo das Comadres diretamente de Dar-es-Sallam (Tanzânia)

Dar-es-Salaam

PÁSCOA- RESSURREIÇÃO???...

QUANDO ESTAMOS LONGE LEMBRAMOS PEQUENAS GRANDES COISAS, A QUE NÃO DAMOS VALOR QUANDO ESTAMOS PERTO.

Páscoa - O pão e o vinho

PÁSCOA??
RESPEITA ESTA ÉPOCA QUEM TEVE ALGUMA EDUCAÇÃO CATÓLICA.
PARA OUTROS SERÁ UMA "PONTE", PARA QUEM PUDER IR DAR UMA VOLTA E SOBRETUDO PROVAR EMENTAS DIFERENTES.


NATAL OU PÁSCOA, TUDO FUNCIONA COM A GASTRONOMIA ATRÁS.

É BOM ENCONTRAR OU REENCONTRAR A FAMÍLIA ....
 
HÁ FAMÍLIA E FAMÍLIA.
UNS SÓ SE ENCONTRAM EM CASAMENTOS, BAPTIZADOS E NA ÚLTIMA DESPEDIDA.

HOJE NÃO SE DEVIA COMER CARNE, FELIZMENTE AINDA ABUNDA O PEIXE POR ESTE OCEANO ÍNDICO. 

ESTIVEMOS A VER AS NOTÍCIAS DOS JORNAIS PORTUGUESES E RETIVEMOS ESTE TEXTO ESCRITO EM 1975.

"PORTUGAL ESTÁ CONDENADO A SENTAR-SE, DE SAPATOS ROTOS E CASACO REMENDADO NA MESA DOS MAIS RICOS DO MUNDO."

NÃO FOI UM PORTUGUÊS QUE ESCREVEU.
MORREU RECENTEMENTE.


E NÓS ALEGREMENTE CONTINUAMOS A DIZER MAL DE TUDO E A FAZER MUITO POUCO. 

A NOSSA GERAÇÃO, DOS JÁ REFORMADOS OU EM VIAS DA REFORMA, JÁ NÃO DEVEMOS FICAR DESEMPREGADOS.
APESAR DOS CORTES AINDA DARÁ PARA A "BUCHA".
OS FILHOS E ESPECIALMENTE OS NETOS AINDA PODEM CONTAR COM A NOSSA AJUDA.

ALGUNS REFORMADOS NUNCA SERÃO DESEMPREGADOS, NEM REFORMADOS INDEPENDENTES.
OS FILHOS SERÃO OS SEUS "PATRÕES" E OS NETOS O NOSSO MERECIDO "PAGAMENTO.


BEIJINHOS E PÁSCOA FELIZ PARA TODOS (NOSSOS ADMIRADORES OU NÃO)

As Comadres Alentejanas

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A lembrança de uma fatídica emboscada, por Eduardo Amorim Mota


Bom dia, amigos do BatCav. 3878.


Cruzamento de Ancuabe


Trago hoje á página do Batalhão, para registo, a lembrança de uma fatídica emboscada, que o meu PelRec sofreu entre Ancuabe e Macomia.

Estrada Ancuabe - Macomia onde fomos emboscados

Essa emboscada vitimou o 1º cabo António Manuel Rosa Taxa, em 13/04/1972, natural de Couço - Coruche e o soldado António Coelho, natural de Alfuínha - S.João de Fontoura - Resende que, ferido com gravidade, viria a falecer a 21/04/1972.
 
Macomia
 
Quarenta e dois anos passaram.
 
Vem á memória a lembrança de um esforço inglório e inútil, que fustigou uma geração de, então jovens, vitimas de "jogos de poder" e que, hoje, idosos, a sociedade relega para o canto da incompreensão e da vergonha.
 
Não voltarei ao assunto.
 
Recordo uma frase de Paul Nizan que disse mais ou menos isto: Eu tinha então 20 anos e não permitia que dissessem ser essa a mais bela idade da vida. 
 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Para o Duarte Pereira, chama-se dialeto alentejano

A pedido do João Marcelino e do Duarte Pereira, aqui deixo transcrito um poema, apresentado pelo Paulo Lopes, que consta do livro "ALENTEJO A CEM POR CENTO", do Professor Joaquim Roque, de Ferreira do Alentejo:
 
Por cá no meu Alentejo
Temos o nosso latim
A Alcunha é ANEXIM
Cesto grande é CABANEJO.
Chamam CHATO ao Percevejo
A Gorjeta é MELHADURA
A Diarreia é SOLTURA
As Fezes INQUIETAÇÕES
Mas ó que lindas expressões
Vindas de gente tão pura!


 II

Grande jantarada é PANCÃO
CARAMELO é Água Gelada
Pote de barro é AZADA
E ZEBRE Oxidação.
Homem traído é CABRÃO
Mulher de mau porte é ZORRA
Fêmea estéril é MACHORRA
Homem traído é CABRÃO
Mulher de mau porte é ZORRA
Fêmea estéril é MACHORRA
Neste meu vocabulário
Eu ando a ler ao contrário
Isto é que vai uma PORRA!

 III

MORRINHA é Epidemia
E CISMA é fixação
DESASTRE é Acidente de viação
CHAPA é uma Radiografia.
CATARRAL é Pneumonia
Deitar fora é AVENTAR
CAGÁÇO é Medo a fartar
E RETOIÇAS são Brincadeiras
Chamam CABRAS às frieiras
Mas que dialeto invulgar !


 IV

Ao vadio chamam GANDULO
GIRÓLMO é sempre Jerónimo
Um GAJO é um homem Anónimo
Estar cheio é estar de CAGULO.
Ao Inchaço chamam MATULO
BORREGA é Bolha no pé
Banco de madeira é CANAPÉ
E CEGA REGA é uma cigarra
Mas que prenuncia bizarra
Parece mentira até !

 V

VELHACAS são pessoas más
E TRONGAS Mulheres da vida
Multa é MURTA toda a vida
SONTORDIA, foi há um tempo atrás.
Chamam SOFÁZES aos Sofás
E COVA a um grande Vale
MONQUITA é Corrimento nasal
Ó ÁIQUE é Abalar à pressa
Para mim não há mais conversa
É um dicionário especial


 VI

TROPEÇO é Banco de cortiça
E os TRASTES são a Mobília
Á Lagarta chamam ROSQUILHA
MELA e BOBAS à Preguiça.
Chamam QUADRA à cavalariça
E aos Calos chamam GINETES
Fazer Caretas são MUNETES
Aqui e em todo lado
Eu cá fico admirado
Chamarem às Meias aos SUQUÉTES

 VII

ABUINHA é Borboleta
IMPÁR é Gemer de dor
Fora daqui diz-se ANDOR
Masturbação é PUNHETA.
A Mulher trigueira é PRETA
MOFINA é ser Egoísta
Quem protesta é COMUNISTA
Mas não creio nessa versão
TESTÓ, é para afastar o Cão
Ricas palavras à vista


 VIII

ÁRENCU é Pirilampo
MIUTERA é Ponte de pau
Pano de azeitona é LARÁU
TUBARÕES são Cogumelos do campo.
ENTREMENTES é Entretanto
Chamam COITO à Coutada
Muitos cães, é uma CANZUÁDA
Mas que léxico tão bonito
Se vou sair, eu me QUITO
Mas volto, não tarda nada!

 IX

Cama no chão é CAMASTRALHO
Concha de búzio é BUZINO
Ao Soco chamam MOQUINO
COPA é Roupa de agasalho.
Chamam CHINAS ao Cascalho
E às beatas BARONAS
Os Amendoins são ERVELHANAS
CAREPA é Caspa a cair
Como é tão bom ouvir
Estas expressões Alentejanas


 X

ESCARIÓTE é um ser fugidio
E o Armazém é um CASÃO
CISCO é resto do Carvão
ESCONFIQUE eu Desconfio.
Tudo o que é Arisco é GENTIO
E ao Orvalho Chamam MARGIA
Lamaçal é ENXÓVIA
E as CARRAÇAS são Carrapatos
São estes os meus relatos
Que fiz em versos de um dia

 XI

TRÁITA, é ter certo costume
BÚZIO é estar Embaciado
BORCALHO é mal-educado
LUMINÁRIA é um grande lume.
Ao Suco chamam CERUME.
Um LARILA é um Maricas
Os TATARANHOS são Riscas
E ZAROLHO é quem vê mal
Neste canto de Portugal
ÀS Fendas chamam TALISCAS


 XII

BOCA DO CORPO é a Vagina
REGEMENTO é o período pós parto
Chamam SARDÃO ao Lagarto
E QUINITA à Joaquina.
Coisa Ruim é MALINA
LOSTRAS são Manchas na pele
Um BARAÇO é um Cordel
MAIS QUE MUITOS é muita gente
BRINHOL é Fartura quente
Na boca do TI MANEL!

 XIII

Por fim, direi que é bizarro
Às Nádegas chamarem NALGAS
E às Mulheres ricas FIDALGAS
E QUARTA ao púcaro de barro.
Chamam MURRÂO à Cinza de cigarro
E a Máscara é uma CARAÇA
Muito barulho é ARRUAÇA
E as Faúlhas são CASTELHANOS
Estes vocábulos Alentejanos
Digam lá se não têm graça?


 XIV

Ditas estas palavrinhas
Muitas mais há para dizer
Não quero ninguém aborrecer
Com as minhas ladainhas.
Eu apenas segui as linhas
Do dialeto regional
Porém não quero deixar mal
Todos os Alentejanos
E os meus queridos conterrâneos
Do concelho do Alandroal.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A procissão, com capelão e tudo, em torno do morteiro 81, por Horácio Cunha...


Horácio Cunha 28 de Janeiro de 2014 16:19

Alto da Pedreira
 
- A fé e a guerra.
Uma procissão realizada no Alto da Pedreira em que a fé e a guerra estão de mãos dadas, com essa procissão a passar mesmo ao lado dos abrigos dos morteiros 81 — com Pedro Coelho e Americo Coelho.
A procissão a passar ao lado dos abrigos dos morteiros 81, cobertos com oleados.
Apesar da foto ter sido tirada à distância, podemos observar a opa branca do capelão entre o pessoal. Enfim... contingências do contexto.

Horácio Cunha comentou a sua publicação no grupo BATALHÃO DE CAVALARIA 3878.

Lá haver, havia, como dizia o outro.
Não sei quantos, mas não me parece que houvesse abrigos para as respectivas granadas.
Estas, certamente, estariam junto do próprio morteiro e não em abrigos individualizados como mostra a foto.
Certo estou a especular e a dizer uma grande asneira.
Esta não era a minha área.
Que me perdoem os especialistas nesta matéria.

Histórico de comentários

Duarte Pereira 28 de Janeiro de 2014 16:54

ENQUANTO LÁ ESTIVE SÓ HAVIA UM MORTEIRO 81.
AS CAPAS ESTARIAM A TAPAR AS GRANADAS.
COMIGO NÃO DISPAROU, MAS ESTEVE MESMO QUASE, QUANDO UM GRUPO DE COMANDOS FOI CAÇAR À NOITE (LAMPEIO ) PARA A ESTRADA.
O PESSOAL DE TRANSMISSÕES RESOLVEU.
MACOMIA NÃO SABIA NADA, MAS CÁ O "ESPERTO DO JE"  PEDI PARA LIGAR PARA OS COMANDOS (ALTAMENTE SUSPEITOS)

Horácio Cunha 28 de Janeiro de 2014 16:53

Muito bonito e muito adequado este extracto do amigo Paulo Lopes (ler em post próprio).
Uma confirmação do que acima referi - contingências do contexto.
Obrigado por este momento.
  • Devo confessar que o Paulo Lopes me pôs a ler por duas vezes o texto (neste caso o Duarte Pereira que o recuperou). Não tinha lido assim como não tinha visto a fotografia do Horácio Cunha.

  • Este sim, este texto teria o meu voto para ir para o blog do Jose Capitao Pardal.
    Os meus parabéns.

  • Foto de Fernando Lourenço.
     
    Fernando Lourenço Quanto a morteiros... olha para este Horácio Cunha, ainda por montar no seu lugar no Alto da Pedreira em construção.