segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O que eram os "Furras" naquela guerra, por Duarte Pereira

Duarte Pereira
O SR DUARTE NÃO CONSEGUIU PUBLICAR NO "SEU" !!
PEDIU-NOS PARA PUBLICAR NA "NOSSA" !
.
COMO AS COMADRES ESTÃO COM MUITA SAÍDA, RESOLVI SER EU HOJE A ESCREVER.
 
" OS FURRAS"?
QUAL O PAPEL DOS "FURRAS"?
 
SEI QUE É ABORRECIDO ESCREVER S0BRE TEMAS DOS NOSSOS ANOS EM MOÇAMBIQUE.
 
OS "FURRAS"!!!.
TAMBÉM FUI UM.
E NA MINHA OPINIÃO TIVERAM UM PAPEL FULCRAL "NAQUELA ´COISA".
 
 
 
OS "ALFERO" CONDUZIAM AS OPERAÇÕES.
OS " FURRAS" ORGANIZAVAM O PELOTÃO .
 
À FRENTE, NAS OPERAÇÕES, NUNCA "ALFERO" OU "FURRAS" , MAS SIM OS BATEDORES OU GUIAS.
 
 
 
NAS OPERAÇÕES DO FERRAZ, SE ELE NÃO ERA O NÚMERO UM. NO MÁXIMO SERIA O NÚMERO TRÊS.
NUNCA FIZ ISSO PORQUE NÃO ERA "CURIOSO".
 
OS " FURRAS" NÃO ERAM SOLDADOS, NEM SARGENTOS NEM OFICIAIS
ERAM UMA "SEITA" QUE ANDAVA LÁ PELO MEIO PARA DESCULPAR ALGUNS INSUCESSOS.
OS OFICIAIS ESTARIAM SEMPRE PROTEGIDOS PELOS OFICIAIS.
OFICIAL IA DESDE "ALFERO" ATÉ GENERAL.
ERA UMA CLASSE QUE SABIA PROTEGER OS "SEUS".
 
QUEM PROTEGIA OS " FURRAS" E OS "FURRAS" GRADUADOS??
 
ERAS TU ??
 
DEDICO ESTE TEXTO AOS " FURRAS"
CADA UM QUE PROTEJA OS SEUS.
TIVE MUITO ORGULHO EM SER "FURRA".
 
Duarte Pereira 14/07/2014
 
Fernando Bernardes achei o maximo deste artigo lembro que na 08 tb era assim melhor o alfero andava no meio bem protegido com seus acólitos.
 

Duarte Pereira ACHO QUE IRÁ DAR POLÉMICA. E É ASSIM QUE EU GOSTO!!

 
Paulo Lopes Curiosamente nunca aprofundei quem é que fazia o quê ou quem era quem porque era um tempo de passagem pelo tempo e quanto mais o tempo corresse mais o tempo passava essa passagem!
E foi esse o pensamento que mais me alimentou a esperança!
Talvez por na Mataca as diferenças (que existiam como as existiam em todo o lado e bastava olhar para onde se instalavam uns e outros) não fossem tão profundas nesse aspecto do quem é que fazia o quê!
O repeito imperou sobre a prepotência das divisas e as situações resolviam-se sem necessidade do "chicote"!

O orgulho, reservo-o para outras importâncias do tempo que não esse tempo de passagem, má passagem que deixou lágrimas vermelhas em muitos que não sei se não superam o bom de ter conhecido alguma gente boa que a recordação (e alguns encontros) desse tempo nos ofereceu.
Uma factura muito alta para alguns.
Mas não desdenho e até aplaudo, os sentimentos que o Duarte Pereira traduz em palavras escritas.

Ele sabe que sim!
 

Luís Leote Se bem me lembro do que li, coisas publicadas pelo Duarte, mesmo graduado oficial, atuou como 'furra', não forreta!!!!
 

Velhas DE Estremoz Alentejanas OUVIMOS DIZER AO SR DUARTE QUE COM OS GALÕES. NÃO LHE INCHARAM OS ............. !!!! ADENÓIDES !!!
 

José Guedes NÃO SEI DECIFRAR MUITO BEM O QUE O DUARTE QUER DIZER NO QUE RESPEITA A OPERAÇÔES QUEM IA Á FRENTE OU ATRÁS,. EU COMO CONDUTOR E QUE PASSEI MAIS TEMPO NAS PICADAS QUE NO QUARTEL SEMPRE ME PUNHA NA COLUNA QUE FAZIA EM QUALQUER LUGAR E DEPOIS FÉ EM DEUS,.. QUE POR SINAL ESTEVE SEMPRE COMIGO,..
 

Velhas DE Estremoz Alentejanas SR JOSÉ GUEDES, SE TIVER DÚVIDAS PERGUNTE. NUMA COLUNA ELES PODERIAM MINAR OU IR TER CONNOSCO.
NUMA OPERAÇÃO NÓS ÍAMOS EM PRÍNCIPIO TER A CASA "DELES".
NINGUÉM GOSTA DE TER VISITAS NÃO ANUNCIADAS.
 

José Guedes ÑÃO PRECISO PERGUNTAR UMA COISA QUE EU SEI,.. MAS EU REFERI-ME QUE NA MINHA MISSÃO EMBORA ANDASSE MUITO POR FORA NÃO PRECISAVA DISSO, ME COLOCAVA ONDE CALHAVA,..
 

domingo, 20 de setembro de 2015

O Silvestre Pires fez anos, por Duarte Pereira



Apanhamos mais um texto de "amizades explícitas", nas memória ocultas e ainda não escritas pelo sr. Duarte.

Sr SILVESTRE PIRES.



Quem é, quem foi e o que agora será ?
O sr Duarte diz que tem de ser escrito, para ficar para a posteridade uma, que ele acha, verdadeira amizade....

Não se sabe nada da sua juventude, nem nunca o iremos saber.


Foi mobilizado para Moçambique com o "dever" de acabar a "guerra" nos 100 anos seguintes.

Um alentejano não tem pressa. 



Foi "apanhado" num pelotão "aguerrido".
Pelo menos o primeiro ano terá sido difícil para ele e os restantes militares que o acompanhavam.
Sabemos que não tinha namorada na altura.

Escreveria talvez aerogramas para a família.

Porquê o destaque deste seu aniversário?
Primeiro, porque era da companhia 3509.
Segundo, nós "amadrinhamos" a 3509".
Terceiro, no ano passado descobrimos antecipadamente o dia do seu aniversário.
Quarto, não iremos dar mais "graxa ao cágado".


Homem de carecadas que para um graduado, na altura não era "bem visto" naquele "teatro".

Ainda por cima com bigode, que parecia que só lhe nascia o cabelo por debaixo do nariz.

Depois uma cena que nunca esqueceu ao sr Duarte.

Seria a partir de meados de 1973.
Os dois a jogarem dados na messe de oficiais, sem passar "peva" aos que pudessem entrar.




Nunca o sr Duarte se lembra de ter almoçado ou jantado naquela messe.
Alguns elementos até poderiam ser "porreiros", mas eles estavam desenquadrados. 

Esperamos num dos próximos anos fazer uma "emboscada" a Viana do Alentejo.




Parabéns rapaz.
Votos de boa saúde, para ti, para os teus e para todos nós.

sábado, 19 de setembro de 2015

Morteirada, por Paulo Lopes

Paulo Lopes
 
 
Como disse... cumpro, só para chatear quem não gosta! Lá vai a passagem em que fomos morteirados numa operação:
(...)
 
Era Domingo de Pascoa.
 
Ao longe já se ouvia o bater das hélices das moscas gigantes.
 
Apressamo-nos a colocar as telas de sinalização de cor berrante para que a nossa localização fosse detectada mais rapidamente.
Primeiro passou um bombardeiro T6 e já se avistavam os helicópteros.
Eram três e enquanto despejavam a carga que traziam (água e rações de combate), o T6 sobrevoava a zona.
Não foi longa a transacção de mantimentos e, um a um, os helicópteros deslocaram ficando o seu ruido característico a desvanecer-se pouco a pouco, devolvendo o silencio sagrado à floresta apenas, aqui e ali, desmantelado com o chilrear duma ave ou um grito de animal que detectava a nossa presença e se sentia ameaçado nos seus domínios.
 
Uma Feliz Pascoa para todos.
 
Rapidamente foram distribuídas as rações e água.
 
À mesma velocidade, abandonamos aquele local que, com o ruido que as máquinas voadoras espalharam a largos quilometros, era alvo fácil para uma tentativa de ataque com morteiros.
 
Na sequencia da nossa caminhada, rasgando a floresta, dilacerando a mata sabendo que, na companhia dos G.E., não haveria desvios de monta que atrasassem a nossa intenção, alcançamos o nosso segundo objectivo ao cabo do sexto dia: não se encontrava absolutamente ninguém e por isso não houve qualquer contacto.
 
Toda aquela zona estava sobejamente avisada da nossa presença e da enorme formação que actuava. Por isso todos se tinham retirado das machambas e abandonado todas as palhotas, refugiando-se numa das tantas bases muito bem simuladas e guardadas naquela difícil Serra de Mapé.
 
Limitámo-nos a rodear toda a zona de plantações e montar segurança para que os nativos destruíssem tudo: milho, mandioca, mapira, amendoim, feijão, tudo o que estivesse plantado e que já estava num processo adiantado de crescimento.
 
Tudo ficou destruído e queimado.
 
Saímos — como manda a lei da guerrilha — o mais rapidamente possível daquela zona e avançamos para outro local onde a floresta nos pudesse oferecer uma melhor protecção em relação ao nosso posicionamento.
 
Depois de andarmos mais uns quilometros, pernoitamos.
 
Nessa noite surgiu o que há muito esperávamos mas que estranhamente ainda não tinha acontecido: fomos atacados com granadas de morteiros!
Ouviu-se a primeira saída e logo a seguir, quase simultânea, a segunda.
Uns segundos depois —que para nós era uma eternidade— os rebentamentos. Aqueles rebentamentos assustadores que nos colocam numa posição de simples espera.
 
Os civis fugiam sem saber para onde.
Apenas corriam para o lado contrario ao dos rebentamentos.
Ideias falsas mas instintivas, pois, como sempre acontece nestes ataques, e imprevisível o local da queda dos projeteis.
Tanto caem aqui, ali ou acolá.
 
Fugir não adiantava absolutamente nada. Poderíamos mesmo estar a fugir para a morte.
Era incontrolável!
 
Caíram mais algumas granadas, mas felizmente e apesar de terem batido bem perto, não nos causaram quaisquer ferimentos.
 
Mas não deixaram de por toda a nossa ansiedade num sobressalto e por muitos ataques do gênero que possamos ter sofrido, cada um tem a sua historia e nada passa despercebido, quanto mais não seja, ao nosso subconsciente.
 
As morteiradas vão passando, mas as marcas, os sons e o próprio cheiro, vão ficando e a nossa memoria vai registando.
 
 
In "Memórias dos Anos Perdidos ou a Verdade dos Heróis"
paulo lopes

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ainda o ataque a Macomia em 7/7/1973, por Fernando Bento

Fernando Bento
 
Camaradas
 
Passados 41 anos do ataque a Macomia (7/7/1973), muita coisa se escreveu e contou sobre esse ataque efetuado pelas forças da Frelimo visando principalmente o quartel do nosso Batalhão.
 
Mas há um episódio que ainda não foi aqui descrito, penso eu, e que por uns segundos não teve consequências trágicas.
 
O furriel Joel do Pel. Rec. que nesse dia estava de piquete, regressava com a sua secção do Alto do Pina, local que ficava perto da missão donde se tinha uma vista pre...viligiada sobre Macomia.
 
Com o barulho do motor do "unimog", não se apercebeu do ataque e alguém o avisou atrasando-o assim uns segundos.
 
Quando descrevia a 1ª curva a seguir à estrada que conduzia ao Laku, uma granada de morteiro rebentava no meio da estrada defronte da casa do administrador, abrindo no alcatrão uma pequena cratera.
 
Não faço ideia quem eram os soldados que vinham nesse unimog, infelizmente o Joel já não está entre nós, mas naquele fim de tarde tiveram alguém a protegê-los, evitando-se assim uma tragédia.
 
 
 
Foi mais um episódio daquela guerra que ninguém de nós quis mas que tivemos de gramar.

Um abraço
 
 
Fernando José Alves Costa

Boa tarde Fernando Bento, fizeste um relato tão completo que parece que aconteceu à poucos meses, eu vinha nesse grupo, que tinha sido rendido no Alto Pina, só tivemos tempo de nos protegermos na valeta da berma da estrada que por sorte era bastante funda e dali corrermos para os morteiros.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Apanhei o Armando Guterres, por Duarte Pereira

Duarte Pereira
 
FUI VISITAR A PÁGINA DO FERNANDO SILVA E APANHEI O ARMANDO GUTERRES.
 
 
 
CONTO "QUASE DE NATAL".
 
NASCEU PARA OS LADOS DA SOALHEIRA, DEVE TER TIDO UMA JUVENTUDE MUITO DIFERENTE DA NOSSA.
 
FREQUENTOU O SEMINÁRIO ONDE OBTEVE A ARGÚCIA NO SEU COMENTÁRIO. ...

 PASSOU NA TROPA POR LOCAIS ONDE ALGUNS DE NÓS PASSÁMOS, MAS SEM "LEVANTAR ONDAS". 

NÃO SE ESCONDIA NA "SOMBRA", MAS ANDAVA NA "PENUMBRA". 

FOI MOBILIZADO E ANDOU NAS "TREVAS", MAS POUCOS DE NÓS O NÃO CONHECEM.

O "CABEDAL" NÃO É GRANDE, MAS CONSIDERO-O UM GRANDE HOMEM.

FOI UM PRAZER TER ALMOÇADO E CONVIVIDO CONTIGO NO SÁBADO PASSADO, 30 DE NOVEMBRO E ESPERO QUE OS OUTROS ELEMENTOS QUE COMPARECERAM PARTILHEM DA MINHA OPINIÃO. 

OBRIGADO ARMANDO GUTERRES.
 
 

GOSTO DE PESSOAS SIMPLES "SEM PENEIRAS" . !!!!
 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

O PRIMEIRO PELOTÃO DA 3509 TEVE UMA "VIDA" DIFERENTE DOS OUTROS TRÊS, por Duarte Pereira

Duarte Pereira
HÁ MUITO TEMPO QUE ANDO A PENSAR NISTO.
 
PARA MIM O PRIMEIRO PELOTÃO DA COMPANHIA 3509 TEVE UMA "VIDA" DIFERENTE DOS OUTROS TRÊS.
 
PENSO QUE O MAJOR DE OPERAÇÕES "APROVEITAVA" O ALFERES FERRAZ " OPERAÇÕES ESPECIAIS", PARA LHE DAR MISSÕES FORA DA ATRIBUÍDA À COMPANHIA (PROTEÇÃO A UMA ESTRADA) JÁ GRADUADO CAPITÃO, PELO POUCO QUE ME APERCEBI O PRIMEIRO PELOTÃO, COM ELE, CONTINUAVA A FAZER OPERAÇÕES DE RISCO., PARA OS LADOS DO QUITERAJO "ZONA TURÍSTICA" .
 
TIRANDO O FERRAZ QUE COSTUMA IR AOS ALMOÇOS, ESTE ANO NÃO PÔDE IR, NÃO CONSIGO ENCONTRAR OUTROS ELEMENTOS.
ACHO QUE ENCONTREI UM EM ARGANIL, FALEI COM ELE, (NEM SABIA EM QUE PELOTÃO TINHA ESTADO) CHAMA-SE NEVES E O ARQUIVO TEM PELO MENOS UMA FOTO DELE.
 
 
 
HÁ UMA HISTÓRIA QUE GOSTARIA DE VER EXPLICADA.
A DO PRIMEIRO PELOTÃO DA 3509.
 
O GUILHERME - DE CASCAIS- NÃO PODE OUVIR FALAR EM TROPA E RECUSOU SEMPRE OS CONVÍVIOS.
EX-FURRIEL MARQUES -  PARA OS LADOS DA AREIA BRANCA, DIZEM QUE ESTÁ "PASSADO".
SILVESTRE PIRES - VIANA DO ALENTEJO, NÃO COLABORA OU NÃO QUER RECORDAR.
 
TALVEZ O FERRAZ PARA O ANO EM ESTREMOZ, MAS EU NÃO FICO NA MESA DELE E NÃO É ASSUNTO PARA UM ALMOÇO CONVÍVIO.
 

 
 
PODERÁ TER ESCRITO ALGUM ARTIGO SOBRE ESSES DOIS ANOS.
ALGUÉM SABE O SEU ENDEREÇO DE E-MAIL E ME POSSA ENVIAR EM MENSAGEM PARTICULAR ??
OBG.
 
  • Fernando José Alves Costa Boa tarde amigo Duarte Pereira, dirijo-me a ti mas qualquer um da página me poderá responder à seguinte pergunta: Alguém se lembra de um soldado africano que já tinha feito não sei quantas comissões chamado Silva?, penso que estava ligado à 3509
  • Livre Pensador Se é quem eu penso, o Silva fazia todas (ou quase) as colunas para o Chai. Ribeiro.
  • Julio Bernardo Lamento nada dar a este assunto, lembro muitos da 509, já que a base era Macomia. Há fotos da messe onde noto Furrieis juntos e como norma lá nos encontrava o pessoal CCS mais 509 completando o quadro os sargentos e ajudantes.Abraço. BERNARDO
  • Fernando José Alves Costa O soldado Silva, andava quase sempre na Berliet rebenta minas, conserteza que deve haver alguns episódios passados com ele.
  • Livre Pensador Tanto quanto me lembro o Silva não fazia parte da 3509, nem do batalhão. Penso que era considerado milícia e dava apoio ao batalhão nas colunas, nomeadamente para o Chai, efetuando as picagens nos locais mais necessários e mantendo sempre na cabeça o capacete de aço, apesar do calor intenso que se sentia na picada. Ribeiro.
    Armando Guterres Boas tardes. Nas colunas para o Chai, até à ponte Muacamula, sempre me concederei "visita". Para Porto Amélia fiz uma sem arma e tudo. E a da ida e a da vinda "TIPO CARNE PARA CANHÃO" tudo no molho (pois mólho .... não môlho ... porque de noite, o calor não abundava).
  • Fernando José Alves Costa Jose Ribeiro ,acredito que seja como dizes, pois nunca percebi bem aonde ele pertencia e ás vezes ouvia ele dizer que o cmdt ainda não lhe tinha pago e isso poderá confirmar que era milícia.
  • Duarte Pereira LI COM ATENÇÃO OS COMENTÁRIOS ANTERIORES. QUEM MELHOR PARA CONTAR A SUA HISTÓRIA QUE O PEL/RECONHECIMENTO E O ECAV 1. COMECEMOS PELO AMORIM MOTA E HELDER LOSNA.
  • Livre Pensador Penso que o José Guedes, como condutor que era, talvez possa adiantar mais qualquer coisa.
  • José Dias Nunes Boa Tarde o Soldado Silva Natural de Moçambique não pertencia ao BCAV 3878, era um elemento do ECAV 1 e já tinha um largo Currículo de louvores e porradas dai a sua mui longa permanência no Exercito.
  • José Dias Nunes Agora respondendo ao Duarte Pereira o Major ao dar ordens para se executar determinada operação nunca mencionava qual o pelotão isso era uma gerência do CMDT de companhia. A ordem para se fazer uma operação apenas mencionava o nº de homens expressa em pelotões ou companhia (entenda-se companhia 3 pelotões).
  • Armando Guterres O José Dias Nunes tem toda a razão no que diz ... mas se me explicar porque depois de uns tempos largos sem ir ao mato (e seria eu fur a comandar) eu ir de férias ou a Porto Amélia receber a massa e o fur a seguir a mim ir para o mato, 4 dias a comandar 2 pelotões. Ou chegar um alf checa e no dia seguinte irmos para 5 dias !!!! com reabastecimento de castigo ??? - ó Vicente explica tu.
  • Duarte Pereira DIAS NUNES. PELO MENOS O HORÁCIO CUNHA E JOÃO NOVO, DEVERIAM TER REUNIÕES DIÁRIAS COM O CAPITÃO TEIXEIRA ALVES. QUANTOS MESES O CAPITÃO ESTEVE DE BAIXA?? ERA O ALFERES FERRAZ QUE TOMAVA CONTA DA COMPANHIA ATÉ SER GRADUADO EM CAPITÃO E SEGUIDO PARA O QUITERAJO. ALGUMA VEZ O MAJOR CONFIAVA NO CAPITÃO PARA PREPARAR OPERAÇÕES. ???

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O Elefante, por Fernando Lourenço

Duarte Pereira
 
COMO TENHO FEITO COM OUTROS MEMBROS, RESOLVI ISOLAR ESTE ARTIGO.
 
Fernando Lourenço comentou:
 
 
Recordo uma memoria que coloquei em abril de 2013.
 
Quando saía para o mato o meu maior inimigo era a sede.
Levava o que podia mas nunca era o suficiente.
 
Quando estava sediado no Mucojo saí muitas vezes em operações para uma zona, que se a memória não me falha, chamada Namarata.
Tinha sido em tempos uma zona de caça grossa e abundavam todo o tipo de animais.
 
Eu quando saía, marimbava-m...e um bocado para as coordenadas que o comando me dava e a minha maior preocupação era procurar sítios onde houvesse água.
 
Certa vez lá fui para mais uma missão com um elemento de transmissões, outro de morteiro e o resto milícias.
 
Ao fim do 2º dia já desesperava com sede e água nada.
Tinha que arranjar local para passar a noite que se aproximava e por sorte lá encontrei uma zona lamacenta.
 
Num buraco estreito feito por um elefante com a profundidade quase do meu braço foi de onde eu tirei água.
 
Saciado/s e sem muito tempo para nos deslocarmos por estar a ficar escuro, decidi ficar por ali perto numa elevação do terreno não mais de 50 metros talvez, contra a vontade dos milícias que não achavam boa ideia até porque segundo eles andava por ali um elefante... ali, ali, não vê...? mas eu na minha burrice, até porque era o comandante, molho o dedo na boca, ponho no ar e ... nããã... o vento está em sentido contrário... e toca a pôr a malta em circulo e os "branquélas" no meio.
 
Como vocês se lembram começava a escurecer por volta das 4/5 horas da tarde.
Pegar no sono estava difícil porque tinha ficado de consciência pouco tranquila com a certeza de estar a fazer uma asneirada e do barulho que pouco depois ouvia de animais em disputa também pela água.
 
Lá consegui adormecer.
 
Eram 11 horas da noite escura como breu, acordo com uma grande algazarra, os milícias todos a gritar, eu agarro na G3 e desato a correr não sei para aonde, bati com a testa num tronco, perdi momentaneamente os sentidos, tal não foi a porrada que dei com os "cornos" na árvore.
Bem feito.
 
O que é que tinha acontecido: pois bem, a gaita do elefante lembrou-se de caminhar na nossa direção e quando já estava muito perto os milícias começaram a gritar para o afugentar, o que fizeram.
Eu nem o cheguei a ver.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Graduações e Promoções de Milicianos, por Rui Brandão

 
Graduações e Promoções de Milicianos

Não costumo meter-me em mesa de opiniões, mas desta vez vou dar uma pequena achega.

Começo por não perceber a aplicação (notável, refira-se) durante a recruta e segundo percebo, também na especialidade, por parte do Duarte.

Porquê?

Por que também fiz recruta em Santarém e também tive camaradas que tudo faziam para ir para os Rangers.

Eram viciados em patrulhas e ginástica de aplicação militar.
Sabia-se e comentava-se que o destino deles se...ria atiradores destinados à primeira linha.

Outros (a maioria) faziam os "mínimos para os Olímpicos" para tentarem a sorte de uma saída para vagmestre, transmissões, enfermeiro, etc, etc, etc,.

Pela minha parte, uma vez que já sabia que ia para Radiomontador, fiz todas as provas de 1ª no final da Recruta.

Estava à vontade.
Curiosamente fiquei à frente de muitos dos obstinados pela razão de ter boas notas nas provas escritas.

Uma vez já "selecionado" para atirador (o Duarte), não me incomoda antes pelo contrário, que alguém seja reconhecido e como tal promovido.
Pelos vistos as qualidades, conhecimentos e entrega estavam lá (no Duarte, claro...).
Qual a dúvida afinal? Se fossemos "inspecionar" todas estas graduações, teríamos que ir ver as graduações dos alferes em Capitães, Furriéis em Alferes e Cabos em Furriéis.

Não percam tempo.
Já temos maturidade e cultura suficientes para sabermos que aquela "Guerra" era feita por milicianos.

Os Oficiais de carreira passou a ser uma espécie em extinção.

Os Papás deixaram de mandar os meninos para a Academia Militar.
Porra, havia Guerra!!!
O meu filhinho é que não!!!

E assim marcharam os milicianos...
Já agora façamos um momento de reflexão...
Ainda se lembram qual foi a génese da Revolução do dia 25 de abril de 1974?
Exatamente, começou por um mal estar nos militares do quadro, por que para angariarem "gente" para a Academia Militar, o Governo dava o mesmo tipo de regalias e antiguidade a quem acabasse o Curso da Academia.
O caldo entornou.

A Guerra estava entregue aos Milicianos, os do Quadro sentiam-se ameaçados e a Revolução ganhou corpo.
Nós os Milicianos (os soldados incluídos, claro...) fomos a tal carne para canhão.
Não interessa agora se aquele foi graduado ou promovido.
Se o foi, era porque estava em boas "condições" para ser explorado.

Sabem o que vos digo, hoje somos livres.
Podemos analisar isto tudo com todo o discernimento.

Como nós dizíamos muitas vezes, VIVA A PELUDA!!!

domingo, 6 de setembro de 2015

Eu e a Berliet, por Fernando Bernardes

Fernando Bernardes

Lembro como se fosse hoje na manhã do dia 13 de Junho de 73 saímos de Pemba (Porto Amélia) com destino a Macomia.

Não sei quantas viaturas, apenas que ia um jipe no qual seguia o capelão (padre), uma Berliet, a qual transportava 4 arcas frigoríficas.

Eu seguia na Berliet sentado no taipal com as pernas para fora.
Só lembro o antes, olhei o relógio, acendi um cigarro e não ouvi nem senti nada, acordei uma semana depois no HMN.
A estrada estava a ser alcatroada.~
O Sousa me falou que a Berliet... ficou destruída no fundo de uma ravina, que terão morrido 4 colegas, eu e o transmissões que estava regressando de férias na metrópole, penso que era o Amaral ficamos feridos.
Quando recuperei do coma fui transferido para neurocirurgia.

Ao tentar levantar da cama percebi que apesar de todo esforço, gemendo com dores atrozes, as dificuldades foram muitas.
Mas depois de tanto tentar consegui pôr-me de pé e então percebi que não conseguia mexer os braços, nem as pernas e só arrastando os pés fui conseguindo dar alguns passos.
Na manha do dia seguinte e porque não estava na minha cama, o medico deu-me alta.

Mas como eu falei dos sintomas que sentia, mandou-me convalescer na ilha.
Quando regressei da ilha, altas horas da noite, fiquei no hospital tendo falado com o médico na visita aos doentes do dia seguinte, mandou que fosse fazer raios-x.

As minhas chapas não apareciam, só na terceira vez tendo sido eu próprio a entregar nas mãos dele.
Assim que viu o resultado me disse para marcar consulta de ortopedia.

A minha guerra acabou logo nesse dia.
Ele propôs logo a minha evacuação para Lisboa, onde cheguei no 15 de Agosto de madrugada.

Fomos todos para o hospital da Estrela, na Infante Santo, para mais tarde, depois do médico ter olhado para cada um de nós mandou-nos para casa.

uns dias depois dei baixa ao Hospital de Campolide, Serviço de psiquiatria, depois neuropsiquiatria, até a junta medica me considerar incapaz para todo e qualquer serviço militar depois de 3 anos e meio de tropa.
 
Velhas DE Estremoz Alentejanas
FOMOS BUSCAR OS ÓCULOS PARA LER ESTE ARTIGO. VAMOS PASSAR AO SR DUARTE O COMENTÁRIO.

Duarte Pereira
PELO QUE LI, PARECE-ME UMA MINA SEGUIDO DE DESPISTE DA BERLIET.
HOUVE EMBOSCADA ???  
COM QUE ENTÃO NO TAIPAL DA BERLIET COM AS PERNAS DE FORA ?

José Guedes
DEPOIS DE LER O TEXTO DO FERNANDO BERNARDES E DEPOIS O QUE ESCREVEU O DUARTE FIQUEI UM POUCO CONFUSO,.. PORQUE NÃO ME LEMBRO DE DATAS MAS UM CONDUTOR DA C.C.S. NO REGRESSO A MACOMIA DE PORTO AMELIA TEVE UM ACIDENTE COM UMA BERLIET, EM QUE FOI POR UMA RAVINA ABAIXO E ERA ESSA BARLIET QUE TRAZIA ESSAS ARCAS E EM QUE NA ALTURA SE SOUBE QUE TINHAM TIDO FERIDOS MAS SÓ FALARAM NUM MORTO E ATE DIZIAM QUE ERA DE COR,.. DEPOIS DE LER VEI-O-ME ISSO Á MEMÓRIA, MAS NÃO SEI SE FOI ESSE MAS DO QUE FALA O DUARTE COM UMA MINA NÃO FAÇO IDEIA,.. DA C.C.S. E QUEM SE LEMBRAR O CONDUTOR FOI O DINIS,..

Rui Briote
Desconhecia tal episódio, pois nessa data estava em Alcoitão...vi que também sofreste muito.
Ficaste com sequelas?...

Primeiro artigo sério das Comadres, por Duarte Pereira

Duarte Pereira

PRIMEIRO ARTIGO SÉRIO DAS COMADRES.

MAS SERÁ MESMO MUITO SÉRIO ??

TEMOS ACESSO A ALGUNS PENSAMENTOS QUE O SR DUARTE ESCREVEU NA SUAS MEMÓRIAS.

ACHAMOS ESTE TEXTO CURIOSO ( NÃO DIVULGAR, SÃO COISAS DELE).

A COMPANHIA 3509 TINHA "FOLGAS" EM MACOMIA....
PASSANDO O TEMPO NO MATO E COM TANTOS HOMENS, NÃO SERIA LÓGICO CONVIVER EM MACOMIA COM MAIS HOMENS.


POUCO OU NADA CONHECEU DAS OUTRAS COMPANHIAS.


O SONHO DO SR DUARTE ERA SER COMANDANTE DE COMPANHIA E CHEGOU A SÊ-LO EM "PART-TIME", QUANDO LÁ ESTAVA E O SR CAPITÃO DE BAIXA.

ASPIRAVA EM TER UMA COMPANHIA SÓ PARA ELE, POR QUE NÃO UM BATALHÃO?? 

COMANDANTE DE BATALHÃO??? 


O COMANDANTE DE BATALHÃO, QUASE NÃO CONHECIA AS INSTALAÇÕES E CONDIÇÕES DE VIDA DAS COMPANHIAS. 

ELE COMO COMANDANTE DE BATALHÃO ARRANJARIA UM "RIBAUÉ" QUE SERIA O MUCOJO, PARA OS VÁRIOS PELOTÕES, INCLUINDO C.C.S.


A BASE SERIA O ALTO DA PEDREIRA PARA UM MÊS DE "CASTIGO".

PARA RETEMPERAR FORÇAS E LIMPAR AS SUAS CABEÇAS.

AFINAL ESTE TEXTO ERA UM SONHO DO SR DUARTE.

SÓ O TEVE DEPOIS DE CONHECER A MALTA PORREIRA QUE ENCONTROU NO GRUPO DO BATALHÃO,