quinta-feira, 17 de abril de 2014

Mar calmo, por Paulo Lopes

 

 
 
E que belo som que é quando, na esplanada a beber uma café pela manhã e ouvir o lento rebentar das ondas que se enrolam na areia.
 
Praia das Chocas - Moçambique

O mar estava calmo como sempre, ou quase sempre, porque o sempre nem sempre é sempre, e entrava suavemente
pela areia normalmente fina da belíssima praia da Vila de Sesimbra e que, estranhamente, ou não, tem o nome de Califórnia.
 
Praia da Califórnia - Sesimbra
 
Da esplanada ouve-se o inconfundível ruído das suaves ondas a deslizar areia dentro areia fora, numa lentidão apaziguadora de males espirituais.
 
 
Não consigo ver fisicamente todo este encontro e desencontro entre o mar e o areal seco porque estou num nível um pouco mais elevado e recolhido desse espectáculo mas nem necessito de fechar as pálpebras para sentir o mar a entrar, deslizar e novamente ser empurrado pelo leve ondear para dentro da praia num vai e vem constante e melancólico, dando-me uma sensação de paz e bem-estar.

In "Minutos dos Dias de Muitas Vidas"
paulo lopes
 

domingo, 13 de abril de 2014

Poemas, por João Marcelino



 
 
 
A POESIA QUE EXISTE EM MIM,
É PARA SÊR LIDA E SENTIDA,..
PARA QUE ESTA NÃO FIQUE PERDIDA,
NAS PALAVRAS QUE PENSO E DIGO,
E PARECEM NÃO TER FIM!!!...

17/03/2014
 
NÃO SOU DO PORTO MAS ADORO ESTA CIDADE !!!...
TENHO LÁ GRANDES AMIGOS
QUE COMIGO PARTILHARAM
ESSA OUTRORA MOCIDADE,..
...
SINTO NO PEITO TRISTEZA
E UM GRITO DE REVOLTA,..
POR NÃO VIVER HOJE AINDA
ESSE TEMPO QUE NÃO VOLTA,

ONDE MORA ESSA MORAL
DOS QUE ME TENTARAM CALAR,..
POR ISSO NÃO VOU ESQUECER
A HISTÓRIA QUE ALÉM MAR
CERTA ALTURA ACONTECEU,..
AGORA VIVO O SILÊNCIO
DAS ARMAS DO MEU HEROI
DUM POETA QUE SOU EU,..

05/04/2014
 
 
NUM DIA DE SOL
QUE LINDO E BELO DIA,
QUE IRRADIA LÁ FORA,
TODA A SUA FORMA ,...
TODA A SUA EXUBERÂNCIA,

A ALEGRIA, A PAZ,
TRANSMITIDA PELOS RAIOS SOLARES,
QUE TOCAM AS NOSSAS FACES,
E FAZ O SUOR ESCORRER,
FAZ SOL LÁ FORA, E O DIA CANTA,
AS ÁRVORES, OS PÁSSAROS, A SOMBRA,
TODOS ADMIRAM O SOL,
QUE GRANDIOSO A TODOS AQUECE,
TODOS DESPERTAM AO VÊLO,
POIS AO ANOITECER,
ESTE MESMO IRÁ ANOITECER,
PARA NASCER MAIS BÉLO.

7/4/2014
 

 
 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O "KIKO", por Duarte Pereira



 
ESTA FOTO É PARA REPARAREM NO "KIKO".

ACHO QUE CHEGUEI A TER DOIS.
ERAM FEITOS POR ENCOMENDA.
RECORDO COM SAUDADE DE UM QUE TINHA MAIS BURACOS QUE PANO E AGUENTAVA-SE PELO FORRO.
ERAM LAVADOS TANTAS VEZES QUE PERDIAM CONSISTÊNCIA E A COR.

O KIKO NORMAL PARECIA NÃO PROTEGER DAS BALAS.
QUANDO ESTREEI UM NOVO ERA UM DESCONFORTO.
TECIDO DURO E AINDA NÃO MOLDADO À CABEÇA.
DEPOIS O SUOR, NÃO DO ESFORÇO, MAS SIM DO CALOR, IAM DERRETENDO AQUELE PANO QUE NOS PROTEGIA EM CENTENAS DE QUILÓMETROS DO CALOR DO SOL.
 
AINDA RECORDO QUE DEPOIS DE COLUNAS COM POEIRA E DEPOIS DE TIRAR O KIKO COM SUOR E PÓ, LOGO LAMA, DAVA UMA IMAGEM ENGRAÇADA AO NOSSO ROSTO.

ESTES KIKOS NUNCA VIRAM DIVISAS.
ERAM PARA SER USADOS FORA DE MACOMIA ONDE NÃO HAVIA DISTINÇÕES ENTRE SOLDADO, CABO, FURRIEL OU OFICIAL.
EU ATÉ PENSAVA PARA MIM, QUE ALGUNS SOLDADOS TINHAM MAIS PINTA DE OFICIAIS PELO SEU PORTE, DO QUE ALGUNS QUE USAVAM OS MESMOS.
 

·

quarta-feira, 9 de abril de 2014

QUE GRANDE GALO!!!... HISTÓRIA DE TAXISTA, por Gilberto Pereira


Gilberto Pereira

BOA TARDE CAMARADAS

Li alguns comentários e destaco o do Condeço que foi de mau gosto.
Por outro lado eu não preciso de compilar histórias porque as mesmas estão presentes na minha memória, todavia nem todas podem ser contadas aqui, são de bolinha vermelha.

                                   HISTÓRIA DE TAXISTA

Um cliente contrata um serviço de táxi comigo para o levar e á família a Pinheiros de Monção para visitar uns compadres e voltar no outro dia.


Nessa altura o táxi era um Morris Marina e lá fomos para o Norte.

 
Uma vez chegados ficou logo assente que almoçaria com eles, o que se veio a verificar.
Depois do almoço queriam que eu jantasse e dormisse lá, mas eu não aceitei e disse-lhe que marcasse a hora de partida no outro dia, visto que eu ia até Monção e não se preocupassem comigo, porque à
hora marcada eu estaria lá para os trazer de regresso.


Uma vez em Monção fui ficar numa Albergaria, depois de tomar banho e dar umas voltas, vim jantar a um restaurante que ficava no centro e era de 1º andar.


Dos nomes já não me recordo e quando estava a meio do meu jantar apareceu uma data de gajos, que seriam duma excursão para jantar e toca de enfileirar mesas que mais parecia um terramoto.

Depois de sentados e começarem a petiscar, um deles virou-se para trás e murmurou com os outros e logo, outros olhavam na minha direção e comentavam.

Comecei a não achar graça nenhuma áquela merda e pensei: não conheço cabrão nenhum, não sou daqui, o que é que eles estão tramando?
Será que sou parecido com alguém que eles conhecem?...
E eles não paravam de falar e olhar para trás...

E eu comecei a ficar fod... e pensei se calhar querem me fazer a folha, mas a primeira vai ser minha, estou ao pé da escada e depois será o que Deus quiser.

Chamei a empregada para pagar a conta, levantei-me para sair e nisto veio logo um deles na minha direção...
Aí finquei a mão na cadeira e pensei que cadeirada vais levar nos cornos e passo-me escada abaixo.


E o gajo diz assim para mim: não me conheces?...
E eu conheci aquela voz logo, mas não sabia de quem e ele diz você não era o furriel que esteve em Macomia?...
O gajo tava a dar porradas certas e a cadeira ficou mais descansada...
Então eu era o cozinheiro lá do Machado, o furriel...
O gajo estava diferente, como eu o havia de conhecer?...


Ainda hoje, não me consigo lembrar do nome dele e se ele estiver por aqui, deve-se lembrar desta história.

Acabei por me juntar a eles e bebemos uns canecos durante a cavaqueira.
Eu sei que eles iam ainda para uma festa ali próximo, mas já não me recordo se fui com eles.

Bom, no outro dia á hora marcada fui buscar o cliente para o regresso.

Estava a carregar as malas aparece o compadre com um galo par a gente trazer, enfiei o galo no porta bagagens e fechei a mala.
Nisto o meu cliente diz para eu abrir a mala, porque não queria que o galo morresse com falta de ar.
Gerou-se ali uma discussão, eu dizia que o galo não morria e ele dizia que sim...

Como o cliente tem sempre razão decidi vir com um bocadinho da mala aberta, para o cabrão do galo não morrer.

E assim viemos todos para baixo, 400kms, correu bem, mas quando chegámos e descarregámos as malas...
O galo estava vivo, ninguém se conhecia, parecíamos carvoeiros, os gases do escape com a mala aberta entraram para dentro do habitáculo e mascarraram tudo e todos.

Naquele estado o gajo não queria pagar, eu dizia-lhe a culpa era dele e do filho da puta do galo...
Eu não quero saber disso, também estou mascarrado e não foi você que quis a mala aberta por causa do cabrão do galo?...

Lá puxou do papel e pagou...


A minha vontade era torcer o pescoço aos dois...
O trabalhão que me deu limpar a viatura...

MALVADO GALO...

QUE GRANDE GALO!!!...
 
BOA TARDE CAMARADAS
Li alguns comentários e destaco o do Condeço que foi de mau gosto.
Por outro lado eu não preciso de compilar histórias porque as mesmas
estão presentes na minha memória, todavia nem todas podem ser contadas aqui, são de bolinha vermelha.
                                  HISTÓRIA DE TAXISTA
Um cliente contrata um serviço de táxi comigo para o levar e á família
a Pinheiros de Monção para visitar uns compadres e voltar no outro dia.
Nessa altura o taxi era um Morris Marina e lá fomos para o Norte. Uma vez chegados ficou logo assente que almoçaria com eles, o que se veio
a verificar. Depois do almoço queriam que eu jantasse e dormisse lá, mas 
eu não aceitei e disse-lhe que marcasse a hora de partida no outro dia
visto que eu ia até Monção e não se preocupassem comigo, porque à
hora marcada eu estaria lá para os trazer de regresso. Uma vez em Monção fui ficar numa Albergaria e depois de tomar banho e dar umas voltas vim jantar a um restaurante que ficava no centro e era de 1º andar.
Dos nomes já não me recordo e quando estava a meio do jantar apareceu
uma data de gajos seriam duma excursão para jantar e toca de enfileirar mesas que mais parecia um terramoto. Depois de sentados e começarem
a petiscar, um deles virou-se para trás e murmurou com os outros e logo
outros olhavam na minha direção e comentavam. Comecei a não achar graça nenhuma áquela merda e pensei: não conheço cabrão nenhum, não sou daqui, o que é que eles estão tramando? será que sou parecido com alguém que eles conhecem? e eles não paravam de falar e olhar para trás
e eu comecei a ficar fod..., e pensei se calhar querem me fazer a folha, 
mas a 1ª vai ser minha, estou ao pé da escada e depois será o que Deus quiser. Chamei a empregada para pagar a conta e levantei-me para sair e nisto veio logo um deles na minha direção; aí finquei a mão na cadeira e pensei que cadeirada vais levar nos cornos e passo-me escada abaixo.
e o gajo diz assim para mim; não me conheces?------ e eu conheci aquela voz logo mas não sabia de quem------ e ele diz você não era o fur que teve 
em Macomia? o gajo tava a dar porradas certas e a cadeira ficou mais descansada-------- então eu era o cozinheiro lá do Machado o fur------ o gajo tava diferente como eu o havia de conhecer?------ ainda hoje não me consigo lembrar do nome dele e se ele estiver por aqui deve-se lembrar desta história. Acabei por me juntar a eles e bebemos uns canecos durante a cavaqueira. Eu sei que eles iam ainda para uma festa ali próximo, mas já não me recordo se fui com eles.
Bom no outro dia á hora marcada fui buscar o cliente para o regresso.
Estava a carregar as malas aparece o compadre com um galo par a gente trazer, enfiei o galo no porta bagagens e fechei a mala. Nisto o meu cliente diz para eu abrir a mala porque não queria que o galo morresse com falta de ar.----- gerou-se ali uma discussão, eu dizia que o galo não morria e 
ele dizia que sim---- como o cliente tem sempre razão decidi vir com um bocadinho da mala aberta para o cabrão do galo não morrer.E assim viemos todos para baixo 400kms, correu bem, mas quando chegámos e 
descarregámos as malas e o galo vivo, ninguém se conhecia----parecíamos carvoeiros, os gases do escape com a mala aberta entraram para dentro do habitáculo e mascarraram tudo e todos. Naquele estadoo o gajo não queria pagar e eu dizia-lhe a culpa é sua e daquele filho da puta do galo, eu não quero saber disso, também estou mascarrado e não foi você que quiz a mala aberta por causa do cabrão do galo? --- depois puxou do papel e pagou------ a minha vontade era torcer o pescoço aos dois-------- o trabalhão que me deu limpar a viatura --------------
MALVADO GALO--------------------------- QUE GRANDE GALO !!!
 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

MOÇAMBIQUE, DOIS ANOS DE PRISÃO OU LIBERDADE???..., por Duarte Pereira

Duarte Pereira


FALO POR MIM!...

MOÇAMBIQUE...


DOIS ANOS DE PRISÃO OU LIBERDADE???...

TIRANDO A PERDA DE MAIS DE DOIS ANOS DA NOSSA JUVENTUDE, AQUELE QUASE UM MÊS NA SERRA DO MAPÉ, O QUE FOI "AQUELA GUERRA" PARA MIM???...



NÃO FUI PATRÃO, TINHA QUEM MANDASSE EM MIM.

EM 1972 FUI UM "FURRA", TIVE MUITOS QUE PODERIAM MANDAR EM MIM.


O MEU "SUPERIOR" NÃO MANDAVA, "CONVIDAVA".

QUANDO UM SUPERIOR DELE MANDAVA, ELE DIZIA, PESSOAL LÁ TERÁ DE SER.

EM 1973 TIVE DE ASSUMIR NOVAS RESPONSABILIDADES.


MAS JÁ TINHA A EXPERIÊNCIA DE UM ANO.
EU DIZIA, PESSOAL VAMOS, É UM DIA, DOIS OU TRÊS, MAS VAMOS DAQUI PARA ALI.


LEVAMOS GUIAS QUE CONHECEM ESTA "PORRA".
NÃO É COM MAPAS E BÚSSOLAS QUE CHEGAMOS A LADO NENHUM.


NAS OPERAÇÕES ALGUÉM IA À FRENTE COM UMA CATANA, QUANDO NÃO ÍAMOS PELOS TRILHOS.

VIMOS UMA BASE ATACADA PELOS GE´S.

VIMOS BOSTA DE ELEFANTE (VOU VER SE ENCONTRO UMA FOTO).

 

VIMOS BEBER ÁGUA DAS LIANAS.


OUVIMOS À NOITE RUGIDOS DE ANIMAIS.

ENFIM, NOITES MAL PASSADAS.
FELIZMENTE O RESSONAR DE ALGUNS DE NÓS AFASTAVAM OS ANIMAIS MAIS CURIOSOS OU MAIS ESFOMEADOS.

NÃO TENHO CONHECIMENTO (OU NÃO ME LEMBRO) DE NENHUM ALENTEJANO NOS DOIS PELOTÕES POR ONDE PASSEI.
SERIA UMA MAIS VALIA.
DESDE DE NOVOS QUE TRATAM OS ANIMAIS PELO NOME.
SER LEÃO, ELEFANTE, ONÇA OU ESPECIALMENTE "MACACO", ERA TU CÁ TU LÁ, ESTARÍAMOS EM SEGURANÇA.

DEPOIS DAS OPERAÇÕES, "SERVIÇO" TOMÁVAMOS O NOSSO "CONHAQUE".


TANTO NO 4º COMO NO 3º PELOTÃO, TÍNHAMOS AUTONOMIA PARA FAZER OS "PATRULHAMENTOS", MAS OPERAÇÕES NÃO DELINEADAS PELO MAJOR, NÃO.

QUERIA FALAR AQUI NO FERNANDO LOURENÇO, DO 4º PELOTÃO, QUE ME LEVOU POR "MAUS CAMINHOS."


E EU QUE ATÉ ESSA ALTURA ERA TÃO "INOCENTE", NUNCA O IREI PERDOAR.