Uma vez chegados ficou logo assente que almoçaria com eles, o que se veio a verificar.
Depois do almoço queriam que eu jantasse e dormisse lá, mas eu não aceitei e disse-lhe que marcasse a hora de partida no outro dia, visto que eu ia até Monção e não se preocupassem comigo, porque à
hora marcada eu estaria lá para os trazer de regresso.
Uma vez em Monção fui ficar numa Albergaria, depois de tomar banho e dar umas voltas, vim jantar a um restaurante que ficava no centro e era de 1º andar.
Dos nomes já não me recordo e quando estava a meio do meu jantar apareceu uma data de gajos, que seriam duma excursão para jantar e toca de enfileirar mesas que mais parecia um terramoto.
Depois de sentados e começarem a petiscar, um deles virou-se para trás e murmurou com os outros e logo, outros olhavam na minha direção e comentavam.
Comecei a não achar graça nenhuma áquela merda e pensei: não conheço cabrão nenhum, não sou daqui, o que é que eles estão tramando?
Será que sou parecido com alguém que eles conhecem?...
E eles não paravam de falar e olhar para trás...
E eu comecei a ficar fod... e pensei se calhar querem me fazer a folha, mas a primeira vai ser minha, estou ao pé da escada e depois será o que Deus quiser.
Chamei a empregada para pagar a conta, levantei-me para sair e nisto veio logo um deles na minha direção...
Aí finquei a mão na cadeira e pensei que cadeirada vais levar nos cornos e passo-me escada abaixo.
E o gajo diz assim para mim: não me conheces?...
E eu conheci aquela voz logo, mas não sabia de quem e ele diz você não era o furriel que esteve em Macomia?...
O gajo tava a dar porradas certas e a cadeira ficou mais descansada...
Então eu era o cozinheiro lá do Machado, o furriel...
O gajo estava diferente, como eu o havia de conhecer?...
Ainda hoje, não me consigo lembrar do nome dele e se ele estiver por aqui, deve-se lembrar desta história.
Acabei por me juntar a eles e bebemos uns canecos durante a cavaqueira.
Eu sei que eles iam ainda para uma festa ali próximo, mas já não me recordo se fui com eles.
Bom, no outro dia á hora marcada fui buscar o cliente para o regresso.
Estava a carregar as malas aparece o compadre com um galo par a gente trazer, enfiei o galo no porta bagagens e fechei a mala.
Nisto o meu cliente diz para eu abrir a mala, porque não queria que o galo morresse com falta de ar.
Gerou-se ali uma discussão, eu dizia que o galo não morria e ele dizia que sim...
Como o cliente tem sempre razão decidi vir com um bocadinho da mala aberta, para o cabrão do galo não morrer.
E assim viemos todos para baixo, 400kms, correu bem, mas quando chegámos e descarregámos as malas...
O galo estava vivo, ninguém se conhecia, parecíamos carvoeiros, os gases do escape com a mala aberta entraram para dentro do habitáculo e mascarraram tudo e todos.
Naquele estado o gajo não queria pagar, eu dizia-lhe a culpa era dele e do filho da puta do galo...
Eu não quero saber disso, também estou mascarrado e não foi você que quis a mala aberta por causa do cabrão do galo?...
Lá puxou do papel e pagou...
A minha vontade era torcer o pescoço aos dois...
O trabalhão que me deu limpar a viatura...
MALVADO GALO...
QUE GRANDE GALO!!!...